O zagueiro Dedé fez um acordo com o Cruzeiro na Justiça do Trabalho, na noite de quarta-feira. No pacto entre as partes, ficou definido que o atleta está a partir de agora livre no mercado para assinar com um novo clube. O experiente defensor de 33 anos começará a estudar as propostas e definir seu futuro. Na Toca da Raposa II, ele conquistou sete títulos e sofreu com lesões.
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Dedé não disputa uma partida oficial desde 19 de outubro de 2019, quando o Cruzeiro venceu o Corinthians por 2 a 1, em São Paulo, pela 27ª rodada do Brasileirão. Na ocasião, ele machucou o joelho e precisou ser substituído por Cacá. Posteriormente, tentou tanto o tratamento conservador quanto o cirúrgico, porém não alcançou as condições ideais para voltar a jogar.
Nos últimos meses, Dedé treina no estado do Rio de Janeiro para ficar próximo à família e acredita que conseguirá voltar a jogar normalmente, apesar das consequências das lesões e do tempo parado.
Liminar
No dia 22 de fevereiro, Dedé conseguiu uma liminar para rescindir o contrato com o Cruzeiro válido até dezembro de 2021. O clube, porém, em 11 de março, obteve mandado de segurança para derrubar a decisão anterior. O clube alegou que o atleta está com vínculo suspenso por causa da recuperação da lesão no joelho direito. A perícia médica foi determinada pela Justiça em 19 de março para atestar as condições físicas e clínicas do defensor de 32 anos.
Antes, em 28 de janeiro, o jogador não conseguiu o mandado de segurança solicitado e ainda foi condenado a arcar com as custas do processo, no valor de R$ 277.813,33, calculadas sobre R$ 13.890.666,70 atribuídos à causa - considerando a soma de verbas rescisórias (R$3.390.666,66) e cláusula compensatória (R$10.500.000,00). Na petição inicial, datada de 4 de janeiro, o atleta pleiteava R$ 35.258.058,64.
O juiz Paulo Pires, responsável pela decisão, ainda lamentou o argumento dos representantes legais de Dedé, que afirmaram que o jogador estaria submetido a “permanecer como um escravo” no Cruzeiro por não receber salários há vários meses.
Conforme o magistrado, a remuneração de R$ 750.000,00 foi paga ao reclamante ao menos de maneira parcial ao longo dos anos. Além disso, ele citou “o crítico momento socioeconômico por que passa a esmagadora maioria da população brasileira”, na luta para receber “salário mínimo de R$1.100,00” em meio à pandemia de COVID-19 que “vem assolando o mundo”.
Dedé no Cruzeiro
Contratado por R$ 14 milhões ao Vasco, em abril de 2013, Dedé conquistou sete títulos pelo Cruzeiro: dois Campeonatos Brasileiros (2013 e 2014), duas Copas do Brasil (2017 e 2018) e três Campeonatos Mineiros (2014, 2018 e 2019). Em oito anos no clube, o zagueiro esteve em campo em 188 oportunidades e marcou 15 gols. Sua sequência foi prejudicada por lesões nos dois joelhos, a ponto de atuar em apenas 12 ocasiões de 2015 a 2017.
Valores que Dedé cobrava do Cruzeiro
Salários em atraso - R$ 13.782.000,00
Verbas rescisórias - R$ 3.390.666,66
Cláusula compensatória - R$10.500.000,00
FGTS - R$704.400,00
Reflexos incidentes sobre o 13º salário - R$1.032.000,00
Reflexos incidentes sobre 1/3 de férias - R$ 1.045.333,32
Reflexos incidentes sobre FGTS - R$ 1.053.658,66
Indenização por danos morais - R$ 3.750.000,00