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Estado de Minas Série A

Briga pelo título complica para Atlético

Time alvinegro repete erros e mostra pouca criatividade contra o Goiás, que luta para não cair


04/02/2021 13:02 - atualizado 04/02/2021 13:04

Brigando contra o rebaixamento, time goiano foi eficiente na marcação contra um alvinegro desorganizado (foto: Pedro Souza/Atlético)
Brigando contra o rebaixamento, time goiano foi eficiente na marcação contra um alvinegro desorganizado (foto: Pedro Souza/Atlético)

Um time sem qualquer organização tática, que erra muito e se mostra pouco criativo dificilmente consegue êxito ou mesmo merece ser campeão numa competição de regularidade. Mesmo com 70% de posse de bola e mais de 700 passes trocados no setor de ataque, o Atlético não cumpriu a missão de furar o bloqueio do Goiás, que luta contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Pior: levou um gol no primeiro tempo de cabeça, de Índio, e volta para Belo Horizonte com enorme gosto amargo e cada vez mais distante da briga pelo título.
O resultado joga por terra a possibilidade de o time alvinegro encostar nos dois primeiros colocados, Internacional e Flamengo, que teoricamente têm jogos mais complicados pela 34ª rodada: o colorado pega o Athlético-PR, fora, e o rubro-negro encara o clássico com o Vasco, no Maracanã. Se vencer, o time de Abel Braga abrirá oito pontos de vantagem sobre o Galo, restando apenas quatro rodadas para o fim.

Questionado se a equipe ainda tem chances de buscar o título, o técnico Jorge Sampaoli afirma que pensa em cada passo de uma vez “Penso em ganhar cada jogo. Somos um time jovem, novo, que está tentando construir uma ideia de jogo. Terá que ver com o torcedor (se ainda acredita no título). Pensamos sempre na próxima partida, tentando recuperar os pontos que perdemos hoje (ontem)”.

E de quem foi a culpa pelo revés diante de um adversário que só havia vencido oito vezes na competição? O primeiro responsável foi o técnico Jorge Sampaoli, que mais uma vez inovou na escalação ao optar por três zagueiros contra um rival que fixou apenas um atacante na área. Em seguida, os defensores do Galo mais uma vez falharam na bola aérea, permitindo que Índio (de apenas 1,70m de altura) levasse vantagem na bola aérea. Por fim, os homens de frente – sobretudo o inconstante Vargas e o pouco inspirado Savarino – erraram tudo o que tentaram na partida.

O time visitante até se propôs a ser protagonista e ter a bola desde os primeiros minutos, mas a estratégia não funcionou, diante da alta capacidade de marcação do Goiás. O alvinegro chegou a marcar no primeiro tempo, com Savarino, depois de cruzamento de Vargas da esquerda, mas o venezuelano estava em posição de impedimento, assinalada pelo árbitro de vídeo. Na etapa final, o Galo acertou duas vezes a trave de Marcelo Rangel na mesma jogada: uma com Jair e outra com Alan Franco. Não era a noite de a bola entrar no gol adversário.

“É um jogo muito difícil de poder explicar. A realidade mostra 75% de posse de bola, jogamos o tempo todo no campo do adversário. Um time que só chutou uma vez ao gol e terminou vencendo, enquanto tivemos muitas situações, mas não completamos. Futebol tem dessas coisas. Tivemos um gol anulado de Savarino, que me parece injusto. São situações normais de jogo. Fomos uma equipe que buscou o resultado com capacidade, mas lamentavelmente não conseguimos”, lamentou Sampaoli.

Neste Brasileiro, o mesmo Atlético que encantou o país em vários jogos também se habituou a deixar de somar pontos contra adversários da parte de baixo da classificação. Antes, o alvinegro já havia perdido para Botafogo, Fortaleza e Bahia e empatado com Sport (todas no turno) e foi derrotado pelo Vasco (no returno). “Somos contundentes e os adversários se fecham atrás. Não temos a capacidade de pressão que tivemos em outros jogos. O time que joga somente uma bola e encontra uma possibilidade concreta acaba vencendo”, afirmou o treinador.

Tardelli volta

O aspecto mais positivo do jogo de ontem foi o retorno do atacante Diego Tardelli depois de nove meses ausente em virtude de grave lesão no ligamento do tornozelo direito. E o que se viu foi um jogador com vontade de mostrar serviço, mas ainda longe de seus melhores dias. O camisa 9 jogou por 34 minutos, participou de boas jogadas e finalizou duas vezes, uma delas para fora. Desde que o jogador voltou a ficar à disposição, a torcida pedia que Sampaoli o escalasse, chegando a fazer protestos nas redes sociais. O contrato do atacante vence no fim do Brasileiro.


Análise da notícia

Falta brilho e regularidade

Os torcedores do Atlético não entendem: por que o mesmo time que encantou o país em vários jogos do Campeonato Brasileiro deixa de somar pontos contra adversários da parte de baixo da classificação? Apesar de 70% de posse de bola e mais de 700 passes, a derrota alvinegra para o Goiás chega a ser vergonhosa e surpreendente. Não só por praticamente jogar por terra a chance de título brasileiro. Não só pela incoerência de Sampaoli na escalação ou dos momentos em que a equipe não teve competência para criar jogadas mais inteligentes. Porém, se existe esperança, o torcedor tem de continuar acreditando até que a matemática permita. Mas o campeão se faz pela regularidade e pelo brilho determinado de vários jogadores. O Atlético, atualmente, não conta com nenhum dos dois. (Roger Dias)

Goiás
Marcelo Rangel; David Duarte, Fábio Sanches e Heron; Índio (Douglas Baggio 16 do 2º), Shaylon (Iago Mendonça 35 do 2º), Daniel de Pauli (Taylon 40 do 2º), Miguel Figueira (Ratinho 16 do 2º), Henrique e Jefferson; Fernandão (Rafael Moura 35 do 2º)
Técnico: Glauber Ramos

Atlético
Everson; Gabriel (Jair, intervalo), Réver e Junior Alonso; Allan (Nathan 24 do 2º), Alan Franco (Mariano 15 do 2º), Hyoran e Guilherme Arana; Savarino, Sasha (Marrony, intervalo) e Vargas (Diego Tardelli 15 do 2º)
Técnico: Jorge Sampaoli

34ª rodada do Campeonato Brasileiro
Estádio: Serrinha
Gols: Índio 27 do 2º
Árbitro: Bruno Arleu de Araújo (RJ)
Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa e Thiago Henrique Neto Corrêa Farinha (RJ)
VAR: Rodrigo Nunes de Sá (RJ)
Cartão amarelo: Allan, Índio, Mariano, Jair*, Tadeu e Herón
Próximos jogos: Fluminense (f), Bahia (c) e Sport (f)
*Suspenso

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