Disputados desde 1896, os Jogos Olímpicos da era moderna foram adiados pela primeira vez na história por causa da pandemia de COVID-19. Outras mudanças vieram na esteira da alteração da data, relativas sobretudo a medidas para tentar evitar que a Olimpíada se torne um foco de disseminação do novo coronavírus.
Perto de 93 mil pessoas devem ser credenciadas para os Jogos de Tóquio, que terão sua abertura oficial em 23 de julho. Esse número inclui atletas, treinadores, dirigentes, patrocinadores, imprensa, voluntários e demais força de trabalho. Parece muito, mas nem de longe lembra outras edições do evento.
Marcada para 2020, a Olimpíada foi adiada para este ano, mas ainda assim, há muito questionamento a respeito da disputa em meio à pandemia.
Existe também um risco de aumento na transmissão da COVID-19 em Tóquio. A preocupação é tão real que a entrada de turistas estrangeiros no Japão, para acompanhar a Olimpíada, já estava previamente proibida e, nessa quinta-feira (8/7), a presença de público nas arenas foi vetada.
Houve até uma tentativa de flexibilização quanto à presença de espectadores, com a limitação de público a 50% da capacidade das arenas e a determinação de regras como a proibição de gritos, abraços e um rígido distanciamento nas cadeiras.
Mas, com mais um avanço no número de casos de COVID e a decretação de um novo estado de emergência no Japão, os organizadores tiveram de recuar.
Pesquisas mostram que grande parte dos japoneses não é favorável à realização da Olimpíada, especialmente porque o ritmo de vacinação no país ainda está lento.
De acordo com informações coletadas pelo site Our world in data, projeto ligado à Universidade de Oxford, apenas 14% da população está imunizada, o que ocorre, na maior parte das vacinas, com a aplicação de duas doses
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A principal justificativa para a manutenção dos Jogos é o tanto de dinheiro envolvido. Segundo o comitê organizador, o orçamento final superou os R$ 79 bilhões. É a Olimpíada de verão mais cara da história.
Houve um acréscimo de R$ 12 bilhões no valor inicial justamente por causa dos custos adicionais provocados pelo adiamento da Olimpíada.
Nessa conta entram também prejuízos milionários com a proibição de turistas.São contabilizados então a devolução de valores pagos antecipadamente por ingressos, os cancelamentos de reservas em hotéis e os muitos yenes que deixarão de ser gastos em restaurantes, passeios, compras, e tudo mais que poderia gerar renda ao país.
Credenciamentos
Diante de tantas novidades e restrições, foi preciso que um grupo de atletas mães que ainda estão amamentando fizessem um apelo ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos para que pudessem levar seus bebês ao Japão.Um outro caso que ganhou grande repercussão no Brasil foi o do surfista Gabriel Medina. Ele reclamou de não conseguir credenciar a mulher, Yasmin Brunet, como oficial técnico.
Uma vez em Tóquio, os atletas terão de seguir um conjunto de regras que consta em um livro de 70 páginas. Estão previstas punições que vão de advertência à deportação, além de sanções financeiras em casos de descumprimento das medidas contra a COVID-19.
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