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Estado de Minas Futebol mineiro

Cruzeiro aposta em redução de custos

Além de vender jogadores, time tem sede em área compartilhada, para resistir aos impactos de outro ano na B e dívida


09/02/2021 16:02 - atualizado 09/02/2021 16:21

O volante Jádsom, de 19 anos, deve ter transferência para o Bragantino confirmada nesta semana por R$ 5,4 milhões (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press %u2013 28/1/20 )
O volante Jádsom, de 19 anos, deve ter transferência para o Bragantino confirmada nesta semana por R$ 5,4 milhões (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press %u2013 28/1/20 )

O Cruzeiro iniciou ontem, ao se mudar para um espaço de trabalho compartilhado na torre do Shopping Boulevard, o que espera que seja o momento de "virada administrativa”. Com a expectativa de economizar até R$ 2 milhões por ano, além de receber igual valor em aluguel do prédio da Rua Timbiras, a verdade é que pouco em função do momento tão difícil que o clube passa.

Com dívidas na casa de R$ 1 bilhão e amargando mais uma temporada na Série B do Brasileiro, todas as ações para contenção de gastos são bem-vindas, mas de pouco adiantarão se não houver um esforço coordenado com todas as áreas. Uma das principais medidas tem de ser renegociar os débitos de curto prazo, ganhando fôlego e fluxo de caixa.
 
 
Caso contrário, todo o dinheiro que entrar, como o da venda de jogadores, será bloqueado por credores. Ou usado para pagar despesas correntes e salários, não havendo certeza de como os compromissos serão honrados no mês seguinte.

Um caso claro é o do volante Jádsom, de 19 anos, que retirou ação que movia contra o Cruzeiro na Justiça do Trabalho por falta de pagamentos. Com isso, deve ter a venda para o Bragantino confirmada ainda nesta semana, rendendo R$ 5,4 milhões, dinheiro para pagar vencimentos atrasados do futebol e de funcionários.

O valor a ser pago pelo clube paulista corresponde a 40% dos direitos econômicos de Jádsom Silva. O clube celeste manterá 20%, podendo lucrar em transferência futura do atleta, que jogou 41 partidas na temporada 2020 (37 como titular).

Para ter uma folga, teria de concretizar as vendas também do zagueiro Cacá, alvo de equipes do Japão, e do lateral-direito Orejuela, que interessa ao Grêmio e a outros clubes brasileiros, além de agremiações do exterior.

O mesmo vale para a venda de patrimônio, defendida por conselheiros e torcedores. Se for feita a conta-gotas, há risco de a Raposa ficar sem bens imóveis, sendo alguns deles superavitários, como os clubes sociais, e também sem dinheiro, usado para passivos de urgência e não para ajudar a resolver o problema financeiro.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estado de Minas desde o rebaixamento, o ideal é a diretoria conseguir empréstimo a juros mais baixos para pagar dívidas mais altas. Além disso, conseguir autorização para criar o condomínio de credores das demandas trabalhistas também ajudaria bastante. Outro pilar fundamental na recuperação da instituição é conseguir dinheiro novo, com patrocínios e em iniciativas de engajamento dos torcedores, o que não é tão fácil em virtude da proibição de contar com torcida em jogos por causa da pandemia de COVID-19.

Nova mentalidade 

De qualquer forma, o presidente Sérgio Santos Rodrigues defendeu a mudança da sede administrativa do Barro Preto para o Santa Efigênia, em parceria com uma empresa do coworking. “Quando falamos do novo Cruzeiro é com essa mentalidade, corporativa, de trabalho. Estamos muito empolgados. Mais importante do que mudar a sede é a gente mudar a mentalidade do Cruzeiro daqui pra frente. Queremos que o clube melhore e todos aqui vão contribuir para isso. (...) Agora começamos um novo e importante momento”, enfatizou o mandatário celeste.

Nesta semana, ele pode anunciar os primeiros contratados para a temporada 2021. A missão é conseguir voltar à Série A do Campeonato Brasileiro, fazendo jus a valores maiores de direitos de transmissão e de patrocínios.





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