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Estado de Minas

O Adeus trágico a uma lenda

Um dos maiores nomes do basquete em todos os tempos, Kobe Bryant morre aos 41 anos, em queda de helicóptero nos Estados Unidos. Uma de suas filhas também faleceu no acidente


postado em 27/01/2020 04:00 / atualizado em 26/01/2020 22:09

(foto: ROBYN BECK/AFP)
(foto: ROBYN BECK/AFP)

A NBA e o mundo do esporte entraram em choque ontem: a lenda do basquete Kobe Bryant, um dos maiores campeões da história do esporte e ídolo do Los Angeles Lakers, morreu aos 41 anos, vítima de um acidente de helicóptero. O astro da NBA era pai de quatro meninas e estava com mais oito pessoas a bordo da aeronave privada, que caiu e pegou fogo nas colinas de Calabasas, nos arredores de Los Angeles, na Califórnia. Uma delas era filha do atleta, Gianna, de 13, que seguia os passos do pai nas quadras. Não houve sobreviventes. As causas da tragédia ainda são desconhecidas.

Eles viajavam de Orange County para a cidade de Newbury Park, a 30km de Calabasas, onde Gianna disputaria um jogo de basquete. Kobe seria o treinador.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse pelo Twitter que a morte de Bryant “é uma notícia terrível”. O ex-mandatário Barack Obama também lamentou na rede social: “Kobe era uma lenda nas quadras e estava só começando o que teria sido um segundo ato tão significativo quanto (o primeiro)”.

O acidente aconteceu poucas horas depois de a ex-estrela do Los Angeles Lakers felicitar, via redes sociais, o atual astro da equipe californiana LeBron James por tê-lo ultrapassado e assumido o terceiro lugar na lista de maiores pontuadores da história da liga norte-americana de basquete – no sábado, durante partida contra o Philadelphia 76ers.

LeBron foi flagrado muito abatido na tarde de ontem, ao desembarcar no aeroporto de Los Angeles.

''Descanse em paz, Kobe. Este é o meu atleta favorito de todos os tempos. Sua força mental era incomparável''

Michael Jordan, ex-jogador de basquete



(foto: Mark RALSTON/AFP %u2013 4/6/10)
(foto: Mark RALSTON/AFP %u2013 4/6/10)

Luto global

 Kobe Bean Bryant nasceu em 23 de agosto de 1978, na Filadélfia (Pensilvânia), e era o caçula dos três filhos (e único homem) do casamento de Joe Bryant e Pamela Cox. Foi cinco vezes campeão da NBA em uma corrida que começou em 1996 e durou 20 anos, até sua aposentadoria em 2016.

Também foi duas vezes medalhista de ouro olímpico, ajudando o Dream Team norte-americano a alcançar os títulos de Pequim'2008 e Londres'2012.

Os primeiros relatos da morte de Bryant provocaram ondas de choque em todo o mundo, com estrelas e celebridades que expressaram sua descrença com as notícias. “Estou impressionado”, escreveu Scottie Pippen, estrela do Hall da Fama da NBA. “Não há palavras que cheguem perto de descrever. Apenas um dia incrivelmente triste e trágico”.

No Staples Center, casa do Lakers, no Centro de Los Angeles, centenas de fãs atordoados se reuniram para prestar homenagem à estrela do basquete. A NBA não suspendeu a rodada de ontem do campeonato e foi muito criticada, embora equipes e atletas da liga tenham reverenciado a memória daquele que foi um dos maiores do esporte.

Cesta no Oscar O legado de Kobe vai além dos cinco anos como campeão, as 18 vezes em que foi escolhido para o Jogos das Estrelas – 11 delas consecutivas – de seus 30 recordes para a franquia da NBA e muitas outras marcas que lhe elevam a um escalão reservado apenas para as lendas deste esporte.

Sua atuação ficou marcada pelas jogadas incríveis e o sangue frio para definir uma partida com um arremesso vencedor, que lhe rendeu o apelido “Mamba Negra”.

Fora das quadras, também foi genial. Em 2018, Kobe ainda ganhou o Oscar de melhor curta-metragem de animação por Querido basquete. O filme é uma homenagem ao esporte que o tornou um ídolo.

“Querido basquete, a partir do momento em que comecei a enrolar as meias do meu pai e a fazer arremessos imaginários para ganhar jogos no Great Western Forum, sabia que algo era real: eu me apaixonei por você ...", começa o texto, com um ilustração como desenho a lápis. “Foi o arremesso mais sortudo que já fiz. De longe”, explicou ele depois, com um sorriso e a preciosa estatueta em mãos.


ARTIGO


Com jogo plástico e títulos, Kobe Bryant continuou 
o legado deixado por Michael Jordan


Matheus Muratori

Se nos anos 1990 Michael Jordan foi encarregado de continuar com o legado de sucesso na NBA deixado pela dupla Larry Bird e Earvin “Magic” Johnson na década de 1980, Kobe Bryant não deixou o sucesso da liga cair nos anos 2000. Além do estilo de jogo semelhante ao do ídolo, Kobe conquistava títulos e todo o mundo, ajudando a manter o esporte globalizado.

A camisa 8 do Los Angeles Lakers e os tênis Adidas calçados pelo então sucessor de Michael Jordan eram os mais procurados, mas tudo tem momentos de turbulência. Uma acusação de estupro em 2003, desmentida por Kobe dias depois com um pedido de desculpas (mas admitindo a traição), deixou o jogador fora dos holofotes pelos bons motivos, que era o então tricampeonato da NBA.

Apesar disso, o “Black Mamba” não se deixou abalar: ele se apegou à família e seguiu a vida, agora com um Los Angeles Lakers de “ressaca” após o tri. Com uma liga forte, mas ainda sem um nome expoente como o de Kobe, o ídolo do basquete mundial começara a retomar o caminho das glórias com atuações e resultados espetaculares.

Em 2006, com o número 24 às costas e como atleta da Nike, Kobe Bryant começou a última arrancada de glórias na NBA e no basquete mundial. Já ídolo internacional, com fãs nos quatro cantos do planeta, Kobe potencializou seu sucesso. Em 2007, o “Black Mamba” estreou na Seleção dos Estados Unidos visando os Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, na China, mercado muito explorado pela liga norte-americana.

Naquele ano, conquistou seu único troféu de melhor jogador da NBA, meses antes de ganhar o ouro olímpico na Ásia. Nos dois anos seguintes, Kobe Bryant se consolidou de vez como um dos maiores de todos os tempos ao conquistar a liga norte-americana outras duas vezes com o Lakers, agora sendo o melhor jogador das finais nas duas oportunidades.

Com cinco títulos de NBA e um ouro olímpico, Kobe viu o Lakers passar por novo momento de “ressaca” pós-títulos - que perdura até hoje. Além disso, a lenda do basquete começou a conviver com lesões, mas a pior delas ainda teria uma ótima prévia.

Em 2012, Kobe Bryant conquistou seu segundo ouro olímpico nos Jogos de Londres, na Inglaterra. No ano seguinte, ele rompeu o tendão de aquiles esquerdo, lesão que o atormentou até o fim da carreira, em 2016. Quarto maior cestinha da NBA, com 33.643 pontos, Kobe entregou tudo aquilo que não se esperava dele. O eterno camisa 8, 24 e 10 (na seleção) mostrou a todos os fãs que, mesmo com erros, o foco e a dedicação podem levar qualquer um ao topo.

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