Cruzeiro e Goiás se enfrentam pela 57ª vez na história nesta terça-feira, às 21h30, no estádio da Serrinha, em Goiânia, pela 22ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. A situação de momento mostra o time da casa brigando pelo acesso, em 4º lugar, com 38 pontos, enquanto os mineiros estão na parte de baixo da classificação, em 15º, com 25.
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'Festival' de expulsões (1979)
O jogo entre Goiás e Cruzeiro, pelo Grupo H do Campeonato Brasileiro de 1979, ficou marcado não apenas pela primeira vitória esmeraldina no duelo (3 a 1), mas também pelas 14 expulsões em razão de uma briga generalizada no estádio Serra Dourada. A história foi registrada no Almanaque do Cruzeiro, de autoria do jornalista Henrique Ribeiro.
"O jogo não chegou ao seu final após uma briga generalizada entre os jogadores. O árbitro carioca Aluísio Felisberto Silva expulsou sete jogadores de cada lado e deu a partida por encerrada aos 35 minutos do segundo tempo. O placar de 3 a 1 a favor do Goiás foi mantido. Tudo começou quando o árbitro assinalou um pênalti inexistente para o time goiano, aos 16 minutos de jogo, que originou o gol de empate. No terceiro gol do Goiás, aos 35 do 2º tempo, Éber agrediu o zagueiro Marquinhos, do Cruzeiro, em frente ao árbitro, que nada fez. O lance revoltou os jogadores cruzeirenses, que partiram pra briga. Foi a única vez que o Cruzeiro teve sete jogadores expulsos em uma partida pelo Campeonato Brasileiro".
Goiás e Cruzeiro viriam a se reencontrar no Brasileirão de 1979 - dessa vez, sem confusão. As equipes empataram por 1 a 1, no Serra Dourada, pela terceira fase.
Quebra de invencibilidade (2000)
Depois de estrear com derrota para o Athletico-PR por 2 a 0, no Mineirão, o Cruzeiro emplacou 11 jogos de invencibilidade no Campeonato Brasileiro de 2000 - cinco vitórias e seis empates. Comandado por Luiz Felipe Scolari, o time encarou o Goiás, que também fazia boa campanha na competição e tinha Elpídio Barbosa da Conceição, o Dill, como grande destaque.
Dill marcou os dois gols da vitória do Goiás no Serra Dourada - um em finalização de pé direito e outro de cabeça. Com 20 gols, ele foi o artilheiro do "Módulo Azul" ao lado de Romário, do Vasco, e Magno Alves, do Fluminense.
Apesar do revés, o Cruzeiro se recuperou na competição, liderou a primeira fase com 45 pontos em 24 rodadas e se credenciou como favorito ao título. O Goiás também avançou ao mata-mata ao ficar em quarto, com 41.
Para quem não tem tantas lembranças daquele período, o Brasileiro de 2000 foi denominado Copa João Havelange após a Justiça proibir a CBF de organizar o campeonato em decorrência de um processo movido pelo Gama, do Distrito Federal. Não houve rebaixamento na edição.
Assim, os 116 envolvidos na disputa poderiam ser campeões. O Módulo Azul, considerado a "primeira divisão", tinha 25 clubes. No Módulo Amarelo, uma espécie de "Série B", 36 equipes foram separadas em dois grupos de 18. Por fim, os Módulos Verde e Branco (Série C) tinham, respectivamente, 28 e 27 participantes.
De 116 clubes, apenas 16 se qualificaram para o mata-mata - 12 do Módulo Azul, três do Módulo Amarelo e um dos Módulos Verde/Branco.
Primeiro colocado do Módulo Azul, o Cruzeiro eliminou o Malutrom (campeão dos Módulos Verde/Branco), nas oitavas de final, e o Internacional (9º do Azul), nas quartas de final. Nas semifinais, perdeu para o Vasco (5º do Azul), que viria a ser campeão em cima do São Caetano (2º no Módulo Amarelo).
Por sua vez, o Goiás não conseguiu colocar em prática a excelente campanha na fase inicial e se despediu nas oitavas de final diante do Paraná, ganhador do Módulo Amarelo.
Virada na semifinal (2003)
A caminhada do Cruzeiro até o quarto título da Copa do Brasil de 2003 teve o Goiás como adversário na semifinal. O time que tinha Vanderlei Luxemburgo no comando ganhou o duelo de ida de maneira convincente, por 3 a 2, no estádio Serra Dourada, em 21 de maio. Os gols foram marcados por Deivid, duas vezes, e Aristizábal. Dimba e Araújo balançaram a rede para o Goiás, à época dirigido por Cuca, hoje treinador do Atlético.
No segundo jogo, em 28 de maio, Auecione abriu o placar para o Goiás logo aos 2 minutos. Ainda no primeiro tempo, Dimba chegou a fazer o segundo no Mineirão, porém o árbitro Paulo César de Oliveira anulou o gol com ajuda do assistente número um, Valter José dos Reis, que assinalou impedimento.
Depois de escapar do risco de tomar o 2 a 0 que poderia custar a vaga na decisão, o Cruzeiro empatou aos 33 minutos, em conclusão do atacante Mota após falta cobrada na barreira pelo zagueiro Thiago.
Aos 45 minutos, o lance mais bonito da noite: Augusto Recife interceptou passe na intermediária, adiantou a bola e encobriu Harlei com uma bela finalização colocada de fora da área: 2 a 1.
Na final da Copa do Brasil, o Cruzeiro ficou com a taça ao superar o Flamengo: empate por 1 a 1, no Maracanã, e vitória por 3 a 1, no Mineirão.
Goleada (2013)
O pontapé inicial para o título do Campeonato Brasileiro de 2013 foi dado pelo Cruzeiro com uma goleada por 5 a 0 sobre o Goiás, no Independência, em 26 de maio. Diego Souza, Bruno Rodrigo, Nilton (2) e Borges marcaram os gols celestes e fizeram a festa de mais de 12 mil torcedores no Horto.
Apesar do atropelo sofrido na estreia, o Goiás se reabilitou ao longo do campeonato e encerrou a participação em uma colocação de respeito: 6º lugar, com 59 pontos.
Título brasileiro (2014)
O jogo do tetra do Brasileirão, em 23 de novembro de 2014, foi com vitória por 2 a 1 sobre o Goiás, diante de mais de 56 mil torcedores no Mineirão. Ricardo Goulart e Everton Ribeiro balançaram a rede em finalizações de cabeça, aos 12 minutos do primeiro tempo e aos 17 do segundo tempo. Samuel marcou para a equipe esmeraldina com um chute colocado no ângulo esquerdo de Fábio.
Com o triunfo na 36ª rodada, o Cruzeiro alcançou 76 pontos, sete a mais que o segundo colocado, São Paulo. O time treinado por Marcelo Oliveira completou 80 após empatar por 1 a 1 com a Chapecoense, em Santa Catarina, e bater o Fluminense por 2 a 1, em Belo Horizonte. Já o Goiás terminou a Série A em 12º, com 47 pontos.