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Estado de Minas Série A

Atlético e América fazem clássico de primeira grandeza no Mineirão

Em grande fase, Atlético e América revivem o clássico que já foi o principal duelo em Minas, enquanto Cruzeiro amarga a pior fase de sua história


07/11/2021 04:00 - atualizado 06/11/2021 23:03

Ilustração do cartunista Quinho mostrao Galo e o Coelho vistosos ao lado de uma Raposa encolhida
Quinho
Nas primeiras décadas do século passado, duelos marcantes, grandes públicos e decisões de Estaduais mexiam com o imaginário dos torcedores de Atlético e América, as duas principais equipes de Minas Gerais na época. Hoje, Galo e Coelho revivem os tempos áureos de “clássico das multidões” e assumem o protagonismo no estado, enquanto o Cruzeiro, outro grande da capital, amarga a maior crise da história.

Com o alvinegro perto de conquistar o segundo título brasileiro e classificado para a final da Copa do Brasil e o Coelho com chances de vaga inédita na Copa Libertadores, o duelo desta tarde, às 16h, no Mineirão, pela 30ª rodada da Série A, tende a ser especial por envolver dois dos melhores times do returno do campeonato.

O Atlético chega ao clássico com mais de 90% de possibilidade de conquistar o bicampeonato brasileiro, segundo cálculos do Departamento de Matemática da UFMG. Ainda que jogadores e o técnico Cuca deixem a euforia para o lado do torcedor, a equipe jamais teve condição tão favorável para levantar a taça.

Serão mais cinco jogos em casa (contra Corinthians, Juventude, Bragantino e Fluminense) e quatro fora (Bahia, Athlético-PR, Palmeiras e Grêmio) para confirmar o primeiro lugar.

Campeão nacional com o Galo em 1971, o ex-armador Humberto Ramos considera que o time colhe os frutos por se preparar bem dentro de fora de campo: “A oportunidade do Atlético está em suas mãos. Os jogadores estão muito confiantes, o clube está em grande momento, porque construiu isso. Se analisarmos o grupo de hoje com aquele campeão em 1971, vemos que antigamente havia muitos atletas formados na base. Hoje, todos vêm do restante do Brasil e de fora, da Europa. Mas os times têm uma qualidade muito grande”.

Do lado americano, o momento também é de empolgação. Rebaixado três vezes (2011, 2016 e 2018) no ano seguinte ao acesso à elite, o alviverde também fez bom trabalho dentro e fora das quatro linhas e pode chegar à Libertadores ou mesmo à Copa Sul-Americana pela primeira vez na história – a probabilidade de vaga nas competições é de 9,8% e 69,7%, respectivamente, segundo a UFMG.

Na temporada passada, o Coelho já havia surpreendido ao chegar às semifinais da Copa do Brasil e ter conquistado o acesso à elite após ótimo trabalho do técnico Lisca. O treinador deixou o Lanna Drumond no início do Brasileiro deste ano, dando lugar a Vagner Mancini, que também teve bons resultados, mas pediu demissão ao receber proposta do Grêmio. Cabe a Marquinhos Santos dar continuidade ao trabalho.

Com três passagens pelo Coelho, o ex-zagueiro Wellington Paulo entende que o América vive o melhor momento de sua história: “Quando atuava, o América chegava à Primeira Divisão com o objetivo de apenas se manter. Hoje, o clube tem todas as condições, no que diz respeito à estrutura e ao lado financeiro, de ficar na Série A. Paga salários em dia e eles são compatíveis com a elite nacional. Com isso, o América se coloca em condições de lutar pelos objetivos com outras equipes”.

A fase dos rivais encanta todos. Belo-horizontino com passagem pelo Atlético de 1996 a 1998, o ex-lateral-esquerdo Dedê não poupa elogios ao trabalho nos dois times.

“Vejo as equipes numa fase maravilhosa. O América começou mal o campeonato, mas teve boa arrancada depois de ter estabilidade com o Mancini. E o Atlético está em um nível muito legal, impulsionado pelo trabalho do Cuca e dos jogadores que vieram da Europa, como o Hulk, o Diego Costa e o Mariano. Como ex-jogador do clube, há muito tempo não vejo o time com campanha tão sólida.”}

Apesar de ter atuado nos dois clubes nos anos 1990 e 2000, o ex-goleiro Milagres admite que vai torcer pelo Coelho nesta tarde: “Além de grande jogo, espero que o América consiga confirmar a campanha e a permanência na Série A, lutando por objetivos maiores. O Galo está próximo de conquistar um título depois de 50 anos. Certamente, será uma partida difícil para as duas equipes. Mas não vou ficar em cima do muro. Vou torcer para o América, até porque fiquei sete anos no clube”.

Atlético x América

Atlético
Everson; Mariano, Nathan Silva, Alonso e Arana; Alan, Tchê Tchê (Jair) e Zaracho; Savarino, Hulk e Diego Costa
Técnico: Cuca
América
Matheus Cavichioli; Patric, Ricardo Silva, Eduardo Bauermann e Marlon; Lucas Kal, Juninho e Alê; Ademir, Zárate e Rodolfo
Técnico: Marquinhos Santos
30ª rodada do Campeonato Brasileiro
Estádio: Mineirão
Horário: 16h
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO)
Assistentes: Fabrício Vilarinho da Silva e Bruno Raphael Pires (GO)
VAR: Elmo Alves Resende Cunha (GO)
TV: Globo e Pay-per-view

Reencontro dos gringos

Paraguaio Junior Alonso aparece na imagem correndo com a bola durante um treino
Paraguaio Junior Alonso é o xerife da zaga alvinegra (foto: Pedro Souza/Atlético)


O clássico entre Atlético e América nesta tarde será marcado por um laço de amizade entre dois estrangeiros que atuaram juntos no lendário Boca Juniors recentemente. Nas temporadas de 2019 e 2020, o zagueiro paraguaio Junior Alonso, xerife alvinegro, e o atacante argentino Mauro Zárate, principal contratação do alviverde para o Brasileiro, se tornaram amigos e ganharam títulos pelo clube xeneize: Superliga Argentina (2019/2020) e Supercopa Argentina (2019). Hoje, eles estarão em lados opostos e serão fundamentais para suas equipes dentro de suas funções: Alonso tentará manter o bom rendimento da defesa do Galo (22 gols sofridos em 29 jogos) e o centroavante tenta melhorar os números ofensivos do Coelho, que balançou as redes 24 vezes no Brasileiro.

Alonso chegou ao Atlético por indicação de Jorge Sampaoli no ano passado, formando dupla com Réver. Em boa parte do último Nacional, a parceria foi questionada pelo alto número de gols sofridos (45 em 38 confrontos). Em 2021, porém, teve encaixe com o técnico Cuca, sobretudo depois que Nathan Silva retornou ao clube.

Argentino Zárate em treino do América, no CT Lanna Drumond
Argentino Zárate é o reforço de maior peso no Coelho (foto: João Zebral/América)


Já Zárate chegou ao América como principal reforço da equipe para o Brasileiro. Mas tem convivido com problemas físicos e só marcou um gol em oito partidas.

DESPEDIDA O clássico de hoje será o último de Ademir com a camisa do Coelho. A partir do ano que vem, ele defenderá as cores do Galo, numa negociação que demorou para ser concluída. Desde o ano passado, o camisa 10 se tornou uma das peças mais fundamentais do América, com 23 gols e seis assistências em 85 jogos. Com isso, chamou a atenção dos grandes clubes do país, entre eles Palmeiras e o próprio alvinegro mineiro.



O Galo pode ter dois desfalques no Mineirão. A ausência do argentino Nacho Fernández já é certa, já que ele recebeu o terceiro cartão amarelo diante do Grêmio. Zaracho será deslocado para o meio e Savarino ou Vargas fará o lado de campo. Já o volante Jair reclamou de incômodo muscular e deve dar lugar a Tchê Tchê. No Coelho, Marquinhos Santos poderá escalar o que tem de melhor para o duelo.


Grêmio se complica mais

O Internacional derrotou o Grêmio ontem à noite, no Beira-Rio, pela 30ª rodada do Brasileiro, e ampliou o calvário do arquirrival, cada vez mais ameaçado pelo rebaixamento. Taison marcou o único gol do jogo, mantendo o Colorado na luta por uma vaga na Copa Libertadores. O estádio recebeu apenas torcedores do Inter (cerca de 25 mil pessoas), que levaram faixas e até caixões em alusão à possibilidade de queda do tricolor para a Série B. Os ânimos se exaltaram em vários momentos do segundo tempo. Primeiro, Rafinha se desentendeu com um gandula. Depois, Thiago Santos tentou empurrar Moisés para fora de campo, na linha de fundo, para receber atendimento médico e deu início a nova briga. Após o apito final, o volante Patrick pegou dois caixões de papelão que estavam com torcedores e levou para o campo. Entregou um a Matheus Cadorini, que se juntou na festa com a torcida. Os gremistas não gostaram e partiram para cima. Houve empurra-empurra e Patrick, do Inter, e Bruno Cortez, do tricolor, receberam cartão vermelho.

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