Sérgio Santos Rodrigues informou que o Cruzeiro deverá sofrer, até o fim deste mês, mais uma punição da Fifa. De acordo com o presidente, o novo 'transfer ban', que impede o registro de novos jogadores, acontecerá em função da dívida pela compra do atacante Riascos, realizada em 2015 pelo então mandatário Gilvan de Pinho Tavares.
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No fim de junho, o Cruzeiro já ficou impossibilitado de registrar novos atletas pela dívida com o Defensor, do Uruguai, pela aquisição de Arrascaeta, também em 2015. Embora tenha faturado 13 milhões de euros com a venda do meia-atacante ao Flamengo, realizada em 2019, o clube não quitou uma dívida de cerca de R$ 7 milhões com os uruguaios.
Já no caso de Riascos o débito inicial é de 1,145 milhão de dólares (cerca de R$ 6 milhões na cotação atual) com o Mezlatán, antigo Monarcas Morélia, do México. Contratado em janeiro de 2015, o atacante colombiano marcou apenas um gol em 16 jogos realizados com a camisa celeste. Ele saiu do clube em fevereiro de 2017 sem deixar qualquer saudade no torcedor.
De acordo com o advogado Eduardo Carlezzo, especialista em direito desportivo e que atende o Defensor no caso de Arrascaeta, as punições sobre registros de novos jogadores ficam vigentes por três janelas de transferências ou até que o Cruzeiro quite os débitos. "Caso não pague ao final deste período, a gravidade da sanção aumentará, podendo ser aplicável a perda de pontos ou o rebaixamento", explicou.
Denilson
Outra dívida que causa preocupação no torcedor do Cruzeiro é a que envolve o volante Denilson. Pelo débito de cerca de R$ 5,3 milhões pelo empréstimo do volante, realizado em 2016, o time celeste já perdeu seis pontos na Série B do Campeonato Brasileiro de 2020. Uma nova punição neste caso poderia representar até o rebaixamento à Série C.
O presidente do Cruzeiro afirmou, no entanto, que o dinheiro que o clube conseguirá com a venda da Sede Campestre II, já aprovada pelo Conselho Deliberativo e com comprador interessado, servirá para pagar a dívida com o Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos.
"Com relação ao Denilson, pode acarretar uma perda mais efetiva, a grande questão é que a gente conseguiu aprovar a alienação daquela Sede Campestre II, em uma reunião que foi feita ano passado. Desde então, temos procurado compradores. Conseguimos arrumar um, que vai pagar o valor de avaliação, mas são problemas micro do Cruzeiro que as pessoas não sabem", explicou.
"Quando fomos efetivar a venda do terreno, vimos que não estava regularizado. Faltam detalhes de cartório, de patrimônio, diversos documentos a serem conseguidos. Hoje, quem vive no meio da pandemia, sabe como é conseguir uma certidão. Cartório não funciona normal, prefeitura não funciona normal. Tudo atrasando. O que a gente faz é acelerar para resolver isso. Resolvendo, creio que essa dívida pior aí a gente vai conseguir salvá-la o quanto antes", complementou.
Dívidas já pagas
Durante a entrevista coletiva gravada que concedeu nessa quarta-feira, Sérgio também destacou os débitos que já foram pagos pela sua administração. Ele estima que o montante alcança R$ 40 milhões.
"Ano passado pagamos quase R$40 milhões. Efetivamente pagos. Fora alguns que a gente parcelou. Estourou aqui, é nossa responsabilidade, já que assumimos o CNPJ Cruzeiro, mas nos culpar por tudo, creio que está equivocado", opinou.