Jornal Estado de Minas

ADEUS A MARADONA

Fiasco contra o Brasil e boas relações com Minas



Diego Armando Maradona teve história ligada a inúmeros países, além da Argentina natal, seja por atuar neles ou contra eles. No caso do Brasil, o camisa 10 tentou rivalizar com Pelé e também fazer frente ao escrete canarinho. Falhou em ambos. Enfrentando o Brasil pela alviceleste, ele esteve em campo seis vezes; com apenas uma vitória, além de dois empates e três derrotas. Marcou uma única vez, no Mundialito de Uruguai, em 1981, e mesmo assim viu o adversário se classificar à final contra os donos da casa. Foram ainda dois jogos por Copas América, um amistoso e dois jogos por Copas do Mundo, sendo que em 1990 conseguiu o resultado mais marcante contra o Brasil. Foi dos pés de Maradona que saiu o passe para Caniggia fazer 1 a 0 e eliminar os brasileiros nas oitava de final.





No geral, “El Diez” disputou 91 partidas e marcou 34 gols pela Seleção Argentina entre 1977 e 1994. Foi campeão e melhor jogador da Copa do Mundo de 1986, no México. Os números ajudam a entender porque Maradona não foi melhor que Pelé, como defendem muitos argentinos. Só em duelos oficiais, o brasileiro marcou 77 gols em 92 vezes com a camisa canarinho. Além disso, conquistou uma Copa do Mundo, a de 1986, contra três do brasileiro, campeão em 1958, 1962 e 1970.

Maradona teve ligações com Minas Gerais. Em 2014, posou com a camisa do Atlético, com o nome do amigo Ronaldinho Gaúcho às costas, imagem que viralizou nas redes sociais. No mesmo 21 de junho, esteve no Mineirão torcendo na vitória por 1 a 0 da Argentina sobre o Irã, pela segunda rodada do Grupo F da Copa do Mundo do Brasil. Houve grande expectativa em Belo Horizonte em 1997, quando o Cruzeiro recebeu o Boca Juniors, pela Supercopa dos Campeões da Libertadores. Porém, já pensando na aposentadoria, Don Diego não veio com a delegação, encerrando a carreira pouco depois sem nunca ter jogador por aqui.

Recepcionado por representantes do governo mineiro em 2014, Maradona elogiou o carinho recebido na capital mineira. “Estou muito contente por estar em Belo Horizonte. Agradeço toda gente de Minas Gerais que está me tratando com muito carinho e muito respeito. E realmente estou muito feliz em estar em Belo Horizonte vendo a Argentina, graças a muita gente que fez com que o acesso ao campo fosse bem mais simples do que no Maracanã”, disse.





Maradona também fez elogios ao Mineirão: "Minas Gerais tem tradição no futebol e merecia um estádio como este. Para o povo de Minas Gerais um abraço grande e um agradecimento para todos porque me trataram muito bem”, completou. Durante o jogo, o telão mostrava com frequência Maradona e sua filha, Gianina, nas cadeiras do estádio. A cada lance, Maradona sofria com o jogo duro. Era dia de um torcedor fanático pela sua seleção. O grito de alívio só saiu da boca do astro nos acréscimos do jogo, quando Messi marcou um golaço de fora da área. Os argentinos ficaram ensandecidos. E o Mineirão virou uma cancha, com cânticos da seleção e saudações ao ídolo maior, Maradona, que estava lá, comemorando como um louco nos camarotes e sendo ovacionado por todos.

RONALDINHO

Ex-craque do Galo, Ronaldinho prestou homenagem a Maradona pelas redes sociais: “Meus sentimentos à família e a todos que amam este gênio. Meu amigo, meu ídolo, meu número 10, obrigado por cada instante em sua cia, seja em jogos ou num simples jantar. Nossas conversas sempre foram muito especiais e guardarei com carinho todos momentos de alegria em campo juntos, onde eu estava ali para te admirar e prestar homenagem a sua grandeza. Me inspirou durante minha carreira e, quando te conheci e jogamos aquele futebol 5, foi uma das melhores noites da minha vida. Estava com meus ídolos em campo. Descanse em paz, meu ídolo, te amo... O bruxo dos bruxos!!! Eterno.”

audima