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Qual é a função ideal para Hulk no Atlético? Comentaristas opinam

Contratado para ser o grande astro do Atlético, o atacante Hulk ainda não conseguiu encontrar seu melhor desempenho no futebol brasileiro. Para além dos números abaixo da expectativa, o rendimento do jogador tem gerado dúvidas a respeito de sua função ideal em campo e da forma como o técnico Cuca pode escalá-lo. O Superesportes ouviu comentaristas sobre o tema.





Hulk foi anunciado pelo Atlético em 29 de janeiro. Após longo período de treinos, a estreia do atacante pelo Galo ocorreu em 7 de março, contra o Uberlândia, em partida válida pelo Campeonato Mineiro. De lá para cá, o jogador já disputou oito partidas pelo clube, tendo marcado um gol e oferecido uma assistência.

Seu desempenho, abaixo da expectativa dos torcedores, fez com que o astro perdesse a vaga na equipe titular para Savarino, que atuava regularmente pela ponta direita na temporada 2020. O atacante brasileiro foi reserva nos clássicos contra América e Cruzeiro, pelo Campeonato Mineiro, e também na estreia atleticana na Copa Libertadores, contra o Deportivo La Guaira-VEN.

Fato é que Hulk, até então, não conseguiu entregar o que se espera. Posicionado aberto pela direita, ele sempre se movimenta para oferecer opção de passe e é bastante acionado, mas tem pecado nas tomadas de decisões e na continuidade das jogadas, especialmente no terço final do campo. Apesar disso, sua qualidade técnica se faz notável a partir de sua visão de jogo e da qualidade nos passes.





A utilização de Hulk tem gerado discussões nas redes sociais. Alguns torcedores acreditam que o atleta pode render atuando mais avançado, como um 'autêntico' camisa 9. Uma parcela menor quer vê-lo como meia, atuando mais por dentro e participando da construção de jogadas. Veja, a seguir, as opiniões de comentaristas sobre o tema.

Paulo Vinícius Coelho (PVC)

O jornalista Paulo Vinícius Coelho, do grupo Globo, acredita que a adaptação ao futebol brasileiro tem sido um fator dificultador para o bom desempenho de Hulk no Atlético. Ao Superesportes, PVC disse que esse processo pode parecer fácil, mas não é.

“Eu acho que o Hulk vai ter um processo de adaptação que não é tão simples de voltar da China para jogar no Brasil. Parece ‘facinho’, mas não é. É outro tipo de futebol. A gente teve o Ricardo Goulart, que voltou jogando bem, mas muita gente que voltou e não chegou no mesmo nível. O Miranda, no São Paulo, está sofrendo agora também para entrar em forma e adaptar ao futebol brasileiro”, pontuou PVC.





O comentarista acredita que Hulk deve atuar mais próximo ao gol adversário, e não como um ponta. Ele classificou o camisa 7 do Galo como um jogador de ‘potência e velocidade’, mas ressaltou a queda física que um atleta enfrenta ao decorrer dos anos.

“O Hulk sempre foi um jogador de potência e velocidade. Outra questão é essa: quando você perde um pouco da sua potência e da sua velocidade com a idade (34 anos), você tem que mudar seu jogo. E ele não é um jogador de alta técnica. O Cuca tem que saber usar com parcimônia, ou seja, usar para extrair o que ele tem de melhor para oferecer, que é a experiência e um pouco da força, do chute. Acho melhor mais perto do gol”, completou.

Raphael Prates

O comentarista Raphael Prates, da Rádio CBN e da ESPN, segue a mesma linha de raciocínio de PVC. Para o jornalista, a reinserção de Hulk ao contexto do futebol brasileiro demandará tempo.





“Eu acho que tem que ser ponderado o fato do Hulk estar voltando do futebol chinês. Por que eu falo isso? Nós tivemos exemplos recentes de jogadores que estavam na China e voltaram ao Brasil, que tiveram tempo de adaptação, e alguns não conseguiram jogar aqui. Exemplo: Hernanes no São Paulo, Ramires e Ricardo Goulart no Palmeiras. Esses jogadores voltaram do futebol chinês com a imagem de brasileiros que viram jogá-los aqui, depois viram menos na China, e quando voltaram ao Brasil, muita gente achando que resolveriam jogos. Isso leva tempo. Claro que vai ter exemplo de jogador que voltou da China e voou, mas eu acho que é exceção para confirmar a regra. Tem de ter um tempo”, opinou Prates ao Superesportes.

Apesar disso, o jornalista acredita que o atacante está sendo utilizado na função correta, pela ponta direita. Segundo Prates, se não for acionado como ponta, Hulk deve ocupar o banco de reservas no Atlético.

“O Hulk que está jogando agora no Atlético não é aquele Hulk de quatro, cinco anos atrás. É um outro jogador, que depende muito da condição física e, nesse momento, eu imagino apenas jogando do lado do campo. Vi pouco em outra função, como um 10 por exemplo, talvez como um 9. O Cuca gosta de jogadores que se mexam muito do meio para frente, mas, inicialmente, ele pode ser utilizado no lado do campo. Em outra posição, talvez como um 9, só com outro funcionamento do time. Do jeito que funciona hoje, é na ponta ou no banco”, completou.

Juca Kfouri

Juca Kfouri, colunista do UOL, foi enfático na avaliação sobre Hulk. Para o comentarista, o camisa 7 do Atlético é um jogador 'apenas midiático'.

“A contratação dele foi um erro grave. Hulk é apenas midiático. Desde que foi convocado na cota dos com mais de 23 anos para disputar a Olimpíada de 2012, e ficou na reserva, mostrou não ser o centroavante que o Galo precisa”, disparou.




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