Jornal Estado de Minas

EM BUSCA DO HEXA

Seleção Brasileira: veja os perfis dos zagueiros Thiago Silva e Bremer

Danilo Queiroz - Correio Braziliense

 



Não é segredo para ninguém o fator superação da história do zagueiro Thiago Silva, o líder do sistema defensivo do técnico Tite na Copa do Mundo de 2022. Muito além do caso de tuberculose enfrentado em 2005 na Rússia — causa de meses de internação e dúvidas sobre a continuidade da carreira —, o defensor de 38 anos percorreu um caminho longo para chegar no quarto Mundial carregando um feito para poucos: a faixa de capitão. Se a Seleção Brasileira conquistar o hexa no Catar, será ele o responsável por erguer a taça e entrar no seleto hall onde estão Bellini, Mauro, Carlos Alberto Torres, Dunga e Cafu.



As passagens de Thiago Silva pela Copa do Mundo, inclusive, têm os mais diversos contextos. Em 2010, foi para a África do Sul convocado por Dunga, mas não entrou em campo. Em 2014, como capitão de Luiz Felipe Scolari na edição caseira do Brasil, foi um dos melhores jogadores da Seleção, mas ficou marcado negativamente pelo ato de se isolar dos companheiros e ficar sentado na bola às lágrimas antes da disputa de pênaltis nas oitavas de final contra o Chile. Quatro anos depois, na Rússia, jogou como titular em toda a campanha com Tite e usou a braçadeira em duas oportunidades.

A quarta participação coloca Thiago Silva na lista de oito brasileiros com essa quantidade de Mundiais no currículo. No Catar, ele também terá a última chance de desenhar com a bola nos pés um final feliz para a história de altos e baixos com a maior competição de futebol do planeta. O torneio deve ganhar um tom especial ainda durante a campanha. Se entrar em campo com a braçadeira mais quatro vezes, ultrapassa Cafu e se torna o jogador mais vezes capitão da Seleção Brasileira em Copas do Mundo: 12 partidas. Atualmente, com 109 jogos, ele é o defensor com mais partidas disputadas com a amarelinha.

Todas essas marcas consolidam a realização do sonho de uma tímida criança que enfeitava a rua onde morava, no Conjunto Urucânia, comunidade da Zona Norte do Rio de Janeiro, para incorporar o espírito de torcedor a cada Copa do Mundo. Embalado pelo tetracampeonato de 1994, o futuro defensor apostou na persistência e na obstinação para vingar no esporte. “Foi quando eu comecei a pensar que talvez pudesse ir um pouco mais longe. Eu sonhava em jogar em estádios lotados e, quando a sua paixão por alguma coisa cresce, você vai em busca disso”, disse em entrevista recente à Fifa.



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No início do caminho, quando ainda não conhecia os percalços e as glórias (em quantidade muito mais expressiva) reservadas para o futuro no futebol, Thiago Silva certamente não imaginava chegar em 2022 com a chance de ser o capitão do hexacampeonato. “Nem nos meus sonhos mais loucos eu imaginei que jogaria quatro Copas do Mundo. Mas eu não quero só jogar quatro Mundiais. Quero conquistar a taça para ser lembrado pelo resto da vida”, ressalta o zagueiro, ciente da força do cargo de ser líder do sonho tão aguardado pelos mais de 215 milhões de brasileiros desde a conquista do penta, em 2002.

Ser capitão do Brasil, o país do futebol, não é uma tarefa fácil. Thiago Silva sabe do peso e usa a experiência de uma vida no esporte para ser digno da missão. “Existe muita pressão e vestir a braçadeira de capitão, automaticamente, gera ainda mais. Todo mundo me vê e quer que eu seja um super-herói de alguma maneira. Preciso carregar um peso enorme. Só quem vestiu a camisa da Seleção em uma Copa do Mundo sabe a responsabilidade que temos nas costas”, afirma.

A esperança do capitão da Seleção Brasileira e de toda a nação unida em torcida, é que, em 18 de dezembro, na final da Copa do Mundo, no Estádio Lusail, Thiago Silva fique responsável por carregar e erguer o peso mais simbólico da trajetória de mais de 20 anos dedicados ao futebol: os 14kg da taça de campeão. Um desfecho perfeito para contar a história de quem mais vezes levou a braçadeira e liderou um país nos gramados.



(foto: Kleber)


THIAGO SILVA

 

BREMER

O pouco valeu muito pela vaga

Reserva imediato de Thiago Silva na Seleção Brasileira, Bremer é o melhor exemplo de um desempenho irretocável na reta de chegada da concorrência para estar no Catar. No ciclo de quatro anos até o Mundial, Tite testou 14 nomes do lado direito da defesa. O baiano de Itapitanga precisou de apenas 45 minutos em campo para convencer toda a comissão técnica.

A chance derradeira veio no teste contra Gana, no penúltimo amistoso da equipe tupiniquim antes da convocação. O defensor da Juventus utilizou a Data Fifa final da preparação para demonstrar firmeza e vigor físico. Os atributos foram suficientes para ele ganhar o posto de quarto zagueiro do elenco no Catar.

Aos 25 anos, Bremer terá a oportunidade de se apresentar para a torcida brasileira. No país, recebeu algumas oportunidades no time profissional do Atlético, em 2016. Logo em seguida, chamou a atenção do Torino. No time italiano, fez temporadas consistentes, foi eleito o melhor zagueiro do campeonato no ano passado e foi comprado pela Juventus por 41 milhões de euros.



Em Turim, na companhia dos também selecionáveis Danilo e Alex Sandro, o defensor rapidamente caiu nas graças da torcida e chegou a ser aplaudido nas últimas partidas antes da pausa para a Copa do Mundo. Agora, tem a missão de repetir o desempenho sob a batuta de Tite.

(foto: Kleber)