Revelado nas categorias de base do Cruzeiro, o meia Alex Apolinário, de 24 anos, passou a noite de domingo para segunda-feira sedado, entubado e estabilizado no Hospital de Vila Franca de Xira. O jovem jogador se recupera após sofrer uma parada cardiorrespiratória enquanto defendia o Alverca na partida contra o União de Almeirim, pelo Campeonato de Portugal - terceiro escalão do futebol local.
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No relato, Vicintin confirmou as informações divulgadas na imprensa portuguesa de que Alex está estabilizado e as próximas horas são decisivas para a recuperação do atleta. “Continuo em corrente de oração, já que as próximas horas são chaves”, escreveu.
Presidente do Alverca, Fernando Orge também utilizou as redes sociais para mandar forças ao jogador. “Quando o futebol deixa de ter importância... Alex, vais a vencer este desafio, o desafio da tua vida. Estamos todos a puxar por ti uma força enorme de esperança muita fé”, publicou.
O caso
Alex caiu no gramado aos 27 minutos do primeiro tempo da partida. De acordo com comunicado emitido pelo Alverca, o meia foi "imediatamente atendido pelos profissionais de saúde, devidamente treinados, com desfibrilador, que está sempre presente nos jogos e treinos da equipe".
Antes de deixar o estádio, Alex foi estabilizado pelos profissionais de saúde e só então levado ao Hospital de Vila de Franca de Xira. Durante o atendimento, jogadores dos dois clubes se uniram em uma roda de oração no centro do gramado.
“Foi uma comoção geral, com todos aplaudindo e chorando de emoção. Ele só não faleceu no meio do campo graças ao André (Rocha, fisioterapeuta) e sua equipe bem treinada e equipada, aos bombeiros e à equipe médica, que chegaram muito rápido”, relatou Bruno Vicintin.
Alex chegou às categorias de base do Cruzeiro em 2015 e, nos dois anos seguintes, chegou a fazer 17 jogos pelo time profissional. Após ser emprestado ao Athletico-PR em 2018, deixou o Brasil para defender o Alverca.
Leia o relato completo de Bruno Vicintin
"Vou tentar escrever um pouco do que se passou hoje aqui em Alverca. O jogo ocorria normalmente, de portões fechados. Estávamos assistindo à partida eu, meu filho Massimiliano, de 11 anos, o Arthur e mais dois funcionários do clube.
Por volta dos 27 minutos do primeiro tempo, saindo do banheiro, escutei uma gritaria. Parecia que alguém tinha machucado e o árbitro tinha mandado o jogo seguir. Houve um princípio de discussão entre os jogadores, que naqueles momentos iniciais não entenderam o que estava acontecendo.
Quando vi, o Alex estava caído no centro do campo e as equipes médicas dos clubes corriam para socorrer. Neste momento, o Arthur gritou ao Fernando Orge, presidente do clube, para ligar aos bombeiros e chamar uma ambulância.
Da arquibancada, vi nosso fisioterapeuta André fazer massagem cardíaca no Alex e vi que ele tinha tomado o primeiro choque do desfibrilador. Neste momento, em choque, todos começaram a entender o que estava acontecendo, e o desespero tomou conta de atletas e comissão das duas equipes. Nunca ninguém imaginou passar por isto.
O desfibrilador não é um equipamento obrigatório aqui em Portugal na CNS, (mas) ele estava no banco de reservas com o André e os primeiros socorros foram muito rápidos. Alex teve duas paradas cardíacas no campo e foi reanimado pelo André e pelo Renato com o equipamento.
Um bombeiro torcedor do clube, que assistia ao jogo em um bar, também entrou correndo no estádio para ajudar nos primeiros socorros. A ambulância dos bombeiros de Alverca chegou em menos de 5 minutos e, depois, mais duas ambulâncias chegaram.
O Alex foi colocado dentro da mesma e, no meio do campo, foi reanimado mais duas vezes. Como pelo protocolo médico aqui de Portugal a ambulância só sai com o paciente estabilizado, ninguém sabia o que estava ocorrendo dentro da mesma.
Dentro de campo, o choque tomou conta de todos, e muitas pessoas da cidade começaram a se dirigir ao estádio. O bombeiro primeiro saiu da ambulância dando a notícia que não estavam conseguindo reanimar ele, para o desespero de todos, porém alguns poucos minutos depois saiu novamente falando que tinham conseguido estabilizar o quadro.
Foi uma comoção geral, com todos aplaudindo e chorando de emoção. Alex está sedado, entubado e estabilizado no hospital de Vila Franca de Xira, onde passa a noite. Ele só não faleceu no meio do campo graças ao André e sua equipe bem treinada e equipada, aos bombeiros e à equipe médica, que chegaram muito rápido.
Eu já tinha lido sobre casos assim de mal súbito, mas ver ao vivo com alguém tão próximo é inexplicável, é aterrorizante. Chorei abraçado com meu filho na arquibancada achando que tínhamos perdido ele. Agora, nos resta orar, dar apoio à família e torcer para que ele se recupere o mais rápido possível. Continuo em corrente de oração, já que as próximas horas são chaves."