Jornal Estado de Minas

SÉRIE B

Zé Eduardo foi, voltou, saiu, retornou e vai embora de novo

A situação do atacante Zé Eduardo, de 21 anos, fica cada dia mais difícil no Cruzeiro. Após negociação frustrada para ser reemprestado ao América-RN, o jogador retornou à Toca da Raposa II nessa terça (17), mas não só foi advertido por ter se ausentado dos treinos de sábado e segunda-feira, como teria sido comunicado de que não está nos planos do técnico Luiz Felipe Scolari.





“Com a não concretização das tratativas de um novo empréstimo para o América-RN, Zé Eduardo segue como atleta do Cruzeiro e está disponível para as atividades programadas”, limitou-se a informar o clube, em nota.

Já o irmão e empresário do jogador, Erus Andrade, confirmou que ele treinou separadamente à tarde, enquanto o grupo principal teve atividades pela manhã. A comissão técnica teria se irritado com o comportamento dos representantes do atacante, que vinham reivindicando mais chances para ele com a camisa celeste.

O argumento principal foram os nove gols marcados por Zé Eduardo em 11 jogos em 2020, sendo quatro pelo Villa Nova, em cinco jogos, e cinco pelo América-RN, também em cinco duelos. Com isso, criou-se a expectativa de que teria oportunidades reais na Raposa, mas Zé Eduardo contabilizou apenas 20 minutos em campo pelo Cruzeiro, entrando no segundo tempo do empate sem gols com o Oeste, na Arena Barueri, pela 15ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Logo depois, o técnico Ney Franco foi demitido.





Alguns torcedores reclamam que faltou critério à comissão técnica. Afinal, jogadores que não conseguiram bom desempenho tiveram direito a sequência de jogos, enquanto o atleta de 21 anos ficava sempre no banco ou não era nem relacionado para as partidas. Até uma faixa pedindo a escalação de Zé Eduardo foi colocada em frente à Toca da Raposa II.

Questionado, Scolari alegou necessidade de ter jogadores mais experientes em campo para que o Cruzeiro consiga fazer bom papel na Série B. Além disso, buscou informações sobre cada jogador e os observou nos treinamentos antes de tomar decisões.

Assim, a diretoria aceitou ceder o atleta ao América-RN de novo, mas impôs condições, como pagar apenas 20% dos salários e cancelar a cessão de 15% dos direitos como taxa de vitrine em caso de transferência. Além disso, exigiu poder requisitar o retorno a qualquer momento. O Dragão recusou.





Além disso, o contrato assinado entre as partes, com validade até o início de 2024, previa reajuste salarial de R$ 25 mil para R$ 40 mil mensais a partir de janeiro de 2021. A direção queria que essa cláusula fosse suspensa ao longo do próximo ano, porém, o atacante acatou a redução somente até abril.

SAINDO

Agora, tanto os representantes de Zé Eduardo quanto o Cruzeiro buscam solução para que o jovem dê sequência à carreira em outra equipe. O pedido para sair da Toca partiu do próprio centroavante, ainda mais depois da chegada de Rafael Sóbis e a possibilidade de contratação de Copete. (Com Paulo Galvão)

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