Depois de conquistar quatro vitórias seguidas, o Atlético caiu de rendimento no Campeonato Brasileiro. Nos últimos cinco jogos, apenas um triunfo – foram ainda dois empates e duas derrotas. Mas qual é o motivo da queda do time na competição nacional? O Estado de Minas lista algumas falhas nos últimos confrontos.
1 – Dificuldade em neutralizar contra-ataques
O Atlético joga bem avançado, às vezes, com todos os jogadores de linha no campo do adversário. A estratégia propicia aos rivais a chance do contra-ataque, principalmente quando o Galo não consegue recuperar a bola rapidamente após perdê-la.
"(Sofre com contra-ataques) Porque é a única equipe que se planta totalmente no campo rival. Então, tem de parar transições o tempo todo. Em meio a esse desejo de atacar, quando estamos em inferioridade posicional, os rivais aproveitam no que vêm fazer: jogar por uma bola só, contragolpear rapidamente se aproveitando de um erro ou um ataque malsucedido", disse o treinador argentino.
O Atlético teve dificuldades com contra-ataques dos adversários em algumas partidas: derrotas para Botafogo (2 a 1), Santos (3 a 1), Fortaleza (2 a 1) e Bahia (3 a 1) e mesmo quando não perdeu, como contra Fluminense (1 a 1) e Corinthians (3 a 2).
2 – Erros nas finalizações
Contra o Sport, sábado, no Mineirão, o Atlético finalizou 26 vezes e não conseguiu balançar as redes. Nos últimos três jogos (incluindo o empate com o Fluminense e a derrota para o Bahia), foram dois gols em 60 tentativas.
A queda de rendimento “na frente do gol” fez o time perder o posto de melhor ataque. O Galo balançou as redes 31 vezes, uma a menos que o Flamengo, que nas últimas três partidas marcou oito gols.
Após o empate com o Sport, Sampaoli reconheceu que falta calma para concluir. “Lamentavelmente, não estamos conseguindo fazer o gol. Isso faz com que se transforme a necessidade ou o desejo em nervosismo. A verdade é que são jogos que merecem um pouco mais de tranquilidade para terminar as jogadas”.
3 – Elenco curto
Nos últimos jogos, o Atlético sofreu com ‘falta de peças’. No período de instabilidade, ficou sem o zagueiro Junior Alonso, o meia Alan Franco e o atacante Savarino em três confrontos. Na ocasião, até mesmo o jovem Sávio, de 16 anos, entrou jogando.
As peças escolhidas não conseguiram manter o nível dos titulares. No empate com o Sport, com os selecionáveis já disponíveis, o treinador fez apenas duas substituições (entraram Marrony e o estreante Matías Zaracho). O motivo: os suplentes não dariam poder maior de finalização.
“Não havia grandes finalizadores no banco para poder variar”, diagnosticou Sampaoli.
4 – Queda de desempenho individual
A queda de rendimento coletivo começou quando peças importantes para o esquema passaram a ter atuações irregulares. Entre eles, o lateral-direito Guga, o meia Nathan e o atacante Eduardo Sasha.
O lateral-direito, crucial na criação, não teve boa participação nos últimos jogos, principalmente no setor ofensivo. Defensivamente, cometeu erros graves, como contra o Bahia, quando um recuo errado resultou no gol do adversário.
Já Nathan não vem tendo boas atuações. Bem marcado, não está conseguindo se infiltrar na área adversária para tentar a finalização, como fazia com bastante frequência. Nos últimos cinco duelos, só conseguiu cumprir com eficiência a função tática na goleada por 3 a 0 sobre o Goiás, quando, aliás, marcou um gol. Foi a única vitória do Galo no período.
Sasha, que tem aberto espaços para que os meias apareçam como elemento surpresa na área e também prepara as jogadas para os companheiros (duas assistências), vem sendo questionado como centroavante. Fez apenas um gol nos últimos 10jogos. Desde que foi contratado, em 17 de agosto, participou de 15 partidas e foi às redes três vezes.
5 – Previsibilidade facilita para os adversários
O Atlético surpreendeu adversários em seu início com Sampaoli em função de jogadas ‘imprevisíveis’. Mas os treinadores rivais começaram a estudar melhor algumas dessas investidas. Como consequência, o time passou a balançar as redes em menor frequência.
“Tem várias jogadas que a gente treina durante a semana e uma delas é a puxada para dentro e a cavada no segundo pau. Dá para perceber que os adversários estão fechando a gente... Mas é continuar trabalhando, continuar se dedicando, porque no próximo jogo a vitória vai vir”, projeta Nathan.
IPTU, a nova queda de braço com a prefeitura
João Vitor Marques e Thiago Madureira
O presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, utilizou o Twitter para criticar a Prefeitura de Belo Horizonte pelo aumento na cobrança de IPTU sobre a sede do clube e as contrapartidas exigidas para o início das obras da Arena MRV. A administração municipal – chefiada pelo ex-mandatário atleticano Alexandre Kalil (PSD) – afirmou que havia distorções nas taxas pagas e revelou que o acréscimo no valor devido foi de R$ 40.356,05 (referente ao período de 2015 e 2019).
O Atlético, de acordo com a PBH, esteve em novembro entre os proprietários de 23 mil imóveis "notificados a se pronunciar quanto à divergência de área construída, apurada pela Administração Tributária do Município, confirmando ou contestando a apuração fiscal".
Ainda conforme a administração municipal, o clube declarou que a área construída em Lourdes "foi alterada de 2.284,09m² para 2.907,39m²", o que justificaria o incremento de R$ 8.071,21 no IPTU devido por exercício.
Nas redes sociais, Sette Câmara havia disparado contra a administração de Kalil, mas sem citar o nome do prefeito, que se tornou seu desafeto na política atleticana. "PASMEM! Se não bastassem os exageros da Prefeitura de BH ao impor contrapartidas extras de mais de 100 milhões para o nosso Estádio-Arena MRV, agora o ATLÉTICO recebe cobrança de revisão do IPTU da Sede, exigindo do Clube diferenças dos últimos 5 anos. CHEGA!!!!", publicou.
Sobre a Arena MRV, a PBH alegou que as exigências estariam dentro das normas praticadas pelo poder público. "A respeito da construção do estádio do Atlético, toda grande obra gera contrapartidas durante o processo de obtenção das licenças de órgãos ambientais e de trânsito nas esferas municipal, estadual e federal."