Pelo terceiro jogo consecutivo neste Campeonato Brasileiro o torcedor do Atlético não verá em campo a equipe ideal que tem segurado as posições de frente da competição. Como em rodadas anteriores, o time pode acumular até 12 desfalques no confronto de hoje com o Botafogo, às 21h30, no Mineirão, pela 23ª rodada. Em meio a um surto de COVID que mantém nove jogadores afastados (sete titulares) e com dois atletas suspensos e um contundido, o Galo se inspira no mote da superação para o duelo em que defende a liderança. Incluindo comissão técnica e diretores, há 29 casos de coronavírus no clube.
Por outro lado, aqueles que estão à disposição já mostram respostas positivas numa formação totalmente desfigurada. O empate de domingo por 2 a 2 com o Ceará, no Castelão, foi visto como sinal de esperança diante das circunstâncias – além das ausências pela doença, a equipe teve o armador Dylan Borrero expulso no segundo tempo e viu o Vovô virar o placar com poucos minutos.
Cientes de que a missão desta noite novamente não será fácil, os atletas se apegam à boa campanha alvinegra e à invencibilidade no returno (77% de aproveitamento). Na primeira metade da competição, o Galo também obteve seu melhor momento nas primeiras três rodadas, com vitórias sobre Flamengo (1 a 0), Corinthians (3 a 2) e Ceará (2 a 0). Sofreu seu primeiro revés justamente diante do Fogão, por 2 a 1, no Rio, numa partida em que dominou completamente, desperdiçou várias chances e foi liquidado no contra-ataque.
Desta vez, porém, deixar de somar pontos pode ser fatal na árdua luta pelo título em fevereiro. Na semana passada, em jogo atrasado pela sexta rodada, o Galo – ainda abalado pelos desfalques por COVID-19 – foi surpreendido pelo Athletico, caindo por 2 a 0 no Mineirão. Anteriormente, havia tropeçado em casa contra Fluminense (1 a 1) e Sport (0 a 0), o que o impediu de disparar na liderança do Brasileiro e acumular gordura mais à frente.
Além das ausências pelo coronavírus, o Atlético tem outros problemas por suspensão e lesão. O lateral-esquerdo Guilherme Arana, um dos destaques alvinegros, levou o terceiro cartão amarelo e não joga. O desfalque vai criar um problema para o técnico Leandro Zago (substituto de Jorge Sampaoli, também infectado por COVID-19), que deve deslocar o paraguaio Junior Alonso para a esquerda. Uma dúvida é quanto à presença do atacante Savarino, que deixou o jogo contra o Ceará depois de pancada na coxa esquerda. O venezuelano fará um teste no vestiário para saber se entra como titular.
Outra ausência é a do lateral-direito Mariano, ainda se recuperando de lesão na coxa direita. Dylan Borrero vai cumprir suspensão pelo vermelho recebido no Ceará.
Os goleiros Victor e Ederson, o lateral Guga, os zagueiros Réver e Gabriel, os volantes Jair, Allan e Alan Franco (ainda retido no Equador) e o atacante Vargas estão cumprindo isolamento em casa.
COMISSÃO DESFALCADA
Isolados, Jorge Sampaoli e os auxiliares Jorge Desio e Carlos Desio vêm trabalhando utilizando vídeos. Com o desfalque de muitos integrantes da comissão técnica, as orientações são passadas por meio do auxiliar Lucas Gonçalves (comissão fixa do Galo) e do analista de desempenho Paulo Castro, único na função que não foi contaminado.
O adversário
Em crise e no Z-4
Sem vencer há oito jogos no Brasileiro, o Botafogo vive seu pior momento na temporada. Mergulhado em dívidas, o clube aparece na zona da degola e não vem tendo forças para sair da crise, anterior à saída do técnico Paulo Autuori, hoje no Athletico. Para piorar, há também grave crise política e administrativa, com eleição tumultuada. No jogo de hoje, o a equipe continua sem o goleiro Gatito Fernández, o volante Cícero e os atacantes Lecaros, Kelvin e Angulo, contundidos. Outra ausência é a do volante Zé Welison, emprestado pelo Galo e que não atua por questões contratuais.