Neste evento, a água chegou a avançar 4km dentro da ilha, causando inundações em toda parte. No caso do tsunami da semana passada, em que as ondas chegaram a 10 metros de altura, ainda não se tem uma estimativa do quão longe chegou o impacto da água. "Eu imagino que (o avanço d'água) deve ter sido mais ou menos o mesmo, porque é difícil pensar que ocorram terremotos piores do que este nesta parte do mundo", disse Musson à BBC.
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"Existem várias maneiras de descobrir coisas sobre eventos passados, antes que se começasse a registrar terremotos em sismômetros - uma é por meio de registros históricos, e a outra é por registros geológicos", diz a geofísica Lisa McNeill, do Centro Nacional de Oceanografia britânico.
Relação entre terremoto e tsunami
McNeill diz ser difícil estimar uma magnitude específica por meio de dados geológicos limitados e registros históricos, e vê uma relação apenas genérica entre o tamanho de um terremoto e a grandeza do tsunami que se segue. "Isto geralmente funciona bem, mas existem desvios. Alguns deles se devem a efeitos locais na costa: seja o formato da região costeira - que pode condicionar e aumentar a amplitude das ondas do tsunami - e a batimetria (medição da profundidade da água)".
"A relação (entre magnitude do terremoto e tamanho do tsunami) não é linear, e depende de como a ruptura realmente ocorre", diz o especialista em tsunamis Hermann Fritz, da Universidade Georgia Tech (EUA). "Se a ruptura está mesmo no fundo do mar, você tem um deslocamento muito maior - mas se você tiver algo como 7,2 em algum lugar abaixo da terra, isto não criará um tsunami", afirma. "Quando é uma ruptura de grande impacto, de magnitude 9, então basicamente toda a zona se rompe, desde a profundidade até a superfície".
"Cada evento será diferente, e pode ser perigoso fazer planejamentos baseados somente em fatos passados - mesmo no Japão, onde os registros são muitos, ainda assim isto pode não ser o suficiente", afirma o especialista.