Jornal Estado de Minas

CRUZEIRO

Grupo de empresários milionários cogita pacto para ajudar o Cruzeiro

Um grupo de empresários milionários tem discutido meios de ajudar o Cruzeiro a solucionar seus principais problemas, como atrasos salariais, investimentos em reforços e pendências com credores. Formado por cruzeirenses bem-sucedidos, esse colegiado cogita uma aproximação da atual gestão do clube, mas quer uma sinalização do presidente Sérgio Santos Rodrigues de que está disposto a ser flexível na tomada de decisões.





Os empresários vislumbram, como contrapartida para eventual injeção financeira no clube, participação em decisões. Foi o que informou o jornalista Jaeci Carvalho, colunista do Estado de Minas, em seu blog nos portais Uai e Superesportes.

O grupo aguarda um chamado de Sérgio Rodrigues para discutir essa pauta. O presidente já ressaltou em diversas oportunidades o desejo de cumprir o seu mandato no clube até dezembro de 2023.

No blog, Jaeci Carvalho citou nove nomes: Pietro Sportelli, Eugênio Mattar, José Aloísio Teixeira, Paulo Guimarães, Regis Campos, Pedro Lourenço, Aquiles Diniz, Alex Veiga e Sandro Gonzalez.

Dessa lista, Pedro Lourenço tem histórico de contribuições financeiras ao Cruzeiro, seja para colocar a folha de pagamento em dia ou investir em contratações. O conselheiro patrocina o clube por meio do Supermercados BH.





Outros da lista que já fizeram parceria com o clube são Pietro Sportelli, da Aethra Componentes Automotivos; Paulo Guimarães, do banco BS2 (antigo Bonsucesso); e Regis Campos, da construtora Emccamp. Já Sandro Gonzalez ocupou a função de CEO do Cruzeiro entre fevereiro de 2020 e abril de 2021.

Afastamento

Ao mesmo tempo em que se mantém disposto a auxiliar o Cruzeiro, Pedro Lourenço se afastou do presidente Sérgio Santos Rodrigues. Nesta segunda-feira, o jornalista Emanuel Carneiro, da Rádio Itatiaia, contou no programa Turma do Bate-Bola os bastidores de uma conversa que teve com o empresário.

Segundo Carneiro, Pedro Lourenço disse a Sérgio que o clube precisaria de um técnico mais experiente para a Série B, como Vanderlei Luxemburgo ou Dorival Júnior, além de Alexandre Mattos na função de diretor. O magnata também apontou a necessidade de buscar seis reforços.





Por sua vez, Sérgio Rodrigues se mostrou satisfeito com o trabalho de Felipe Conceição e ressaltou a procura por apenas três contratações. No fim das contas, o treinador acabou demitido após começar a segunda divisão do Brasileiro com duas derrotas - Confiança (3 a 1) e CRB (4 a 3) - e cair na terceira fase da Copa do Brasil diante do Juazeirense.

Pedrinho também não teria sido consultado pela direção nas negociações com o diretor executivo Rodrigo Pastana e o técnico Mozart.

Em suas redes sociais, o jornalista Jorge Nicola relatou o conteúdo de uma conversa com Lourenço, que criticou a forma como Rodrigues conduz o departamento de futebol. “É verdade que eu rompi. Não concordo com a filosofia de trabalho dele. Ele não ouve ninguém”.

Dívida

Em seu balanço financeiro, o Cruzeiro informou ter fechado 2020 com déficit de R$226,5 milhões e uma dívida geral (somando prejuízos de exercícios anteriores) de R$897 milhões. Por causa da queda à Série B, o clube faturou menos de R$120 milhões - 57% a menos que os R$280 milhões de 2019.

Como não obteve o retorno à elite nacional, a Raposa tende a contabilizar um faturamento muito inferior às despesas em 2021, o que pode comprometer ainda mais as já combalidas finanças. Assim, a participação desses empresários em compromissos emergenciais seria fundamental para viabilizar a recuperação econômica em médio a longo prazo.




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