Às vésperas de enfrentar o América, às 16h de domingo, no Independência, pela quinta rodada do Campeonato Mineiro, o Cruzeiro amenizou os problemas financeiros em curto prazo ao pagar os salários de fevereiro, na última quarta-feira (17), quase duas semanas depois do quinto dia útil de março. Como o clube já havia quitado os vencimentos de janeiro de 2021, as pendências restantes com o departamento de futebol são de 2020: dezembro, parte de outubro e o 13º.
Para honrar parte das dívidas, o clube celeste utilizou recursos das vendas de direitos econômicos de jogadores. A transferência do volante Jadsom Silva para o Bragantino rendeu cerca de R$3,24 milhões aos cofres azuis. Já ida do zagueiro Cacá ao Tokushima Vortis, do Japão, foi fechada em quase R$11 milhões (US$2 milhões).
Por contrato, o Cruzeiro tinha direito a 60% do valor da negociação de Cacá - ou seja, R$6,6 milhões. O restante seria fatiado entre Ubaense Esporte Clube (30% - R$3,3 milhões) e o próprio jogador (10% - R$1,1 milhão). A diretoria da Raposa tenta negociar com a agremiação de Ubá, na Zona da Mata Mineira, para ficar com uma quantia superior.
Outras fontes de receita são a saída do lateral-direito Orejuela para o São Paulo, por R$11 milhões, e a participação na Copa do Brasil de 2021, com premiação acumulada R$2,5 milhões até o momento - R$1,15 milhão pelo confronto com o São Raimundo, na primeira fase (empate por 1 a 1), e R$1,35 milhão por encarar o América de Natal, na segunda fase.
Ao mesmo tempo em que respira aliviado por diminuir as dívidas, a Raposa lida com processos trabalhistas. O meia Régis, camisa 10 na Série B de 2020, acionou a Justiça cobrando mais de R$577 mil de remunerações atrasadas, FGTS, 13º e férias. O contrato dele previa ordenado de R$92,5 mil mensais.
Clássico
Em meio às dificuldades econômicas, o Cruzeiro tenta emplacar a terceira vitória consecutiva no Campeonato Mineiro diante de um América que corre o risco de perder peças importantes. O zagueiro Messias é alvo do Bahia, enquanto o atacante Ademir, pretendido pelo Athletico-PR, recusou-se a jogar contra o Treze pela Copa do Brasil, despertando a ira do presidente Alencar da Silveira Júnior.
Em busca do 50º gol pela Raposa, Marcelo Moreno deu a dica para o time alcançar um bom resultado no Independência e, dependendo da combinação, assumir a vice-liderança do estadual. “Sem dúvida é válido saber jogar clássicos. Temos jogadores aqui com experiência, e clássico não pode faltar vontade, garra, união, determinação e concentração. Se levar tudo isso para dentro de campo, não tenha dúvidas de que faremos um grande jogo”.