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Estado de Minas MARATONA AQUÁTICA

Medalha de Ana Marcela é 34º ouro do Brasil em Jogos; veja todos os campeões olímpicos do país

Ao longo das últimas décadas, Brasil já subiu no topo do pódio em 13 esportes.


04/08/2021 03:42 - atualizado 04/08/2021 13:36


Ana Marcela é a primeira atleta do Brasil a subir no lugar mais alto do pódio na maratona aquática(foto: Reuters)
Ana Marcela é a primeira atleta do Brasil a subir no lugar mais alto do pódio na maratona aquática (foto: Reuters)

Ana Marcela Cunha ganhou o quarto ouro do Brasil na Olimpíada de Tóquio nesta terça-feira (3/8). A nadadora baiana de 29 anos terminou a prova da maratona aquática de 10km em primeiro lugar com o tempo de 1h59min30s8.

Foi a primeira vez que um atleta brasileiro subiu ao lugar mais alto do pódio neste esporte nos Jogos. O melhor desempenho havia sido o bronze de Poliana Okimoto na Rio 2016.

Ana Marcela deixou assim para trás duas decepções seguidas em Olimpíadas. Depois de participar da estreia da maratona aquática nos Jogos em Pequim 2008, quando ficou em quinto lugar, ela não se classificou para Londres 2012, e, na Rio 2016, ficou em 10º lugar — e Ana Marcela nunca escondeu que estes dois resultados foram grandes frustrações.

"Eu sonhava muito com uma medalha olímpica, mas ia ter um gostinho especial ser campeã olímpica e eu estou muito, muito feliz", disse ela em entrevista após a prova.

Bicampeonato na vela


Martine Grael e Kahena Kunze ganharam ouro na vela 49er FX(foto: EPA)
Martine Grael e Kahena Kunze ganharam ouro na vela 49er FX (foto: EPA)

Antes dela, também na terça-feira, Martine Grael e Kahena Kunze ganharam o terceiro ouro brasileiro. As velejadoras começaram a última regata em segundo lugar no quadro geral da classe 49er FX, atrás das holandesas Annemiek Bekkering e Anette Duetz que lideravam a disputa.

Grael e Kunze terminaram a corrida em terceiro lugar, mas na frente das holandesas e de todas as outras concorrentes que ainda tinham chances de ouro, garantindo o bicampeonato na categoria, pois já haviam conquistado ouro na Rio 2016.

A vitória da carioca Martine Grael e da paulista Kahena Kunze consolida a supremacia da vela como esporte mais vencedor do Brasil em Olimpíadas. A vela brasileira conquistou oito medalhas de ouro, mais do que qualquer outro esporte.

O ouro desta terça também coroa a trajetória da família Grael na vela. Martine é filha de Torben Grael, conhecido como Turbina, um dos maiores campeões olímpicos da história do Brasil. Torben foi medalhista de ouro em Atlanta 1994 e Atenas 2004, prata em Los Angeles 1984 e bronze em Seul 1988 e Sydney 2000.

Torben e Martine já eram a única dupla de pai e filha campeões olímpicos da história do Brasil como atletas — agora são bicampeões. Juntos eles respondem por 4 das 33 medalhas de ouro do Brasil em toda a história dos Jogos. A vela brasileira também tem outro bicampeão olímpico: Robert Scheidt, que competiu em Tóquio 2021 mas não levou medalhas. Scheidt é o maior medalhista da história do Brasil (confira o quadro completo no final desta reportagem).

Ouro inédito na ginástica feminina

No fim de semana, a ginasta Rebeca Andrade havia conquistado o ouro olímpico no salto, o primeiro do Brasil na ginástica artística feminina.

A brasileira teve média de 15,083 pontos na disputa, a única entre as competidoras a conseguir ficar acima de 15,000. A americana Mykayla Skinner conquistou a prata (14,916). O bronze ficou com a sul-coreana Seojeong Yeo (14,733).


Rebeca Andrade ganhou ouro durante competição de ginástica artística(foto: Reuters)
Rebeca Andrade ganhou ouro durante competição de ginástica artística (foto: Reuters)

E na semana passada, o potiguar Ítalo Ferreira também fez história ao ganhar o ouro olímpico no surfe masculino.

A medalha dele não foi apenas a primeira do Brasil nesses Jogos — ela foi também a primeira da história da competição em Olimpíadas, já que o surfe fez em Tóquio a sua estreia olímpica. De origem humilde, Ferreira começou surfando na tampa do isopor usado pelo pai para guardar os peixes que eram vendidos a restaurantes da praia em Baía Formosa (RN), onde o surfista mora até hoje.

Trajetória recente

Com Grael/Kunze, Rebeca e Ítalo, o Brasil chega a 33 medalhas de ouro em Jogos Olímpicos. Em 125 anos de era moderna das Olimpíadas, a trajetória do país no topo do pódio é recente.

A primeira medalha de ouro foi conquistada nos primeiros jogos olímpicos em que houve participação de atletas brasileiros, em 1920 na Antuérpia (Bélgica). O atirador do exército brasileiro Guilherme Paraense (1884-1968) conquistou o ouro na pistola rápida (o Brasil também conquistou uma prata, com Afrânio Costa, e um bronze, com Paraense).

Ao longo dos primeiros 84 anos de Jogos Olímpicos, o Brasil teve apenas três ouros. Além de Paraense, o paulista Adhemar Ferreira da Silva foi bicampeão olímpico no salto triplo em Helsinque 1952 (onde bateu o recorde mundial) e Melbourne 1956.

Depois disso, o Brasil só foi subir ao topo do pódio olímpico novamente em Moscou 1980. Foram duas medalhas de ouro na vela, esporte que mais rendeu ouros ao país na hitória: oitio.

Desde então, o Brasil só não conquistou medalhas de ouro em uma edição dos Jogos, em Sydney 2000. O recorde de medalhas de ouro aconteceu em casa, na Rio 2016, quando foram obtidas sete medalhas.


Ítalo Ferreira ganhou ouro no surfe na terça-feira (27/07) nos Jogos de Tóquio 2021(foto: Reuters)
Ítalo Ferreira ganhou ouro no surfe na terça-feira (27/07) nos Jogos de Tóquio 2021 (foto: Reuters)

O Brasil já subiu no no topo do pódio em 13 esportes diferentes: vela (oito), atletismo (cinco), vôlei (cinco), judô (quatro), vôlei de praia (três), ginástica (três), maratona aquática, natação, boxe, tiro, surfe, futebol e hipismo (uma em cada).

Confira abaixo todos os campeões olímpicos brasileiros:

1. 1920 Antuérpia: Guilherme Paraense - tiro, modalidade pistola rápida

2. 1952 Helsinque: Adhemar Ferreira da Silva - salto triplo (recorde olímpico e mundial)

3. 1956 Melbourne: Adhemar Ferreira da Silva - salto triplo (bicampeão olímpico)

4. 1980 Moscou: Marcos Soares e Eduardo Penido - vela classe 470

5. 1980 Moscou: Lars Björkström e Alexandre Welter - vela classe tornado

6. 1984 Los Angeles: Joaquim Cruz - 800 metros rasos

7. 1988 Seul: Aurélio Miguel - judô meio-pesado

8. 1992 Barcelona: Equipe masculina de vôlei

9. 1992 Barcelona: Rogério Sampaio - judô até 65kg

10. 1996 Atlanta: Robert Scheidt - vela classe laser

11. 1996 Atlanta: Torben Grael e Marcelo Ferreira - vela classe star

12. 1996 Atlanta: Jacqueline Silva e Sandra Pires - vôlei de praia

13. 2004 Atenas: Rodrigo Pessoa - hipismo - salto individual

14. 2004 Atenas: Robert Scheidt - vela classe laser

15. 2004 Atenas: Marcelo Ferreira e Torben Grael - vela classe star

16. 2004 Atenas: Equipe masculina de vôlei

17. 2004 Atenas: Emanuel Rego e Ricardo Santos - vôlei de praia

18. 2008 Pequim: Maurren Maggi - salto em distância

19. 2008 Pequim: Cesar Cielo - natação 50 metros livre

20. 2008 Pequim: Equipe feminina de vôlei

21. 2012 Londres: Sarah Menezes - judô até 48kg

22. 2012 Londres: Arthur Zanetti - argolas

23. 2012 Londres: Equipe feminina de vôlei

24. 2016 Rio: Rafaela Silva - judô até 57kg

25. 2016 Rio: Thiago Braz - salto com vara

26. 2016 Rio: Robson Conceição - boxe peso leve

27. 2016 Rio: Martine Grael e Kahena Kunze - vela classe 49er FX

28. 2016 Rio: Alison Cerutti e Bruno Oscar Schmidt - vôlei de praia

29. 2016 Rio: Equipe masculina de futebol

30. 2016 Rio: Equipe masculina de vôlei

31. 2021 Tóquio: Ítalo Ferreira - surfe

32. 2021 Tóquio: Rebeca Andrade - salto na ginástica artística

33. 2021 Tóquio: Martine Grael e Kahena Kunze - vela classe 49er FX

34. 2021 Tóquio: Ana Marcela - maratona aquática

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