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Estado de Minas SÉRIE B

Cruzeiro empata com o Oeste-SP e Ney Franco não é mais treinador do time

Depois da fraca partida na Arena Barueri, o presidente do clube celeste foi ao vestiário e demitiu o treinador


11/10/2020 23:02 - atualizado 11/10/2020 23:01

O volante Jadson leva a mão à cabeça depois de oportunidade de gol perdida no empate contra o Oeste-SP, que resultou na saída do técnico Ney Franco(foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)
O volante Jadson leva a mão à cabeça depois de oportunidade de gol perdida no empate contra o Oeste-SP, que resultou na saída do técnico Ney Franco (foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)
(foto: LUCIANO CLAUDINO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO)
(foto: LUCIANO CLAUDINO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO)
 

Se alguém imaginava uma reação imediata depois da derrota para o Sampaio Corrêa, em pleno Mineirão, e do desabafo do goleiro Fábio, o Cruzeiro mais uma vez mostrou que chegou ao fundo do poço. Depois da atuação deprimente da equipe no empate sem gols com o lanterna da Série B, Oeste-SP, na Arena Barueri, a diretoria anunciou a demissão do técnico Ney Franco, que ficou à frente da equipe em apenas sete partidas: foram duas vitórias, um empate e quatro derrotas. O atual cenário é muito pessimista. Em vez de sonhar com o acesso à elite, a meta passa a ser evitar o rebaixamento à Terceira Divisão, algo inimaginável na história de um dos grandes clubes do futebol nacional.

A exibição no interior de São Paulo foi uma repetição do que o Cruzeiro fez na maioria das partidas na competição: falta de esquema de jogo definido, de qualidade técnica, de organização tática ou mesmo de esforço dos atletas. O jogo contra o Oeste era vital para a reação, mas o que se viu foi uma equipe ainda mais desmotivada pelo momento ruim dentro e fora de campo. O auxiliar Célio Lúcio ficará responsável por comandar os treinos até a chegada de um novo profissional. O time volta a campo sexta-feira, diante do Juventude, às 21h30, no Mineirão.

Em pronunciamento depois do jogo, o presidente Sérgio Santos Rodrigues explicou a saída de Ney Franco: “Infelizmente, tivemos um resultado que não gostaríamos. Queríamos conquistar os três pontos, mas não deu certo. Infelizmente, depois dessa sequência, a gente bateu um papo no vestiário, que nem é nosso perfil. Pelo momento, não tínhamos como agir de outra forma. Tivemos um papo com o Ney Franco, e, de forma amigável, resolvemos encerrar o ciclo dele, embora com pouco tempo de trabalho. Precisamos pontuar já na sexta-feira, contra o Juventude. Precisamos fazer excelente trabalho. A equipe continua em Atibaia”.

Ney Franco é o terceiro técnico demitido em 2020. Antes dele, Adilson Batista e Enderson Moreira passaram pelo cargo e não deram o padrão de jogo que condiz com a disputa de Série B. O presidente celeste diz que o momento é para pensar com calma na escolha de um novo treinador. “Tem que ser um perfil para ficar até o fim. Vamos pensar com calma. Não existe conversa com ninguém. Temos um respeito enorme pela história do Ney Franco, que atendeu de prontidão ao nosso chamado. Pedimos à torcida que continue nos apoiando.”

Conformado com a demissão, o agora ex-treinador celeste se despediu do cargo: “Estou passando aqui para agradecer à torcida do Cruzeiro e torcendo de longe para que possa dar tudo certo. Infelizmente, as coisas não se encaixaram. Ficarei de longe torcendo para que a equipe consiga o acesso. Quero agradecer aos atletas, que não deixaram de mostrar empenho e entrega”.

A igualdade sem gols do Cruzeiro foi um resultado tão ruim que o Oeste-SP só havia deixado de levar gol apenas na estreia, diante da Chapecoense. O péssimo momento do ataque celeste, que fez apenas 15 gols na Segunda Divisão, é só um dos inúmeros problemas que o próximo técnico terá de resolver imediatamente. A equipe completou o terceiro jogo sem vencer. 

Depois de Fábio discursar de forma sincera, ontem foi a vez do zagueiro Manoel fazer cobranças públicas de todo o grupo: “Mais uma vez, jogamos mal. Não jogamos bem no primeiro tempo e nem no segundo. Com todo respeito ao Oeste, estamos no Cruzeiro. Não podemos deixar o adversário tocar a bola. Não sei mais o que fazer, o que falar, não sei o que fazer para motivar meus companheiros”.

O time em nenhum momento fez por merecer a vitória. Lento em vários momentos, desperdiçou passes e quase não construiu jogadas de ataque. Como não bastasse a apatia, Fábio ainda salvou a equipe nos acréscimos, fazendo grande defesa em cabeçada de Madson. Poderia ter sido muito pior.

Ficha técnica

Oeste-SP 0 x 0 Cruzeiro

Oeste-SP: Luiz; Éder Sciola, Renan Fonseca, Matheus Dantas e Gustavo Salomão; Yuri, Betinho (Madson 31 do 2º), Caio (Kauã 14 do 2º), Mazinho (Fabrício Oya 4 do 2º) e Marlon (Lídio 31 do 2º); Welliton (Luan 15 do 2º)
Técnico: Thiago Carpini
Cruzeiro: Fábio; Rafael Luiz, Manoel, Ramon e Daniel Guedes; Jadsom Silva (Maurício 23 do 2º), Filipe Machado (Régis 45 do 2º), Jadson, Airton e Arthur Caíke (Adriano 32 do 2º); Sassá (Zé Eduardo 33 do 2º)
Técnico: Ney Franco
15ª rodada da Série B do Brasileiro
Estádio: Arena Barueri
Árbitro: Alisson Sidnei Furtado (TO)
Assistentes: Natal da Silva Ramos Júnior e Fernando Gomes da Silva (TO)
Cartão amarelo: Matheus Dantas, Gustavo Salomão, Filipe Machado e Yuri
Próximos jogos: Juventude (c), Operário-PR (f) e Náutico (f)

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