O Cruzeiro é alvo de mais um processo na Justiça. Humberto Magalhães Santos Pires de Sá, ex-funcionário, cobra mais de R$ 127 mil do clube em ação movida em 27 de agosto, na 17ª Vara do Trabalho. Ele é filho de Wagner Pires de Sá, presidente que ficou marcado por escândalos de irregularidades na gestão e o rebaixamento à Série B, em 2019.
Humberto Pires de Sá cobra indenização referentes a salários, férias, recolhimento de FGTS e multas pelo fim do contrato. O valor total da causa é de R$ 127.557,42. Na época atuando como assessor da presidência, ele se desligou do clube em janeiro de 2020, depois de Wagner deixar o cargo.
O ex-funcionário, que trabalhava na Toca da Raposa I e foi contratado em 1º de março de 2018, logo depois da posse do pai, alegou que exercia o cargo de assessor da presidência. Ele ainda solicitou pedido de justiça gratuita, justificando que não dispõe de recursos financeiros para arcar com as custas processuais. De acordo com a petição, Humberto recebia salário de R$ 12.639.
"A Reclamada (Cruzeiro) não pagou as verbas rescisórias a tempo e modo, não recolheu corretamente o FGTS, estando diversas competências em aberto, bem como não pagou corretamente o décimo terceiro e férias vencidas, conforme abaixo discriminado. Na tentativa de minimizar o prejuízo, a Reclamada voluntariamente forneceu ao Reclamante listagem de todas as verbas em aberto e não pagas, vide anexo. Isto posto, ante o descumprimento pela Reclamada da legislação laboral pátria concretiza-se a necessidade de buscar a tutela jurisdicional pela presente reclamação trabalhista", detalhou a ação trabalhista.
Na petição, Humberto Pires de Sá alega que o Cruzeiro não pagou as verbas rescisórias. Ele cobra R$ 2.527,80, valor referente ao saldo de salário, R$ 10.532,50 de férias proporcionais, R$ 3.861,92 como 1/3 das férias, R$ 13.902,90 de indenização por aviso prévio, R$ 1.053,25 por 13º salário proporcional ao aviso prévio, além de R$ 1.053,25 pelas férias sobre aviso prévio indenizado.
Ele ainda alegou na petição que o Cruzeiro não recolheu devidamente o FGTS durante o período do contrato, e que não recebeu do clube os salários de novembro de 2019, além do 13º de 2019 e o de dezembro do mesmo ano. O ex-funcionário pede multa de 50% caso os débitos não sejam quitados até a data da primeira audiência.
Wagner Pires de Sá presidiu o Cruzeiro de janeiro de 2018 a dezembro de 2019. Além da pífia campanha que levou o clube ao inédito rebaixamento à Série B do Brasileiro, a gestão ficou marcada por escândalos e denúncias de irregularidades administrativas, com a participação de empresários. Ele é investigado pela Polícia Civil após denúncia oferecida pelo Ministério Público, por falsificação de documentos, falsidade ideológica, apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro.