*Esta reportagem foi atualizada em 16/01/2022, às 6h40 (horário de Brasília)
O tenista Novak Djokovic deve ser deportado da Austrália depois de perder sua última tentativa judicial de permanecer no país.
Os juízes rejeitaram o recurso do tenista, apresentado depois que o governo cancelou o visto do jogador não vacinado por motivos de "saúde e boa ordem".
A decisão acaba com suas esperanças de defender seu título no Aberto da Austrália e conquistar um recorde de 21 Grand Slams.
Djokovic disse estar "extremamente decepcionado", mas respeitou a decisão, tomada às vésperas do que seria sua primeira partida no torneio.
"Vou cooperar com as autoridades competentes em relação à minha saída do país", disse ele em comunicado.
Não ficou imediatamente claro quando ele deixaria a Austrália.
Seus apoiadores ficaram em silêncio do lado de fora do tribunal quando a decisão foi anunciada. Um fã disse à BBC que seu verão seria "vazio" sem o tenista jogando em Melbourne.
O primeiro-ministro australiano Scott Morrison saudou "a decisão de manter nossas fronteiras fortes e manter os australianos seguros".
"Os australianos fizeram muitos sacrifícios durante esta pandemia e esperam, com razão, que o resultado desses sacrifícios seja protegido", disse ele.
A Austrália, que fez um dos lockdowns mais rígidos do mundo contra a covid-19, exige a vacinação de visitantes estrangeiros.
O caso
O visto de Djokovic foi revogado pela primeira vez logo após sua chegada a Melbourne em 6 de janeiro, depois que oficiais da imigração australiana disseram que ele "não conseguiu fornecer evidências suficientes" para receber uma dispensa de vacina.
Djokovic foi detido por horas no controle de imigração do aeroporto de Melbourne e depois passou dias em um hotel da Imigração. Posteriormente, seu visto foi restabelecido por um juiz, que ordenou sua libertação, determinando que os funcionários da fronteira ignoraram o procedimento correto.
Mas na noite de sexta-feira em Melbourne, o ministro da Imigração, Alex Hawke, cancelou o visto de Djokovic usando poderes da Lei de Migração da Austrália. Ele argumentou que sua presença no país corria o risco de aumentar o sentimento antivacina.
A lei permite que ele deporte qualquer pessoa que considere um risco potencial para "a saúde, segurança ou boa ordem da comunidade australiana".
Depois disso, a defesa de Djokovic apresentou recurso à decisão do ministro de Imigração Alex Hawke.
Durante audiência neste domingo, diante de um painel de três juízes, a defesa de Djokovic argumentou sem sucesso que os fundamentos dados pelo governo eram "inválidos e ilógicos".
O presidente do tribunal, James Allsop, disse que a decisão do tribunal federal no domingo foi baseada na legalidade da decisão do ministro, não nos "méritos ou sabedoria dessa decisão".
A argumentação completa para a decisão será divulgada nos próximos dias, disse ele.
A decisão de domingo marca o fim de uma saga de 10 dias sobre o visto australiano de Djokovic.
Tem ocorrido muita indignação pública na Austrália sobre a tentativa do jogador de entrar no país sem comprovar vacinação. O governo federal disse repetidamente que as pessoas devem cumprir as leis rígidas em vigor para lidar com a pandemia e que ninguém está "acima da lei".
Em sua declaração no domingo, Djokovic disse que estava "desconfortável" com o foco colocado nele por causa da disputa de vistos. "Espero que agora todos possamos nos concentrar no jogo e no torneio que amo", disse ele.
O italiano Salvatore Caruso, que está em 150º no ranking mundial, agora substituirá Djokovic em sua partida contra o sérvio Miomir Kecmanovic na segunda-feira.
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