“É duro. É a segunda partida que perdemos dois pontos. Foram dois pontos contra a Ponte Preta, que o árbitro Eduardo Valadão, de Goiás, que até agora não conseguimos entender. Ele deu o gol, depois não houve comunicação do quarto árbitro, do Roney (Candido), da Federação Mineira, e eles voltaram atrás. Nós deixamos dois pontos contra um adversário direito sendo muito prejudicados. Hoje, novamente, o árbitro Ivan da Silva Guimarães, de Manaus, apitando pela primeira vez na Série B. Meu amigo Leonardo Gaciba, qual o motivo de fazer testes com árbitros nesse momento da competição? A gente pede que não se repita isso. Sou meio contra o VAR, mas, se tem o VAR, estaríamos com mais quatro pontos e teríamos 44 pontos”, declarou Lisca, em entrevista coletiva divulgada pelo América após o jogo em Cuiabá.
No jogo contra a Ponte Preta, ainda no primeiro tempo, o árbitro Eduardo Tomaz de Aquino Valadão (GO) anulou o gol de Felipe Azevedo ao entender que a bola havia resvalado no braço de Rodolfo antes de balançar a rede. Lisca reclamou bastante da decisão da arbitragem e, ao final do jogo, foi expulso por cobrar novamente explicações de Valadão. Ele cumpriu suspensão na partida desse sábado - Cauan de Almeida ficou no banco do Coelho.
Inconformado com os constantes erros, Lisca cobrou a profissionalização dos árbitros no futebol brasileiro. “Estamos num momento difícil na competição, contra adversários diretos e uma Copa do Brasil no meio, então não pode ter erros assim. Eu peço, eu imploro à CBF, ao Gaciba, vamos profissionalizar a arbitragem, vamos dar melhores condições para os árbitros trabalharem, receberem melhor. Os árbitros precisam ser profissionais como todos nós somos. Eu apresento todo jogo a arbitragem (aos jogadores), e eles (árbitros) têm sempre outra profissão. Eles não conseguem se preparar. Não estou falando que eles estão mal-intencionados, eles erram demais, e não tem cobrança. Não temos 25 árbitros contratados para Série A e Série B, ranqueados, valorizados, pagos. Errou? Vai para o fim da fila. É assim em tudo que é profissional no futebol. Não estamos questionando a idoneidade da arbitragem, estamos questionando os erros cruciais”, ressaltou.
“A gente pede que o futebol brasileiro escute isso. Eu escuto reclamação do Fortaleza, do Ceará, do Corinthians, da Ponte Preta, do Cuiabá, e ninguém resolve. Nem com o VAR resolve. Os erros se acumulam, e a gente não consegue encontrar solução. E a solução é a profissionalização da arbitragem”, defendeu.
Por fim, Lisca questionou a escalação de árbitros inexperientes para jogos importantes e lamentou novamente os pontos que o América poderia ter conquistado. “Estamos chateados e tristes. Meu amigo Leonardo Gaciba, que apitava meus jogos do juvenil lá em 1997, dê uma olhada nos árbitros que você está escalando. Não tem mais sorteio, por quê? Árbitros sem experiência, que nunca apitaram na Série B, e colocam numa partida decisiva entre o segundo e o terceiro colocados. Não adianta pedirem desculpa e perdão depois. Os dois pontos já ficaram. E o América é segunda vez que perde ponto por erro crucial da arbitragem”, concluiu.
Sequência do América
Com o resultado desse sábado, o América permaneceu na vice-liderança da Série B, com 37 pontos, sete a menos que a líder Chapecoense. O Cuiabá é o terceiro colocado, com a mesma pontuação do time mesmo, mas leva desvantagem nos critérios de desempate. O Coelho completou o terceiro jogo sem vitória na competição - perdeu por 1 a 0 para o Avaí, fora de casa, e empatou com a Ponte Preta, por 1 a 1, no Horto.
O próximo compromisso do América na Série B será contra o Operário, no sábado que vem, às 16h30, no estádio Germano Kruger, em Ponta Grossa, no Paraná. Antes, a equipe de Lisca enfrenta o Internacional pela partida de volta das quartas de final da Copa do Brasil. Com a vantagem de jogar pelo devido à vitória por 1 a 0, no Beira-Rio, o Coelho decide a vaga nesta quarta-feira, às 21h30, no Independência.