Com duas vitórias em dois jogos em casa, sobre Santos e Fortaleza, o Atlético faz mais uma “final” neste fim de Campeonato Brasileiro, contra o Goiás, hoje, às 21h30, na Serrinha, em Goiânia. Para seguir na cola do líder, Internacional, o Galo tentará voltar a vencer como visitante depois de 50 dias: a última vez foi no 1 a 0 sobre o Athletico, em 12 de dezembro, ainda pela 25ª rodada.
Depois disso, perdeu para São Paulo (3 a 0) e Vasco (3 a 2) e empatou com Grêmio (1 a 1) e Bragantino (2 a 2). Com isso, é o pior visitante entre os integrantes do G-4, com apenas 37,5% de aproveitamento. O Flamengo é o melhor quando joga longe de seus domínios (64,71%), com Internacional em segundo (52,08%) e São Paulo fechando o grupo (50,98%).
Todos no clube sabem que precisam melhorar esse desempenho. E prometem ainda mais empenho na partida de hoje, na qual a vitória é fundamental para que o alvinegro siga na briga pelo título nacional.
“Eu cheguei aqui (em novembro) acreditando na conquista do título. Tivemos algumas quedas de rendimento durante o campeonato, mas agora voltamos a ganhar e estar entre os três melhores do Brasileiro. Vamos jogar em um campo muito difícil, onde o Goiás tem ido muito bem. Não tivemos muito tempo para ver o rival, mas vamos conseguir analisá-lo e enfrentá-lo da melhor maneira possível”, afirma o atacante Eduardo Vargas, autor do segundo gol no triunfo sobre o Fortaleza.
Apesar de estar atrás de Internacional e Flamengo, o Atlético ainda acredita na taça, até porque os dois times que estão à frente se enfrentam na 37ª rodada, no Maracanã. Por isso, resta vencer todos os duelos e torcer para que os rivais percam pontos nos últimos confrontos.
“Nosso pensamento é sempre brigar pelo título. Temos de ter concentração, fazer os gols e vencer os jogos”, diz o jogador.
Ele deverá ser novamente titular, como ocorreu no domingo. Só espera atuar como no segundo tempo, quando se posicionou mais à esquerda do ataque, no setor em que atua Keno, e não centralizado, como no primeiro tempo, quando teve muitas dificuldades.
“Jogando como camisa 9, às vezes você não pega muito na bola, mas me sinto bem em qualquer posição, jogo onde o (técnico) Jorge Sampaoli quiser. No lugar do Keno me senti melhor, participei mais do jogo”, argumenta o chileno, que aposta no ritmo para marcar mais gols. “Tenho de tentar chegar mais vezes à área quando os companheiros, como Savarino e Arana, fazem os cruzamentos. Acredito na minha continuidade e por isso estou trabalhando para tentar fazer mais gols.”
Além de Vargas, Sampaoli levou 24 jogadores para a capital goiana, tendo Zaracho, recuperado de contusão, como novidade. Porém, terá de cortar dois atletas, sendo obrigatoriamente um estrangeiro, pois a CBF só permite 23 relacionados por jogo e cinco não brasileiros entre eles.
O ADVERSÁRIO
Se o Atlético sonha com o título, o Goiás briga contra o rebaixamento, mais provável a cada rodada. O time vem de goleada por 3 a 0 para o Fluminense, no Rio, além de não vencer em casa há dois jogos: foi derrotado por Flamengo (3 a 0) e Ceará (4 a 0).
“Vai ser um jogo muito complicado, contra adversário de qualidade, mas temos de ser fortes mentalmente para atingir o objetivo traçado: permanecer na Série A do Brasileiro”, afirmou o técnico Glauber Ramos.
Atleticanas
» Aeroporto cheio
Anunciado pelo Atlético na semana passada, o atacante Hulk é aguardado hoje em Belo Horizonte. Ele deverá ser recepcionado pela torcida e uma das organizadas já convocou os integrantes para o “AeroGalo”, que é a ida ao aeroporto. Após passar por exames e avaliações, o jogador, de 34 anos, vai assinar contrato por dois anos, com possibilidade de uma temporada extra.
» Marquinhos na Áustria
O Atlético anunciou ontem o empréstimo do meia-atacante Marquinhos ao Austria Viena até 30 de junho. Pelo acordo com o Galo, o time austríaco tem a opção de compra dos direitos econômicos do atleta de 21 anos ao fim do vínculo. O valor não foi divulgado. Ele não disputa uma partida desde 22 de novembro, no empate com o Ceará por 2 a 2, pela 22ª rodada do Brasileirão.
Futuro de ídolos ainda indefinido
Com contrato até o fim deste mês com o Atlético, o atacante Diego Tardelli ainda não jogou sob comando do técnico Jorge Sampaoli e segue com uma possível renovação indefinida. “No momento certo, vai ser debatido. Agora, as conversas que todos nós tivemos foram no sentido de ter o foco só nesta reta final. Qualquer tipo de decisão com relação a isso vai ter o seu momento e vai ter a devida importância que merece”, disse o diretor de futebol, Rodrigo Caetano, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas.
Assim como Tardelli, de 35 anos, outro ídolo atleticano e também campeão da Libertadores em 2013, o goleiro Victor, de 38, tem o vínculo se encerrando até o fim do Campeonato Brasileiro. E definirá sua situação a partir de uma conversa com o empresário e agente, Fábio Mello. A diretoria atleticana aguarda a decisão sobre uma possível aposentadoria ou continuidade. “É uma decisão pessoal. Ele, realmente, está pensando, para que a gente possa desenhar qual vai ser o futuro dele, principalmente na profissão”, declarou Caetano.
No domingo, Tardelli foi finalmente relacionado por Sampaoli para a partida contra o Fortaleza, mas não foi acionado. Após se recuperar de grave lesão no tornozelo direito, sofrida em julho, o atacante treinou por muito tempo para se recondicionar fisicamente. Nas redes sociais, chegou a interagir com publicações que criticavam seu não aproveitamento. “Ele quer ser participativo e colaborativo nesta reta final. Isso é legítimo e só engrandece a imagem que todos nós temos dele”, afirmou o dirigente.
MEIA
Para a próxima temporada, Sampaoli já comunicou à diretoria que deseja a chegada de um atleta experiente para reforçar o jovem meio-campo alvinegro. E o sonho de consumo do treinador argentino é mesmo o compatriota Ignácio Fernández, de 31 anos. A cúpula atleticana voltou à carga para tirar do River Plate um dos grandes jogadores do futebol sul-americano, mas a negociação é considerada complexa.
Rodrigo Caetano, desconversou sobre o tema e não deu pistas sobre o estágio das tratativas com Nacho. “O meu papel e a minha responsabilidade são só falar de negociação quando ela realmente estiver concretizada”, despistou. O interesse do Atlético no meio-campista argentino é antigo. Os primeiros contatos foram estabelecidos em 2020, quando a Diretoria de Futebol ainda era gerida por Alexandre Mattos.
Silenciosamente, o novo diretor tenta chegar a um acordo com o River Plate. De acordo com a imprensa argentina, a multa rescisória de Nacho caiu de 10 milhões de euros (R$ 69,4 milhões na cotação atual) para 7 milhões de euros (R$ 45,43 milhões) em julho. O desejo do Atlético e dos empresários do jogador é que a negociação se dê em valores bem menores.
Destaques na base do Atlético entre 2019 e 2020, o volante Guilherme Castilho, de 21, e o meia Calebe, de 20, serão comprados pelo clube, antecipou Rodrigo Caetano. Em ambos os casos, serão pagos R$ 400 mil por 70% dos direitos econômicos, respectivamente, ao Mirassol e ao São Paulo.