Jornal Estado de Minas

EM BUSCA DO HEXA

Seleção Brasileira: veja os perfis dos zagueiros Marquinhos e Éder Militão

 

Marcos Paulo Lima - Correio Braziliense

O Brasil jamais precisou improvisar um jogador da linha no papel de goleiro em 21 participações na Copa do Mundo. Em caso de emergência, há um zagueiro capacitado para assumir as luvas de Alisson, Ederson ou Weverton. Na infância, Marcos Aoás Corrêa era o dono das traves do Saci, clube no Bairro do Imirim, Zona Norte de São Paulo. Marquinhos é talentoso com as mãos, mas preferiu a oportunidade de trocá-las pelos pés. Corinthians, Roma, Paris Saint-Germain e a Seleção Brasileira do Tite agradecem.



Aos 28 anos, Marquinhos disputará a Copa do Mundo pela segunda vez. Subutilizado na Rússia, em 2018, teve de esperar a fila andar para se tornar um dos intocáveis. Havia um Miranda no caminho. Nem mesmo o entrosamento com Thiago Silva nos tempos de Paris Saint-Germain fez o treinador mudar de ideia. Um dos jogadores mais versáteis do elenco, com experiência nos papéis de líbero, lateral-esquerdo e volante, o beque esteve em campo apenas seis minutos na edição passada. Entrou no lugar do meia-atacante Willian aos 45min do segundo tempo, e só.

Pragmático, Tite preferiu usar Fernandinho no lugar do suspenso Casemiro contra a Bélgica, nas quartas de final. Marquinhos no papel de primeiro volante seria uma alternativa fora da caixinha, mas o comandante verde-amarelo se manteve apegado aos conceitos.

A relação de Marquinhos com Tite sempre esteve envenenada por histórias extracampo da época de Corinthians, mas o tempo tratou de esclarecer as escolhas do treinador. Campeão da Libertadores em 2012, o jovem Marquinhos tinha fortes concorrentes no elenco. A dupla titular era formada por Chicão e Leandro Castán. Entre as opções no banco estavam Paulo André, Wallace, Felipe e Antônio Carlos. Marquinhos tinha 18 anos. Mesmo sem jogar, chamou a atenção de agentes do futebol italiano.



A proposta da Roma convenceu o Timão a emprestá-lo. À época, um ansioso Marquinhos não quis esperar a fila andar em um Corinthians campeão do Brasileirão e da Libertadores. Arrumou as malas rumo à Europa e deu início a uma impressionante adaptação ao futebol europeu. Satisfeito, o clube da capital italiana topou pagar 5,75 milhões de euros pela joia em 3 de janeiro de 2013. Seis meses depois, era vendido por seis vezes mais. O PSG desembolsou 31,4 milhões de euros.

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Chegada à Seleção

Marquinhos acumulou milhas no clube francês e escalou degraus na Seleção Brasileira com a tolerância que lhe faltou no Corinthians. Em 2011, conquistou o Sul-Americano Sub-17, no Equador, sob o comando do técnico mineiro Émerson Ávila. “Era iminente a necessidade de um zagueiro. Não tínhamos um com o peso da Seleção. Fui acompanhar um torneio aqui em Belo Horizonte chamado Future Champions, no Campo do Baleião, perto do Hospital da Baleia. Vi o Marquinhos jogando pelo Corinthians e foi amor à primeira vista”, conta Ávila em entrevista aos Diários Associados.

O xodó virou capitão. Ergueu o troféu do Sul-Americano Sub-17 e ouviu uma profecia do comandante: “A gente sabia que ele teria vida longa na Seleção. Conduta humilde e extremamente profissional”, elogia. Em 2014, ganhou o Torneio de Toulon ao lado de Ederson, um dos três goleiros convocados por Tite para a Copa do Mundo.



Parceiro de Rodrigo Caio nos Jogos Olímpicos do Rio’2016, Marquinhos conquistou Tite ao levar o Brasil ao inédito ouro. Figurou da primeira convocação do treinador, em agosto de 2016, até a a lista final para a Copa do Catar.

Casado com a cantora Carol Cabrino, que o conquistou pelo ouvido ao interpretar a canção “Diamonds”, de Rihanna, Marquinhos tem um casal de filhos. A família turbina um sonho além do hexacampeonato. “Quero ser o melhor zagueiro do mundo”, prometeu ao pai, seu Marcos Corrêa.

(foto: Kleber)

Marquinhos