Morreu ontem, no Rio de Janeiro, aos 90 anos, Benedito Custódio Ferreira, o “Escurinho”, último integrante do Villa Nova campeão mineiro de 1951, quando venceu o Atlético por 1 a 0, no Estádio Independência, terceiro jogo da melhor de três que decidiu o título. Ele tinha Alzheimer e teve falência múltipla dos órgãos.
Escurinho foi um dos destaques do time do Vila, a partir de 1949, quando tinha 19 anos. Formou um ataque famoso na época, junto com Osório, Vanduca, Chumbinho e Foguete. O sistema de jogo era ainda o WM. O restante do time, a parte defensiva, era formada por Arizona, Madeira e Anísio; Vicente, Lito e Tão.
A decisão do título de 51 foi numa melhor de três e aconteceu em janeiro de 1952. O primeiro jogo, em 13 de janeiro, foi disputado na Alameda, antigo campo do América, e terminou empatado em 1 a 1. A segunda partida, no Independência, em 24 de janeiro, ficou empatada em 2 a 2, e Escurinho marcou um dos gols do Leão do Bonfim. O terceiro jogo, em 27 de janeiro, novamente no Independência, 1 a 0 para o Villa Nova, com gol de Vaduca.
O bom desempenho de Escurinho despertou o interesse do Fluminense, do Rio de Janeiro, que comprou o jogador. Ele atuou nas Laranjeiras até 1964. Pelo tricolor, foi campeão carioca em 1959 e 1964. Lá, atuou na mesma equipe que Telê Santana. Defendeu a Seleção Brasileira, conquistando dois títulos – campeão da Taça Bernardo O’Higgins e Taça Oswaldo Cruz, ambas em 1955.
Pelo Villa Nova, disputou 115 jogos e marcou 53 gols. No Fluminense, é o quinto jogador com o maior número de jogos disputados, 490, tendo feito 111 gols. Pela Seleção, fez um gol. Jogou ainda no Atlético Júnior Barranquilla, da Colômbia, em 1965/66; Portuguesa carioca, 1967/69 e Bonsucesso, em 1970, quando encerrou a carreira. Ao se despedir dos gramados, tornou-se motorista de táxi no Rio de Janeiro, trabalhando até 2006.