A meta do Cruzeiro é se transformar no primeiro clube-empresa do Brasil com as especificidades da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) – que ainda precisa ser aprovada pelo Senado Federal e Câmara dos Deputados. Esse objetivo foi revelado pelo presidente Sérgio Santos Rodrigues em entrevista à TV Senado, na semana passada.
Com estudos internos avançados, o Cruzeiro aguarda a aprovação do Projeto de Lei 5516, apresentado no fim de 2019 pelo senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), hoje presidente do Congresso Nacional. No fim de abril, o parlamentar garantiu que o tema estará em votação ainda neste mês de maio. Se validado, seguirá para apreciação da Câmara dos Deputados.
“A meta do Cruzeiro é ser o primeiro clube-empresa nos modelos da Lei 5516/2019, projeto de lei que tramita no Senado. Tenho certeza que a grande vantagem vai ser a captação de recursos mais segura no mercado”, explicou Sérgio.
“Nosso projeto é, assim que aprovada a lei, transformar (o Cruzeiro em clube-empresa). Estamos com a EY (Ernst & Young), consultoria para poder instaurar esse modelo. Confiamos muito que será positivo para a gente e para os clubes em geral, para captar recursos de forma mais segura”, completou.
O projeto prevê que as equipes poderão se converter em SAFs, ou criar uma SAF como subsidiária, com os ativos relacionados ao futebol. Com a proposta do clube-empresa, pessoas físicas, empresas e fundos de investimentos poderão participar da gestão dos times por meio da compra de ações.
“O Cruzeiro, certamente, até pelo nosso estatuto, na S.A. do Futebol continuará sendo sócio de pelo menos 51% das ações. É óbvio que vamos manter o nome, as cores, em respeito à nossa tradição. Cada um que adotar esse modelo vai ter que saber como lidar com sua torcida”, explicou o mandatário celeste.
Benefícios Sérgio ainda pontuou que o principal benefício do projeto é, justamente, a possibilidade de captar recursos com a venda de ações. Ele destacou que os ativos do Cruzeiro, apesar da crise financeira, são inúmeros. “Pagar (dívidas), tem que pagar de qualquer jeito. A gente não pode deixar de pagar. Mas a forma mais segura de captação de recursos é essa, através do investimento em ações da Sociedade Anônima do Futebol”, disse.
“A partir do momento que tenho a possibilidade de negociar minhas ações... E tenho grandes ativos: contrato de TV, bilheteria, sócio-torcedor. A grande vantagem é essa: captação de recursos. E o investidor entender que isso vai ser uma forma de ele recuperar o dinheiro depois”, completou o dirigente.