Jornal Estado de Minas

SÉRIE B

Cruzeiro empata com o Náutico no fim e continua na zona de rebaixamento


Em mais uma partida em que apresentou futebol pobre, o Cruzeiro arrancou empate por 1 a 1 com o Náutico, na tarde de ontem, no Recife, pela 18ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O resultado é ruim, pois mantém o time em 18º lugar na tabela de classificação, mas poderia ter sido pior se for levado em conta que a Raposa só marcou gol aos 40min do segundo tempo, com Aírton, o que impediu que os pernambucanos ampliassem a vantagem, que é de dois pontos. Agora, espera-se que o time apresente evolução, mesmo que mínima, para a partida de sexta-feira, contra o Paraná, no Mineirão, fechando o turno. O jogo será às 21h30 e será o primeiro do técnico Luiz Felipe Scolari em casa.





“Nosso trabalho foi diminuto, cheguei há menos de uma semana, estou aproveitando o trabalho antigo e algumas situações que pesquisei. Não dá para discutir algumas situações, pois ainda estou conhecendo tecnicamente o restante do grupo. Em alguns momentos, jogamos com dois pontas abertos e dois atacantes, uma formação perigosa, mas fomos obrigados. Esta semana já houve acordo para diminuir a dívida, com mais prazo para pagar. Agora é dar a resposta em campo. Estamos dando os passos que o Cruzeiro precisa. Sobriedade, honestidade. Não é de um dia para o outro, mas dentro de campo tem de ser de um dia para o outro”, afirmou o treinador.
 
 
 
 
Ele se mostrou contente com a entrega dos atletas, ainda que reconheça que muitas coisas não saíram como desejado. “Não tenho o que cobrar desse grupo, que em dois jogos fez quatro pontos e demonstrou muita dedicação. Vou cobrar daqui para frente alguns detalhes que temos de melhorar, mas não é de um dia para o outro. Não vamos sair da situação em três ou quatro jogos. Vamos devagar, vamos sair da situação, mas não devemos cobrar desses meninos a atual situação do Cruzeiro”.

Com a mesma formação que começou o jogo na terça-feira, quando estreou com vitória por 1 a 0 sobre o Operário-PR, em Ponta Grossa, Scolari tentou aproveitar a “postura tática razoável” apresentada, segundo palavras do treinador. E, aos 11min, Arthur Caíke obrigou Jefferson a grande defesa com chute da entrada da área. Mas quem marcou foram os donos da casa, com Vinícius. Aos 20min, ele avançou, aproveitando desorganização do time celeste e bateu no canto ao se aproximar da área, com Fábio ainda tocando nela, mas não impedindo o gol.





Dois minutos depois, a Raposa quase empatou em cabeçada de Ramon, que mandou muito próximo. Já aos 32min foi a vez de Kieza ter a chance de fazer o segundo, pois conseguiu tirar de Fábio e só não marcou porque Ramon tirou quase em cima da linha. No fim do primeiro tempo, Fábio salvou o Cruzeiro ao desviar falta cobrada por Jean Carlos.

Os mineiros voltaram do intervalo com Patrick Brey no lugar de Matheus Pereira, contundido, e Sassá na vaga de Marquinhos Gabriel. Já os pernambucanos trocaram Jorge Henrique por Erick e ele infernizou a defesa celeste. Primeiro com um chute da entrada da área, aos 7min, para fora. Quatro minutos depois, recebendo lançamento pela direita e tocando na saída de Fábio, só não marcando porque Cacá tirou quase em cima da linha novamente.

A primeira chegada celeste foi aos 16min, com Marcelo Moreno batendo de virada para fora. Mas foi só, pois o Cruzeiro permaneceu sem ideias ofensivas. Mesmo assim conseguiu empatar aos 40min, em jogada de três atletas que entraram com o jogo em andamento: Filipe Machado acionou Patrick Brey, que cruzou da esquerda para Aírton, no primeiro pau, desviar de cabeça. A partir de então o Cruzeiro ensaiou uma pressão. Mas não conseguiu marcar o segundo gol.






 
 
 
Análise do jogo:

Cruzeiro precisa seguir somando pontos

Em situação normal, sair para fazer dois jogos e voltar com quatro pontos para Belo Horizonte é ótimo para qualquer equipe. Mas a situação do Cruzeiro é tão ruim que não há motivos para comemorar, até porque o time segue na zona de rebaixamento da Série B do Campeonato Brasileiro depois de vencer o Operário-PR e empatar com o Náutico.
Ontem, no Recife, mais uma vez o time jogou mal, cometeu erros na defesa e foi inofensivo no ataque na maior parte do tempo. Isso diante de uma das piores equipes da competição – o Timbu tem apenas 37,3% de aproveitamento. Ao menos o técnico Luiz Felipe Scolari reconhece que há muito a ser feito. E pede tempo para conseguir dar à equipe o mínimo desejado, concatenando jogadas, tendo movimentos sincronizados e realizando triangulações, o que não ocorre atualmente.
Como os antecessores, ele têm dado preferência a jogadores experientes, como Marcelo Moreno e Sassá, em detrimento de garotos. Admite não conhecer bem o grupo ainda, mas já pode começar a pensar em lançar mão de atletas como os atacantes Welinton e Zé Eduardo. Também fica a expectativa da volta de jogadores importantes, como o lateral-direito Cáceres e o zagueiro Manoel. Eles são experientes, como gosta o treinador, e vinham jogando bem até terem problemas médicos.




O importante é Cruzeiro seguir somando pontos. Se mantiver a aproveitamento sob o comando de Scolari, pode até não subir, mas não correrá risco algum de rebaixamento. (Paulo Galvão)
 
 
 
 
 
América quer manter a boa fase no jogo contra o Corinthians pela Copa do Brasil


Consolidado no G4 da Série B do Campeonato Brasileiro, na qual é vice-líder, o América volta as atenções para a Copa do Brasil, pela qual faz o jogo de ida das oitavas de final, contra o Corinthians, quarta-feira, às 21h30, no Itaquerão. A intenção é levar a boa fase dos pontos corridos para o mata-mata, chegando às quartas de final pela primeira vez.

A tarefa não será das mais fáceis, pois o Coelho nunca ganhou do Timão em São Paulo. Em seis jogos, foram cinco derrotas e um empate, com 15 gols sofridos e cinco marcados. Isso, porém, não assusta os americanos. A intenção é vencer este primeiro jogo, mas o empate não será considerado mau resultado, até por decidir a vaga em casa, na outra quarta-feira.

“O jogo com o Corinthians é totalmente diferente (da Série B), um mata-mata, um tempo em São Paulo, outro em Belo Horizonte. O Corinthians tem o favoritismo, mas estamos confiantes em fazer grandes jogos, mostrar nosso trabalho e tentar de tudo para passar de fase, o que seria histórico para o América”, afirma o técnico Lisca, que desde o fim do jogo em que o Coelho bateu o Confiança por 2 a 1, na noite de sábado, começou a pensar no duelo com o Corinthians.





Segundo ele, é de duelos como o que se avizinha que os profissionais do futebol gostam. Então, a motivação é total. “Esta é uma grande oportunidade para todos nós, clube, comissão técnica, jogadores, diretoria, funcionários, torcida, mostrar nosso trabalho, o caráter do nosso clube. Não podemos nos encolher, agora é hora que a gente precisa jogar realmente. Esse é o jogo que todo mundo quer jogar, TV aberta para o Brasil inteiro, todo mundo de olho. Vamos animados, mas com organização, competitividade, qualidade”.

Os atletas têm realmente pensamento nesse sentido. Para eles, o momento é de dedicação total para seguir no bom caminho na temporada. “A gente está confiante para o jogo de quarta-feira, contra uma equipe grande, que já foi campeã do mundo. Sabemos que podemos ir lá e fazer um bom jogo, colocar em prática o que a gente vem treinando e sair com o resultado positivo”, argumenta o zagueiro Anderson Jesus, autor do primeiro gol contra os sergipanos, o primeiro dele com a camisa americana.

Segundo ele, por se tratar de mata-mata, que não dá muita margem para vacilos, o time precisará entrar em campo mais ligado que o normal. “A gente tem feito boas partidas. Claro que tem jogos em que cometemos erros, mas isso é normal. O importante é saber que agora não pode errar. Se entrarmos concentrados, poderemos sair de lá com o resultado positivo”, diz.





GRUPO FORTE 

O defensor se tornou titular com a contusão de Eduardo Bauermann, que passou por cirurgia do menisco no joelho esquerdo. E como outros que ganharam oportunidades, como o atacante Leo Passos, não deixou a qualidade cair, o que é comemorado pela comissão técnica.

“Conseguimos bons resultados, mesmo tendo perdido jogadores importantes, como Rodolfo, Felipe Augusto e Alê”, ressalta Lisca, que não quer saber de acomodação, mesmo com a volta dos titulares. “Demos um salto legal nas últimas cinco rodadas, nos consolidamos no G4. Mas tem muita água para passar debaixo da ponte. Estamos cuidando com calma, na ponta dos dedos, para a gente alcançar os 30 pontos que faltam para a gente atingir o objetivo, que é chegar à Série A do Campeonato Brasileiro”. (PG)

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