Jornal Estado de Minas

ATLÉTICO

Quase lá! Atlético se aproxima dos 100% de chances de título brasileiro

A torcida do Atlético já soltou o grito de bicampeão depois da vitória por 2 a 1, de virada, sobre o Fluminense, na tarde de ontem, no Mineirão, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro. Para que a festa seja completa, basta o Flamengo não vencer o Ceará, amanhã, no Maracanã – ou o Galo ganhar do Bahia, quinta-feira, em Salvador, adiado da 32ª rodada.







Os gols foram marcados por Hulk, um em cada tempo, sendo o primeiro de pênalti e o segundo de falta. Foi o 15º triunfo seguido do alvinegro como mandante, um recorde na competição. Manoel abriu a contagem de cabeça. No fim, festa na arquibancada e também dentro de campo, com muitos familiares comemorando com os jogadores e integrantes da comissão técnica, incluindo Cuca.

“Faz tempo que a gente vem com o grito pronto para sair, mas como sempre falo, vai sair na hora certa. Estou doido para gritar também, mas temos de manter os pés no chão. Falta um pouco, né? Como eu sempre falo, essa torcida merece demais, esse grupo merece demais. É muito gratificante, só tenho que agradecer a Deus. Existem coisas que são inexplicáveis”, declarou Hulk, artilheiro do torneio, que chegou a 17 gols.

Já o técnico Cuca comemorou bastante mais uma vez. “Foi um jogo muito difícil, complicado. No primeiro turno, você joga valendo três pontos. No segundo, vale vaga na Libertadores, saída da zona de rebaixamento, para ser campeão. Então, é bem mais complicado. E não tem jogo fácil, mesmo contra equipes do meio da tabela, pois todo mundo tem uma entrega muito grande, os jogadores vão ao limite”, afirmou o treinador. “No primeiro tempo, o Fluminense começou melhor, fez o gol, jogou com dois extremos velozes na frente, com três volantes no meio, uma zaga segura. Aí, precisamos nos acalmar, conseguimos nos postar bem, empatamos e depois viramos merecidamente. Tanto que eles não tiveram chances claras nos últimos 45 minutos.”



Novamente, ele deixou o Mineirão exausto, mas com sensação de dever cumprido. “Nada é fácil na vida da gente. Tudo vem com trabalho, perseverança. Você vai ter queda e tem de saber lidar, tem problema interno e tem de saber lidar. Temos sete gringos e temos de conhecê-los melhor. Alguns merecendo ainda mais oportunidades. Então, a gente vai administrando”, declarou o treinador, que espera ser campeão amanhã, quinta, quando visita o Bahia, ou domingo, recebendo o Bragantino.
No jogo de ontem, os visitantes abriram o marcador aos 13min, com Manoel, que tocou de cabeça depois de falta cobrada por Marlon na esquerda. A zaga parou pedindo impedimento, que não ocorreu.

Embalado pela torcida, o Galo não desanimou e, aos 18min, Hulk fez Marcos Felipe trabalhar em chute da entrada da área. Faltou, porém, o time alvinegro ser mais incisivo.

Aos 33min, o lateral-esquerdo Marlon disputou bola com Diego Costa e acabou tocando o braço na bola dentro da área. Depois de consultar o vídeo, o árbitro marcou pênalti, que Hulk converteu com chute no canto direito do goleiro, deixando tudo igual.



Aos 40min, Keno teve a chance de virar, mas cabeceou para fora depois de cruzamento de Mariano. Já quatro minutos depois, o time carioca saiu jogando errado e Jair se aproveitou, porém, chutou por cima. E nos acréscimos Nathan Silva conseguiu cabecear após escanteio, mandando fora.
Geralmente comedido, Cuca comemorou com os atletas e os torcedores no fim da partida

REAÇÃO

No segundo tempo, o Galo tentou manter a pressão, mas novamente teve dificuldades para criar chances. Assim, chegou ao gol em cobrança de falta de Hulk, aos 14min. A bola desviou na barreira e enganou Marcos Felipe.

O Flu buscou responder rápido, em chute de Yago Felipe, aos 17min, que Everson conseguiu desviar pela linha de fundo. Mas foi só em termos ofensivos, pois se mostrou completamente inoperante, mesmo com mudanças feitas pelo técnico Marcão. Já os donos da casa trataram de segurar o resultado até o apito final, quando o Mineirão explodiu em comemoração, como se fosse a do título.



No segundo gol, o punho erguido: homenagem a Reinaldo e troca emocionada de elogios

Hulk reverencia o Rei


Novamente destaque do Atlético, agora na vitória sobre o Fluminense, Hulk prestou homenagem a um dos grandes ídolos da história do Galo: o ex-centroavante Reinaldo, o 'Rei' da Massa, que atuou com a camisa alvinegra nos anos 1970 e 1980.

Hulk, que empatou o jogo ainda no primeiro tempo, em cobrança de pênalti, virou a partida em uma cobrança de falta de fora da área. Ele bateu pela meia-direita, a bola resvalou na barreira e encobriu o goleiro Marcos Felipe. Eram 14min da etapa final. Com a torcida enlouquecida, o super-herói aproveitou a deixa para homenagear o ídolo.

Na comemoração, Hulk, que ainda superou Dario, artilheiro no título nacional de 1971 com 15 gols naquele campeonato, ergueu o braço direito, com punho cerrado, marca registrada do 'Rei' no momento de festejar as bolas na rede pelo Galo. Reinaldo estava no Mineirão e, visivelmente aliviado e emocionado, foi registrado pelas câmeras de TV vibrando com a virada. Depois, chorando.



Por intermédio da TV Galo, canal oficial do Atlético, eles conversaram ao final. “No segundo gol tentei lembrar aquela sua comemoração, que ficou marcante aqui, né?”, disse Hulk a Reinaldo. "Hulk, muito obrigado, fico muito feliz com a sua homenagem, com seu carinho, e na hora eu estava comemorando com seu pai aqui do lado. Tenho de agradecer por tudo que você fez pelo Galo neste ano, você sempre estará nos nossos corações. Você é nosso ídolo, foi a melhor contratação do Galo nos últimos anos", devolveu o Rei.

E ainda acrescentou: "Não sou eu que estou te abraçando, é a Massa toda, você estará eternamente em nossos corações. Um beijo, Hulk, nós te amamos". Daí, foi a vez de Hulk retribuir: “Sei o quanto você merece ser ídolo. Pela sua história, pelo que você fez pelo Galo, pelo seu caráter”.

VANTAGEM

Com os dois gols diante do Fluminense, Hulk abriu vantagem na artilharia do Campeonato Brasileiro. O super-herói alvinegro chegou à marca de 17 bolas na rede, deixando ainda mais para trás o atacante Michael, do Flamengo, que assinalou 13.



Contratado no começo desta temporada, Hulk se transformou no principal nome atleticano. O atacante, de 35 anos, que teve carreira no futebol europeu (defendeu Porto e Zenit) e passou também pelo futebol japonês e chinês, é o artilheiro do Galo em 2021. Ele já balançou as redes 32 vezes em 64 partidas, média de 0,5 por jogo. Além dos 17 no Brasileirão, deixou a marca na Copa do Brasil (seis vezes), na Libertadores (7) e Mineiro (2).

Na sede de Lourdes, os atleticanos tomaram parte da avenida para festejar (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

Na sede alvinegra, foguetório e buzinaço


Com gritos de campeão e foguetório, torcedores atleticanos ocuparam ontem parte da Avenida Olegário Maciel, na frente da sede do clube, em Lourdes, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Já na saída do Mineirão, muitos deles promoveram buzinaços, que se repetiram em várias partes da capital mineira.

Pelo quinto jogo seguido na Série A do Campeonato Brasileiro, o Atlético superou a marca de 55 mil torcedores no Mineirão. Ontem, 59.896 atleticanos assistiram à vitória alvinegra. Desde o triunfo por 2 a 1 sobre o Grêmio, em jogo adiado da 19ª rodada, o Galo tem atuado diante de um Gigante da Pampulha lotado. Na ocasião, com a flexibilização da Prefeitura de Belo Horizonte para liberar 100% da capacidade do estádio após recuo no contágio da COVID-19, 56.624 torcedores compareceram.



Depois, o time reuniu 60.142 no 1 a 0 sobre o América, 58.714 ao bater o Corinthians por 3 a 0 e 61.476 nos 2 a 1 contra o Juventude, recorde de público no novo Mineirão, reaberto em 2013 após ser reformado. Líder disparado da Série A, o Atlético leva, em média, 40.144 torcedores ao estádio por jogo nesta competição – quesito em que também lidera.

Esta pode ser a décima vez na história do campeonato que o Galo fica à frente no ranking das torcidas na Primeira Divisão. A conta considera dados a partir de 1972, já que as edições disputadas em anos anteriores não têm números precisos. O Atlético teve a melhor média do torneio nacional em 1977, 1990, 1991, 1994, 1995, 1996, 1997, 1999 e 2001.

*Estagiário sob supervisão
do subeditor Eduardo Murta

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