O lateral-esquerdo Guilherme Arana vem sendo uma arma bastante utilizada pelo técnico Jorge Sampaoli no Atlético. O treinador argentino se aproveita das características ofensivas do jogador para utilizá-lo de forma bem avançada, às vezes até se movimentando livremente pelo meio-campo.
A liberdade dada pelo comandante alvinegro está se traduzindo em bons números do lateral, de 22 anos, autor de dois gols, duas assistências e 20 finalizações no Campeonato Brasileiro.
A liberdade dada pelo comandante alvinegro está se traduzindo em bons números do lateral, de 22 anos, autor de dois gols, duas assistências e 20 finalizações no Campeonato Brasileiro.
Nenhum defensor concluiu tantas vezes a gol quanto Arana na competição. São 20 chutes – quem mais se aproxima é o lateral Nicolas Vichiatto, do Atlético Goianiense, com 14. Na Série A, o lateral atleticano é o 20° jogador com mais finalizações, ao lado de Artur, do Bragantino. À frente dele, só volantes, armadores e atacantes.
Nesta temporada, Arana tem se destacado nos quesitos ofensivos. Em 26 partidas, são quatro gols e cinco assistências com a camisa alvinegra.
Ele é o segundo defensor com mais participações em gols no Nacional: balançou as redes duas vezes e deu duas assistências. Divide a posição com Iago Maidana, do Sport; Reinaldo, do São Paulo; Fagner, do Corinthians; e William Matheus, do Coritiba.
O líder entre os defensores é Madson, lateral-direito do Santos. O jogador de 28 anos tem três gols e duas assistências na elite do futebol brasileiro.
Muito da ofensividade de Arana vem do estilo de Sampaoli. Tanto que nenhum time do Brasileiro fica mais com a bola do que o Atlético. A equipe mantém a posse a maior parte do tempo (59,3% em média) durante as partidas e se propõe a ser ofensiva. Porém, toda estratégia tem falhas. E uma delas, no caso alvinegro, tem sido a exposição aos contragolpes adversários.
Isso ficou evidente nas derrotas para Botafogo (2 a 1), Santos (3 a 1) e Fortaleza (2 a 1) e mesmo em jogos que o Atlético não perdeu, como contra Fluminense (1 a 1) e Corinthians (3 a 2). Após a igualdade diante dos cariocas nessa quarta-feira, Sampaoli foi questionado sobre os motivos de o time sofrer tanto com as transições em velocidade dos rivais.
Para o argentino, a explicação é simples: uma equipe que se propõe a atacar todo o tempo naturalmente ficará mais exposta. “É a única equipe que se planta totalmente no campo rival. Então, tem que parar transições o tempo todo. Em meio a esse desejo de atacar, quando estamos em inferioridade posicional, os rivais aproveitam no que vêm fazer: jogar por uma bola só, contragolpear rapidamente se aproveitando de um erro ou um ataque malsucedido”, pontuou.
Liderança
O Atlético encerrou a 16ª rodada do Brasileiro na liderança, com o empate por 1 a 1 entre Flamengo e Bragantino, no Maracanã, ontem à noite. O Galo tem 31 pontos, como o Internacional (vice-líder) e o rubro-negro, mas leva vantagem nos critérios de desempate. Além disso, o alvinegro tem um jogo a menos que os concorrentes.
O clube anunciou a Premium Saúde como nova patrocinadora. A marca da empresa ficará entre o escudo e a logo da Le Coq Sportif, que produz o material esportivo da equipe. O contrato é de dois anos.
A estreia do uniforme será na segunda-feira, às 20h, contra o Bahia. As equipes se enfrentam no Pituaçu, em Salvador, pela 16ª rodada do Brasileiro.
enquanto isso...
MP do Mandante perde validade
Nascida com a ideia de “revolucionar” e “democratizar” o futebol, a Medida Provisória 984, que alterava as regras sobre os direitos de transmissões das partidas, perdeu a validade ontem. Sem acordo entre as lideranças políticas, a MP do Mandante, como é chamada, não foi apreciada no Congresso Nacional, apesar da forte pressão de clubes e do apoio do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). O presidente assinou a MP 984 em 18 de junho. Na ocasião, disse que seu governo estava “democratizando o futebol” ao permitir que os clubes mandantes tenham a prerrogativa de negociar os direitos de transmissão de seus jogos. O texto alterou a Lei Pelé ao determinar que o direito da exibição da partida pertencia só ao mandante, em vez de exigir que os dois times tenham contrato com a mesma emissora, e provocou uma série de disputas judiciais envolvendo Flamengo, Globo e Turner. Os clubes, especialmente os oito que têm contrato com a Turner (Palmeiras, Santos, Internacional, Coritiba, Bahia, Fortaleza, Ceará e Athletico-PR) fizeram campanhas massivas nas redes sociais e buscaram dialogar com parlamentares. Equipes da Série B, entre eles o América, também se mostraram favoráveis. Mas não adiantou, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não colocou a MP para votação.