Mesmo com o estrondoso sucesso de Street Fighter II, em 1991, a vida da franquia nunca foi fácil por causa dos concorrentes. O primeiro deles foi Fatal Fury, da SNK, até hoje uma das mais tradicionais empresas de arcade do mundo. Lançado no mesmo ano de SFII, FF também tinha gráficos bem feitos em 2D, mas com uma grande diferença em relação ao game da Capcom: o sistema de combate acontecia em dois planos, e não apenas em um como em SFII.





 

Mas Fatal Fury não foi páreo para Street Fighter II. Por causa disso, a SNK lançou, em 1992, Fatal Fury 2, com gráficos mais avançados, com mais personagens disponíveis, além dos famosos irmãos Terry e Andy Bogard, e preservando a batalha em dois planos. Vencer o chefão do jogo, Wolfgang Krauser, era realmente um desafio.

Ainda em 1992, a SNK lançou um sofisticado jogo de luta em 2D, chamado de Art Of Fighting. Sua receptividade foi muito boa, especialmente por causa do visual bastante detalhado e da parte sonora acima da média para a época. Os principais personagens da série eram Ryo Sakazaki, Robert Garcia e Mr. Big - um dos adversários mais difíceis do jogo.

Entretanto, em 1992 nasceu um dos jogos de luta mais marcantes da década passada: Mortal Kombat. Diferente de Street Fighter II, que usava personagens animados, o visual do game da Midway exibia gráficos digitalizados de atores reais, o que tornava o jogo extremamente realista para a época. Além disso, duas outras características marcaram a franquia MK. Uma delas foi a violência em excesso, com sangue sendo jorrado para todos os lados. A outra foi o fatality, uma consequência dessa violência. Depois de derrotar o adversário, o personagem tinha a opção de liquidar o oponente com um "golpe de misericórdia", que variava entre congelar o inimigo e quebrá-lo em pedaços até arrancar o coração do opositor. Mortal Kombat também inovou com o botão de defesa, que foi razoavelmente bem aceito. Seus principais personagens são Johnny Cage, Liu Kang, Scorpion, Rayden, Sonya, Kano, Sub-Zero, Goro e Shang Tsung.



Por causa da inovação dos gráficos 3D, Virtua Fighter, da Sega, também é considerado um marco na história dos games de luta

(foto: Sega/Divulgação)

Em 1993, a Sega chocou o mundo com o lançamento de Virtua Fighter (VF), um dos primeiros jogos de luta poligonais (3D) da história. Além da inovação gráfica, o jogo se destacava pela jogabilidade simples e viciante. Cada personagem tinha um estilo de luta diferente, o que tornava o game bastante real. Akira Yuki, os irmãos Sarah e Jacky Bryant, o pescador Jeffry McWild, o ninja Kage-Maru, Lau e Pai Chan (pai e filha), Wolf Hawkfield e o "chefão" Dural acabaram virando ícones para uma geração de gamers. O impacto do jogo foi tão grande que, segundo o Wikipedia, a série foi reconhecida pelo "Instituto Smithsoniano pelas suas contribuições no campo da arte e do entretenimento, e está em exposição permanente no National Museum of American History (museu nacional de história americana) em Washington, DC, Estados Unidos da América".

No ano seguinte, o a vida de Street Fighter ficou ainda mais difícil no mercado com a chegada de dois novos jogos. O principal atrativo de The King of Fighters foi reunir os personagens mais famosos das franquias da SNK para definir qual lutador ganharia o título de "rei dos games de luta" da empresa. O esquema de jogo, o visual e os controles fizeram muito sucesso.

Também em 1994, o maior concorrente de Virtua Fighter foi lançado. Desenvolvido pela Namco, Tekken chegou aos fliperamas copiando o conceito de VF, com gráficos poligonais (3D). Sua inovação na parte gráfica foi bem vinda pelos fãs de games de luta. Além de personagens marcantes, como Kazuya Mishima, King I, Nina Williams, Paul Phoenix, Michelle Chang, Marshall Law e Yoshimitsu, Tekken se diferenciava pela jogabilidade. Cada botão controlava um membro do lutador (braços e pernas). Dependendo das combinações, ataques especiais podiam ser criados, tornando os combates mais desafiadores. Diferente de Street Fighter II, que valorizada as lutas mais rápidas, Tekken se destacava pelo ritmo cadenciado e pelas estratégias de combates.

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