Em jogo em que errou bastante na defesa, mas em que não se abalou nem mesmo quando teve um jogador expulso, o Cruzeiro ficou no empate por 3 a 3 com o Guarani, na noite de ontem, no Mineirão, pela 21ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
O time estrelado esteve em desvantagem três vezes, mas conseguiu a igualdade, sendo que o terceiro gol saiu quando William Pottker havia sido expulso, em lance duvidoso envolvendo o lateral Bidu.
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Apesar de somar sete jogos invicta, a Raposa continua mais perto da zona de rebaixamento do que do G-4, com 24 pontos. “Não foi o resultado que a gente queria, mas o empate foi bom pelo que o jogo representou. Agora vamos focar no próximo jogo dentro de casa (contra o Figueirense, dia 20). Temos de continuar trabalhando”, afirmou o atacante Welinton, que saiu do banco de reservas para marcar o gol que deu números finais ao placar.
Apesar de somar sete jogos invicta, a Raposa continua mais perto da zona de rebaixamento do que do G-4, com 24 pontos. “Não foi o resultado que a gente queria, mas o empate foi bom pelo que o jogo representou. Agora vamos focar no próximo jogo dentro de casa (contra o Figueirense, dia 20). Temos de continuar trabalhando”, afirmou o atacante Welinton, que saiu do banco de reservas para marcar o gol que deu números finais ao placar.
O treinador tem pensamento parecido. “O espírito de luta, a determinação, a entrega, foram muito bons. Nossos jogadores tiveram dificuldades com o meio e ataque deles, que dobraram sobre o Patrick Brey, tivemos de colocar o Jadsom Silva lá para ajudar na marcação. O Guarani foi bem, mas nosso time também, tanto que buscou três vezes o empate. Foi um resultado que nos dá a chance de fugir dessa situação”, disse Scolari. Com o resultado, o Cruzeiro mantém a invecibilidade sob comando do Felipão e permanece em 15º, fora da zona de rebaixamento.
O chute de Jadsom Silva com apenas 27 segundos, assustando Gabriel Mesquita, foi apenas o prenúncio de um jogo eletrizante. Os visitantes não se intimidaram em estar fora de casa e aos 14min abrir o marcador, com Murilo Rangel teve liberdade para acertar bela finalização de perna direita da entrada da área, sem chance para Fábio.
Aos 21min os mineiros conseguiram empatar com Manoel. Depois de escanteio cobrado por Régis na esquerda, o defensor subiu bem e cabeceou consciente. O jogo seguiu aberto. Aos 23min, Lucas Crispim contou com a sorte para vencer a marcação e cruzou, mas Renanzinho não pegou bem dentro da pequena área. Dois minutos depois Willian Pottker respondeu para o Cruzeiro cabeceando na trave.
Aos 35min Murilo Rangel só não marcou Manoel se jogou na frente da bola. Mas três minutos mais tarde Pablo não teve ninguém para impedir cabeçada no contrapé de Fábio, depois de cruzamento de Bidu. Ainda no primeiro tempo o Cruzeiro empatou. Depois de cruzamento de Cáceres, Sassá tentou de calcanhar e o goleiro rebateu nos pés de William Pottker, que marcou pela primeira vez com a camisa celeste.
DISCUSSÃO
Na descida para os vestiários houve desentendimento entre integrantes das equipes. Na volta do intervalo, com os ânimos serenados, os paulistas aproveitaram desatenção da defesa celeste e pularam novamente à frente. Depois de boa troca de passes, Murilo Rangel só tocou para a rede de dentro da área.
A situação do Cruzeiro se complicou ainda mais aos 11min, quando William Pottker usou o braço para proteger a bola de Bidu e recebeu o segundo cartão amarelo, sendo expulso. A decisão do árbitro causou indignação entre os cruzeirenses. “Não pode ocorrer o que vimos aqui no Mineirão. Não vou falar demais para não ser punido. Mas quem tem de receber punição é a equipe de arbitragem. As imagens são claras e a expulsão foi absurda. Espero que nunca mais eles venham aqui apitar jogo do Cruzeiro”, protestou o presidente celeste Sérgio Santos Rodrigues.
Aos 30min, Filipe Machado, que havia acabado de entrar, cobrou falta frontal e acertou a trave. Cinco minutos depois, Patrick Brey cruzou duas vezes até achar a cabeça de Welinton, que empatou de novo. Aos 40min, Bruno Sávio tentou cruzar e por pouco não encobriu Fábio, que se esticou todo para evitar o quarto gol do Bugre. O camisa 1 ainda pegou chute de Eliel já nos acréscimos, garantindo ao menos um ponto para a Raposa.
FICHA TÉCNICA
Cruzeiro 3 X 3 Guarani
- Cruzeiro: Fábio; Cáceres, Manoel, Cacá e Patrick Brey; Ramon (Filipe Machado 29 do 2º), Jadsom Silva, Airton, Régis (Welinton 18 do 2º) e William Pottker; Sassá (Thiago 25 do 2º)
Técnico: Luiz Felipe Scolari - Guarani: Gabriel Mesquita; Cristovam (Eliel 33 do 2º), Victor Ramon, Walber e Bidu; Bruno Silva (Matheus Souza 44 do 2º), Lucas Crispim e Murilo Rangel (Marcelo 33 do 2º); Pablo, Renanzinho (Giovanny, intervalo) e Bruno Sávio (Alemão 43 do 2º)
Técnico: Marcelo Barbosa (interino) - 21ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro
- Estádio: Mineirão
- Gols: Murilo Rangel 14, Manoel 21, Pablo 38 e William Pottker 44 do 1º; Murilo rangel 5 e Welinton 35 do 2º
- Árbitro: Pathrice wallace Corrêa Maia (RJ)
- Assistentes: Silbert Faria Sisquim e Thiago Rosa de Oliveira (RJ)
- Cartão amarelo: Cristovam, Filipe Machado (*)
- Cartão vermelho: William Pottker
- Próximos jogos do Cruzeiro: Figueirense (C), Chapecoense (F) e Confiança (C)
(*) Suspenso
ANÁLISE DA NOTÍCIA
FELIPÃO TERÁ DE COLOCAR TODA EXPERIÊNCIA A SERVIÇO DO CRUZEIRO
O empate por 3 a 3 com o Guarani mostrou que Scolari e a comissão técnica terão muito trabalho para tornar o Cruzeiro uma equipe minimamente confiável. Ao contrário dos outros jogos sob o comando do gaúcho, nos quais sofreu apenas um gol, o time foi muito vulnerável defensivamente diante do Bugre e poderia ter tido resultado ainda pior se não fossem intervenções do goleiro Fábio e o zagueiro Manoel, além de contar com erros do adversário. De positivo a capacidade de reação. Quando tinha Enderson Moreira ou Ney Franco como treinador, o time se abatia diante das adversidades. Tanto que a única vez que conseguiu reagir após sair atrás no marcador foi justamente diante do time de Campinas, na segunda rodada, quando fez 3 a 2, na casa do adversário. É visível que os atletas estão mais confiantes sob o comando de Felipão. E isso se reflete quando conseguem superar situações adversas, ainda que estejam longe de provocar medo nos oponentes. Outro ponto positivo é que o treinador reconhece as carências do grupo e parece saber onde tem de se concentrar durante os treinamentos. Há muitos atletas jovens e outros que, mesmo com mais experiência, ainda necessitam atenção especial para corrigir defeitos que deveriam ter sido eliminados na base. Aos 72 anos comemorados ontem, o treinador revela ter toda a disposição para encarar a empreitada com afinco. Se fizer isso mantendo o bom aproveitamento, certamente ficará bem mais fácil para todos no Cruzeiro. (PG)