Da completa escassez à possibilidade de ter opções. Assim está o técnico Jorge Sampaoli com relação aos volantes para escalar o Atlético diante do Bragantino, segunda-feira, às 20h, em Bragança Paulista (SP), pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro. Se contra o Coritiba, em 26 de dezembro, no Mineirão, ele não dispunha de nenhum especialista na função à disposição, agora tem não só Allan, que cumpriu suspensão na última partida, como pode ganhar Jair, liberado pelo departamento médico para a preparação física depois de um mês tratando contusão na panturrilha esquerda. Tudo dependerá da resposta que ele dará. Se for bem e treinar com o grupo, será relacionado.
Ou seja, o treinador não precisará lançar mão de uma formação apenas com armadores, como ocorreu contra o Coxa, gerando algumas críticas. Na ocasião, escalou no meio-campo Hyoran, Nathan e Zaracho (ainda em tratamento após sofrer estiramento na coxa esquerda logo no começo do jogo e dar lugar a Calebe).
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De Maluf a Mattos: Atlético teve sete diretores nos últimos anosMudança na diretoria de futebol do Atlético fortalece SampaoliAtlético abre caminho para contratar Rodrigo Caetano após demitir Mattos Giovanni admite ano ruim e lamenta dois afastamentos em 34 dias no CruzeiroAtlético: Rodrigo Caetano foi ativo no mercado nos últimos anos; relembreO duelo de segunda-feira será o primeiro do Galo em 2021. Hoje, o vice-líder (49 pontos) iria enfrentar o Santos, mas o compromisso pela 28ª rodada foi adiado em função de o Peixe enfrentar o Boca Juniors no jogo de ida das semifinais da Copa Libertadores. Se folga, terá de secar o líder, São Paulo (56), que visita o Bragantino, além do Flamengo (49), que faz clássico com o Fluminense, ambos às 21h30, e o Grêmio (45), que recebe o Bahia, às 19h15.
Com isso, são 16 dias para treinar e descansar, o que é comemorado pelos jogadores. “A gente voltou com força total, com energia renovada depois de descansar com a família. Agora, é treinar firme e pensar no próximo jogo”, disse Allan, referindo-se ao fato de os atletas terem ganhado três dias de folga no Réveillon.
Segundo ele, o ideal seria estar em campo como a maioria das equipes. Porém, o calendário brasileiro não permite isso, sobretudo em meio à pandemia de COVID-19.
“Ficar tanto tempo sem jogar tem um lado bom e outro ruim. Querendo ou não, perde um pouco do ritmo de jogo, por mais que seja final de temporada. Mas a gente pode aproveitar para treinar e corrigir os erros”, argumenta o volante.
Mais que os outros, ele não vê a hora de voltar aos gramados. Afinal, a última partida foi em 16 de dezembro, na derrota por 3 a 0 para o líder, São Paulo, quando acabou expulso.
“Nossa vontade era jogar logo, dar a volta por cima das más atuações que tivemos. Todos os jogadores são assim: quando você não manda bem em um jogo, no dia seguinte já quer jogar e mostrar o seu melhor. Mas vamos trabalhar e nos preparar para pegar o Bragantino.”
Opinião parecida tem o zagueiro Réver. “Temos tudo para conquistar os três pontos. Mesmo sabendo da qualidade do adversário, não há outro resultado que nos interesse que não a vitória”, diz o experiente jogador, que completou 36 anos na segunda-feira.
PROGRAMAÇÃO O grupo atleticano tem treinos marcados para todas as manhãs até domingo, quando viaja para São Paulo à tarde. Depois do Bragantino, o próximo compromisso do Galo é contra o Atlético-GO, dia 17, às 18h15, no Mineirão.
Ex dá as dicas ao provável diretor
Rodrigo Caetano é aguardado na manhã de hoje em Belo Horizonte para ouvir a proposta do presidente Sérgio Coelho para assumir o cargo de diretor de futebol do Atlético. A expectativa é que ele assuma as funções imediatamente para dar sequência ao bom trabalho que vem sendo feito – o Galo é vice-líder do Campeonato Brasileiro e não pode adiar o planejamento da próxima temporada, que começa já no fim de fevereiro.
Se aceitar, Rodrigo Caetano vai substituir Alexandre Mattos, demitido na segunda-feira, quando a nova diretoria tomou posse. E foi com o ex-titular que o executivo buscou informações sobre o clube alvinegro.
“Ele me ligou para perguntar algumas coisas. Dei todas as referências boas do Atlético, das pessoas que estão hoje no Atlético”, contou Mattos, em entrevista à Band Minas ontem. “O Rodrigo, para mim, é uma referência. É um amigo, um companheiro. Se vier mesmo, vai agregar muito, é megavencedor. Como eu disse, é uma referência para todos os executivos (do futebol).”
Mattos revelou também bastidores da conversa que teve com o técnico Jorge Sampaoli para contar que havia sido demitido pelo Atlético. De acordo com o dirigente, a decisão de trocar o comando do departamento de futebol alvinegro assustou o treinador.
“Ontem (segunda-feira), quando fui falar com ele, ele ficou assustado, não entendeu, até falou que ia ligar para as pessoas e tudo. O Sampaoli é um treinador único, que tem característica de jogo única no Brasil, é muito intenso, um cara que cobra muito. Ele veio para o Atlético com algumas promessas de salário em dia, investimento alto, senão ele não viria. E estão cumprindo com ele”, disse Mattos.
Colegiado
A decisão de dispensar o dirigente, que tinha mais um ano de contrato com o alvinegro, foi tomada pelo grupo colegiado que administra o clube, formado pelo novo presidente, Sérgio Coelho, o vice, José Murilo Procópio e quatro empresários: Rafael Menin, Rubens Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães. (PG)