Jogador de linha com mais tempo de Cruzeiro, o zagueiro Leo pode estar de saída do clube depois de 11 anos. Ele tem contrato até o fim de 2022, mas teria chegado a acordo para rescisão e seguiria a carreira em outro clube, deixando espaço para jovens como Weverton e Paulo, além dos mais rodados Ramon e Eduardo Brock.
No fim da noite, por meio de suas páginas nas redes sociais, ele negou que esteja se despedindo, embora sinalizasse que houve conversas nesse sentido. “Fala, pessoal, tudo bem? Venho aqui esclarecer as notícias e (em resposta sobre) o tanto de mensagem que recebi também. Vim esclarecer (as notícias) sobre a minha saída do Cruzeiro. Até então não tem nada decidido, não tenho interesse de sair do Cruzeiro, todos sabem do carinho que tenho pelo clube e pela torcida. São 400 jogos e inúmeros títulos com essa camisa”, disse.
Embora fontes ligadas à diretoria indiquem a rescisão contratual, ele diz que segue nos trabalhos na Toca II. “A gente vem se empenhando como foi no trabalho de hoje (ontem) pela manhã. Estamos focados aqui no clube em exercer o melhor. Até então não tem nada decidido. Se tiver alguma coisa, vou ser o primeiro a falar, porque sempre fui leal e tive caráter e profissionalismo. Vocês vão saber isso da minha boca”, complementou.
A se confirmar, seria o segundo zagueiro veterano a deixar o clube só neste mês, pois há 15 dias Manoel, de 31 anos, se transferiu para o Fluminense. Em ambos os casos, o maior motivo estaria ligado aos salários, bem acima do que a Raposa pode pagar atualmente, quando amarga a Série B do Campeonato Brasileiro.
O último jogo de Leo, de 33 anos, foi em 19 de setembro, quando o Cruzeiro acabou derrotado por 3 a 1 para o CSA, pela 10ª rodada da Série B. Depois disso, ele chegou a ficar no banco de reservas no reencontro com o clube alagoano, em 15 de dezembro, no Independência, pela 29ª rodada.
Porém, lesão em cartilagem do joelho direito o impediu de seguir à disposição. Para tentar resolver o problema, passou os três primeiros meses de 2021 em tratamento em Chicago, nos Estados Unidos, e se reapresentou na Toca da Raposa II no dia 5, fazendo trabalho de recondicionamento muscular.
Leo vestiu a camisa celeste entre 2010 e 2020. Ele somou 401 jogos e 22 gols marcados, sendo o terceiro zagueiro que mais marcou com a camisa celeste, depois de Cris (25 gols em 260 partidas) e Geraldão (30 gols em 170 duelos).
Em mais de uma década no clube do coração, o jogador, natural de Belo Horizonte, mas que começou a carreira no Grêmio, levantou quatro troféus nacionais: dois do Campeonato Brasileiro (2013 e 2014) e dois da Copa do Brasil (2017 e 2018). Além disso, foi campeão estadual em quatro oportunidades: 2011, 2014, 2018 e 2019.
Estreladas
Sem acordo
O Cruzeiro e o zagueiro Cacá não chegaram a acordo na primeira audiência na Justiça do Trabalho sobre ação movida pelo defensor, que cobra quase R$ 600 mil do clube. Em videoconferência realizada ontem, as partes rejeitaram conciliação e também não reivindicaram apresentar mais provas ao processo. Nova audiência está marcada para 25 de maio.
Reapresentação
Depois de ganhar folga na segunda-feira, os jogadores do Cruzeiro retornaram aos treinamentos na manhã de ontem, na Toca da Raposa II. Foi a primeira das cinco atividades programadas para a semana que antecede o jogo de ida das semifinais do Campeonato Mineiro, contra o América, domingo, às 16h, no Mineirão. A novidade pode ser a volta do atacante Rafael Sóbis, livre de suspensão.
Hora de vencer o 'fantasma' das semifinais
Lucas Bretas*
Com vantagem nas semifinais diante do Cruzeiro, o América brigará contra um retrospecto ruim nessa fase do Campeonato Mineiro neste século. De dez confrontos disputados desde 2001 nessa etapa da competição, o alviverde avançou em apenas duas oportunidades.
O Coelho encerrou a primeira fase da atual edição do Estadual na segunda colocação, com 22 pontos, enquanto a Raposa ficou em terceiro, com 20. O primeiro duelo de ida será domingo, às 16h, no Mineirão. A volta está marcada para a semana seguinte, no Independência.
Por ter feito melhor campanha, o Coelho jogará por dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols para avançar. Nas semifinais contra o rival celeste no século, porém, leva desvantagem. O time alviverde eliminou os celestes em duas oportunidades (2012 e 2016), mas foi superado em três (2004, 2017 e 2019).
Agora, além de ter melhorado sua condição ofensiva, o América conta com a segurança do goleiro Matheus Cavichioli para brigar pela vaga na decisão. Titular absoluto na temporada e responsável por garantir a classificação à terceira fase da Copa do Brasil 2021, ele vem se destacando também por ser um bom defensor de pênaltis.
O jogador diz que uma de suas inspirações é o ex-goleiro Taffarel, tetracampeão pela Seleção Brasileira e ídolo do Atlético, onde atuou entre 1995 e 1998. Outro em quem se espelhou é Zetti, que fez história no São Paulo.
“Eu venho de uma época em que tinha muitos nomes, mas em especial, para mim, são Taffarel e Zetti. São dois nomes que eu vi jogar. Partiu deles a minha vontade de ir para o gol. Sem dúvida, ouvir uma narração de quando gritavam o nome deles após uma defesa foi uma grande inspiração para que eu estivesse aqui buscando meu espaço”, afirmou o americano.
REDENÇÃO Cavichioli foi contratado pelo América para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro de 2020. Sua estreia foi no empate por 1 a 1 diante do Operário-PR, na terceira rodada do torneio, no Estádio Independência. De lá pra cá, esteve em campo em outras 52 oportunidades.
No duelo da segunda fase da Copa do Brasil contra o Ferroviário-CE, após uma falha que custou o empate por 1 a 1 nos minutos finais do jogo, Cavichioli foi responsável por assegurar a classificação do Coelho à terceira fase nos pênaltis. O arqueiro defendeu duas das cinco cobranças da equipe cearense e se redimiu pelo erro.
* Estagiário sob supervisão do subeditor Eduardo Murta
O Coelho nas semi
2004 eliminado pelo Cruzeiro
2006 eliminado pelo Ipatinga
2011 eliminado pelo Atlético
2012 eliminou o Cruzeiro
2014 eliminado pelo Atlético
2016 eliminou o Cruzeiro (foi campeão)
2017 eliminado pelo Cruzeiro
2018 eliminado pelo Atlético
2019 eliminado pelo Cruzeiro
2020 eliminado pelo Atlético
Em 2001, o estadual não teve semifinais. Em 2002, os clubes de Belo Horizonte disputaram o Supercampeonato Mineiro