O Cruzeiro era um dos favoritos a brigar por título e acesso na Série B, a ponto de o presidente Sérgio Santos Rodrigues, em conversa com o elenco no dia 29 de maio, afirmar que o time subiria com tranquilidade. “Quem achou que ia demorar cinco ou dez anos, vai morrer de raiva. Nós vamos subir muito bem este ano, porque a gente confia no elenco, vamos subir e voltaremos a ser competitivos na Série A”.
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Atlético: em 6 dos últimos 7 Brasileiros, melhor ataque foi campeãoSette Câmara cita 6 jogadores do Atlético que valem mais de 10 mi de eurosCruzeiro ainda tem mais risco de cair do que chance de subir para a Série ANathan minimiza perda da liderança e cobra foco do Atlético contra InterPottker sofre lesão na coxa e desfalca Cruzeiro nas próximas rodadasAmérica anuncia consultoria e dá outro passo para se tornar clube-empresaO desempenho rodada a rodada na segunda divisão (veja na galeria abaixo) mostra que o Cruzeiro só esteve de fato na briga pelo G4 ao arrancar com vitórias nas três primeiras rodadas: Botafogo-SP (2 a 1), Guarani (3 a 2) e Figueirense (1 a 0). Na ocasião, o time compensou a perda de seis pontos em decorrência de uma punição na Fifa e alcançou o nono lugar, com três. O Vitória, quarto colocado, somava cinco, assim como a atual líder, Chapecoense (50), à época em sexto. Já o Sampaio Corrêa, hoje em terceiro, com 41, havia perdido todos os duelos e segurava a lanterna.
Na sequência da competição, a Raposa caiu de rendimento com Enderson Moreira, demitido em 8 de setembro, um dia depois do empate por 1 a 1 com o CRB, pela oitava rodada. A diretoria apostou em Ney Franco, que também durou pouco: apenas sete jogos. Depois, convenceu Luiz Felipe Scolari a “abraçar o projeto” e lhe ofereceu contrato até dezembro de 2022, com direito a uma multa rescisória de R$ 10 milhões, segundo o portal UOL.
Com Felipão, o Cruzeiro se tornou mais competitivo, especialmente no setor defensivo, e melhorou alguns aspectos no ataque. Ainda assim, costuma enfrentar dificuldades diante de adversários que se propõem a baixar as linhas e explorar contra-ataques. Foi assim no revés por 2 a 1 para o Confiança, na última sexta-feira, no Mineirão.
Em nove jogos, Scolari ganhou cinco, empatou três e perdeu um, com aproveitamento de 66,66%. Nesse período, o clube diminuiu de 14 para 10 pontos a distância do G4, mas não retornou ao grupo dos dez primeiros colocados. O principal empecilho para essa aproximação é o desempenho ruim no Mineirão - 41% de aproveitamento, com quatro vitórias, quatro empates e cinco derrotas. Há um contraste em relação ao rendimento fora de casa - seis vitórias, três empates e três reveses (58,33%).
Com o moral elevado após ganhar do América por 2 a 1, quarta-feira, no Independência, o Cruzeiro tentará findar a “zica” no Mineirão no jogo contra o Brasil de Pelotas, às 21h de sábado, pela 26ª rodada. Dependendo de uma combinação de resultados, a equipe pode saltar até cinco posições, além de elevar a probabilidade de retorno à elite nacional. Os jogadores estão alinhados no discurso ao falarem nas entrevistas que “não dá para perder mais pontos em casa”.
“Se a gente quer algo maior no campeonato, temos que parar de bobear quando jogamos no Mineirão. A gente joga fora de casa de um jeito e no Mineirão está pecando muito, perdendo muitos pontos. Temos que procurar vencer dentro de casa e dar sequência para que possamos conseguir os objetivos”, declarou o zagueiro Ramon.
“Dentro de casa a gente tem dado uma relaxada, coisa que não pode acontecer. Quem tem que impor o ritmo do jogo somos nós, é o que a gente espera fazer. É descansar, trabalhar e focar nesse jogo de sábado agora, porque será muito importante para a sequência do campeonato. Não podemos pensar mais em perder pontos em casa. Com a bola é ter qualidade, sem a bola é ter humildade de correr, marcar e não ser batido”, complementou o volante Filipe Machado.