Jornal Estado de Minas

CRUZEIRO

Presidente dá versão do Cruzeiro e dispara contra o Mineirão: 'Desrespeito'


Presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues concedeu entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira. Ele respondeu, principalmente, a questionamentos sobre a polêmica envolvendo o clube e a administradora do Mineirão, que limitou em 35 mil o público para a partida da Raposa contra o Brusque, às 21h30 desta terça-feira.






"O sentimento que a torcida está é o mesmo que a gente. É de revolta profunda, indignação com a atitude feita junto ao Cruzeiro. Falta de isonomia também. Estamos olhando o contrato de concessão que foi feito. A gente acha até que cabe providências no Tribunal de Contas do Estado, dentre outras. Ali está claro que todas as entidades precisam ser tratadas de forma igual", disse. 

"Eu já vi  vários parlamentares mostrando essa indignação , já que o Mineirão é um equipamento que pertence ao povo de Minas Gerais. Ele não é de uma empresa, não é de um clube. E o povo de Minas Gerais quer ir ao jogo amanhã. Está sendo todo mundo desrespeitado nesta história. Podem ter certeza que iremos a fundo para fazer que isso não ocorra mais e que o torcedor não seja lesado novamente", complementou.

De acordo com a concessionária que administra o estádio, há uma 'restrição operacional' em função da sequência de grandes jogos. Na quarta-feira, o Atlético receberá o Corinthians pela Série A e há expectativa de casa cheia. O Mineirão, portanto, não teria capacidade de fazer um revezamento necessário de profissionais de segurança.





"O fator crucial é o tempo. Se a gente tem a certeza que tem esse volume de jogos contratados, a gente vai se preparando. A surpresa para nós foi ter um jogo do Cruzeiro de casa cheia um dia antes de um jogo contratado", explicou Samuel Lloyd, gerente comercial do estádio, em entrevista à Rádio 98FM, nesta segunda. Veja, no fim desta reportagem, a nota divulgada pela administração do estádio nesse domingo.

Sérgio Rodrigues, no entanto, rebateu os argumentos apresentados pela diretoria da empresa que gere o Mineirão. "No dia 1º de novembro, uma segunda-feira, foi até um jogo do Cruzeiro, saiu a informação (da) Prefeitura de Belo Horizonte que iria liberar 100% (do público). No dia 2 de novembro, feriado, permitiu-se 100% e no dia 3 de novembro nosso rival jogou lá com capacidade acima do normal. Como conseguiram agilizar isso tão rápido para o rival e não para nós?", questionou.

Ainda há tempo?

Como o duelo entre Cruzeiro e Brusque está marcado para a noite desta terça-feira, é improvável que o Mineirão receba mais do que os 35 mil torcedores que já compraram os bilhetes. Apesar da dificuldade, Sérgio ainda acredita na possibilidade. 





"Estamos tentando, até o último momento, aumentar essa capacidade. Claro que precisa operacionalizar. Não adianta a gente chegar amanhã à tarde e liberar mais 10 mil ingressos para um jogo às 21h30. Estamos ainda brigando para vender mais ingressos hoje", garantiu.

"Mas independentemente do que acontecer, outras medidas também serão tomadas. Acreditamos que está havendo um desrespeito com o povo mineiro, sobretudo com o torcedor cruzeirense. O Mineirão não tem dono. O dono do Mineirão é o povo mineiro. Isso está claro no contrato de concessão. É por isso que o contrato é fiscalizado pelo Tribunal de Contas do Estado e pela Assembleia Legislativa. Vamos tomar qualquer medida para levar a fundo essa situação, para deixar claro para o nosso torcedor que essa revolta, essa indignação não vai ficar por isso não", completou.


Nota divulgada pelo Mineirão nesse domingo

O Mineirão informa que, em conversas com o Cruzeiro, decidimos, em conjunto, realizar o jogo desta terça-feira, 9, para a capacidade de 35 mil pessoas. 





Em função da pandemia, as empresas que trabalham com eventos foram desestruturadas após meses sem trabalhar e milhares de profissionais ficaram sem emprego, até trocando de profissão. Alguns fornecedores de eventos abriram falência durante o período. A restrição operacional é necessária para que o Mineirão preste um serviço, que garanta a segurança e experiência positiva das pessoas. Disso não abrimos mão.

Para resolver o problema a empresa de segurança está com recrutamento de vigilantes aberto. Hoje, há uma carência de aproximadamente 600 vigilantes com a reciclagem em dia. Dentro das exigências legais para rodar operações maiores e sequenciais como é o caso desta semana.

O Mineirão cumpre seus compromissos contratuais, como no caso dos jogos do Atlético que foram contratados em pacote de jogos até o fim do ano, garantindo previsibilidade no planejamento.  

O Cruzeiro, ao entrar em contato conosco, sabia das possíveis limitações de agenda e de efetivo. As negociações com o clube celeste sempre foram feitas de maneira conjunta e construtiva, para as tomadas de decisões. 

Para a resolução do problema, estamos juntos com a empresa responsável pela segurança, recrutando novos  profissionais para trabalhar em nossa operação e aumentando o efetivo capaz de atender a demanda. A partir de amanhã, publicaremos no nosso site www.mineirao.com.br as informações para que os profissionais interessados nas oportunidades de trabalho se candidatem a recompor os quadros de colaboradores.





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