A eleição presidencial de dezembro definiu a continuidade do grupo político que comanda o Atlético. Mesmo assim, mudanças serão feitas pelo presidente eleito Sérgio Coelho, que assumirá, em janeiro, o posto ocupado nos últimos três anos por Sérgio Sette Câmara. E algumas das alterações mais significativas serão feitas nas categorias de base.
O novo presidente alvinegro deseja reformular a estrutura de poder e descentralizar o processo de tomada de decisões. No modelo atual de gestão, o principal responsável pelo setor é o “diretor das categorias de base”, posto ocupado desde maio de 2019 por Júnior Chávare, que tem futuro incerto no clube.
A intenção é, a partir de 2021, dividir as responsabilidades do cargo entre pelo menos dois profissionais: um ficará por conta da parte técnica e o outro da administrativa.
“Ter uma gestão técnica e uma administrativa na base. São funções correlatas, mas que têm gestores separados”, disse Sérgio Coelho à Rádio da Massa. “Você tem numa empresa um diretor administrativo-financeiro, um comercial e um de produção. Cada um tem seu papel e faz seu trabalho e reporta a uma pessoa que está acima no organograma”, exemplificou.
“Então, que tenha essa divisão e não fique centralizado tudo na mão de uma pessoa. Acho que vai ser mais produtivo. E também haverá chance maior de errar menos. Acho que quanto mais cabeças pensando e participando de uma decisão, a chance de não errar é maior. Então, pretendo, juntamente com a Ernst Young (empresa de consultoria contratada pelo clube), desenvolver um organograma nesse sentido”, completou.
Mudança conceitual
As mudanças desejadas por Sérgio Coelho para a base alvinegra não param por aí. O presidente eleito quer implementar uma alteração conceitual no processo de captação de jovens jogadores. É por aí que passa uma possível saída de Júnior Chávare do clube.
Contratado por Sette Câmara há um ano e sete meses, o diretor da base alvinegra adota uma metodologia que prioriza a busca de jogadores em fase mais avançada de formação (geralmente acima dos 16 anos).
A ideia de Sérgio Coelho, porém, é oposta. O novo presidente atleticano já expressou publicamente que a gestão da base deve apostar na captação de jogadores cada vez mais jovens - e, para isso, cogita contratar uma empresa de consultoria para auxiliar o clube no processo.
“Saiu uma pesquisa que (mostra que), dos 40 jogadores melhor vendidos, 37 chegaram ao clube de 16 anos para baixo: 14, 15, 16 anos. Os dez mais valorizados desse grupo de 40 chegaram com 14 anos. Isso significa que a gente tem que captar o menino com sete, oito, nove, dez, 11, 12, 13 anos. Esse é um trabalho que nós vamos fazer. Precisamos captar esses meninos bem novos”, disse Coelho, sem, no entanto, especificar o estudo a que teve acesso.
Mudança estrutural
O novo presidente do Atlético quer mudar a estrutura física que serve às categorias de base. Para isso, deseja finalizar a construção do campo 7 na Cidade do Galo e transferir as atividades do time profissional para essa área do CT (que ainda conta com os campos 5 e 6).
Dessa maneira, as categorias de base passariam a ocupar o campo atualmente utilizado pelo time profissional.