Ignacio Fernández foi protagonista do poderoso River Plate nos últimos anos, mas só recebeu uma oportunidade na Seleção Argentina. O responsável por convocá-lo? Jorge Sampaoli, a quem Nacho reverá no Brasil. O reencontro, contudo, deve durar pouco tempo, já que o treinador negocia com o Olympique de Marseille, da França, e está de saída do Atlético. Outro interessado no argentino é o Al-Hilal, da Arábia Saudita.
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América: Lisca pode iniciar Série A como técnico mais longevo; veja rankingEx-zagueiro, Matheus Barbosa relembra dupla com astro do PSGKeno treina com bola e pode voltar ao time do AtléticoAmérica não renova contrato de Neto Berola, que fica livre no mercadoNovela Jorge Sampaoli esquenta Imprensa colombiana coloca Orejuela, do Cruzeiro, na mira do MillonariosEm 2017, Sampaoli deu a Nacho uma oportunidade na Seleção Argentina. Na ocasião, a estrela do River entrou no segundo tempo do amistoso contra Cingapura. Ficou 20 minutos em campo e contribuiu com uma assistência para Di María marcar o último gol da vitória por 6 a 0. Depois disso, o treinador não voltou a convocá-lo, mas a admiração continuou.
Após uma longa negociação, o Atlético topou pagar 6 milhões de dólares (cerca de R$ 32,4 milhões na cotação atual) livres de impostos ao River Plate para adquirir os direitos de Nacho. Mesmo sem ter a certeza da continuidade do treinador para a temporada 2021.
Não é difícil explicar por que o colegiado que administra o Atlético manteve a ideia de investir alto em Nacho mesmo com a provável saída de quem o indicou.
Técnica
O primeiro e mais forte motivo é técnico. Os empresários que ajudam a administrar o clube - em especial Rafael Menin e Renato Salvador, mais envolvidos nas decisões - entendem que Nacho é unanimidade. Para eles, não há técnico que não queira contar com um dos melhores jogadores do futebol sul-americano.
Em 2019, Diego Armando Maradona disse que Nacho era o melhor do futebol argentino. "Ele tem uma camurça no pé", elogiou. O ex-meia Riquelme e o centroavante Fred, do Fluminense, também se renderam ao meia.
A decisão técnica do órgão colegiado foi corroborada pelo diretor de futebol Rodrigo Caetano. Contratado em janeiro, o dirigente já era admirador do futebol de Nacho. Em 2020, quando trabalhava no Internacional, tentou contratá-lo, sem sucesso.
Desta vez, as negociações avançaram e tiveram desfecho positivo. Caetano foi o responsável por conduzir as tratativas e fechar o acordo, que valerá por três temporadas. O próprio empresário de Nacho, Daniel González, admitiu a importância do dirigente atleticano nas conversas.
“Ajudou (o fato de) que o diretor de futebol do Atlético é o que estava no Inter, que queria levá-lo. Fica um pouco mais fácil”, disse o agente, em entrevista ao TyC Sports, canal de TV argentino.
Experiência
Com ou sem Sampaoli, o órgão colegiado vê em Nacho o nome ideal para aportar experiência e histórico vencedor ao jovem meio-campo atleticano. Atualmente, os jogadores mais utilizados no setor são Allan (23 anos), Jair (26), Alan Franco (22) e Hyoran (27).
Aos 31, a estrela do River pode “dar cancha” ao meio. Nacho acumula 52 partidas de Copa Libertadores na carreira e já a conquistou uma vez, em 2018, como protagonista.
Imagem
O “bônus” da operação para contratar Nacho é a possibilidade de fortalecer a imagem do Atlético no mercado.
O clube alvinegro sabe que o argentino não tem o mesmo potencial comercial de Hulk, outro reforço de peso para a próxima temporada.
Porém, entende que tirar do River Plate um protagonista passa ao mercado uma imagem de que o projeto é audacioso e tem objetivos relevantes.
"Temos uma gestão altamente profissional, adotando todas as melhores práticas de gestão. Tudo isso para que o Atlético se torne o maior time dentro e fora de campo da América Latina", disse o presidente Sérgio Coelho, ao apresentar Hulk como reforço.
Ter jogadores de renome internacional no elenco, como Hulk e Eduardo Vargas, é um meio de seduzir outros reforços. Com Nacho, não foi diferente.