Apesar de curiosa sob o ponto de vista científico, a mudança na duração dos dias é imperceptível. A cada ano, a duração de um dia (86,4 mil segundos) varia cerca de 1 milissegundo. “A rotação da Terra se modifica com frequência, principalmente em resposta às alterações na força e na direção dos ventos atmosféricos e das correntes oceânicas”, explicou o especialista da Nasa. Segundo Gross, as modificações provocadas por esses fenômenos são até 500 vezes maiores que as causadas por grandes terremotos. “As transformações induzidas por abalos sísmicos são bem pequenas e não podem ser sentidas”, observou.
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Terremoto moveu costa do Japão, alterou equilíbrio da Terra e reduziu duração dos dias Nasa dá luz verde para Discovery voltar para TerraFotos mostram luta por sobrevivência em ambientes inóspitos da TerraGross compara o efeito do terremoto ao comportamento de um pneu mal balanceado. “O planeta gira em torno de seu eixo de rotação, mas sua massa é balanceada pelo eixo-figura, algo como o centro de gravidade. Como a Terra não está rodando em volta do eixo-figura, ela balança”, acrescentou. No caso da Terra, os eixos de rotação e de figura são tão diferentes um do outro que a Terra não gira suavemente, mas, literalmente, sacode.
“O eixo-figura da Terra se moveu depois que o tremor rearranjou a massa do planeta”, explicou o cientista. Segundo as análises de pesquisadores, o eixo-figura se movimentou 17cm e 133 graus rumo à longitude Leste. O eixo Norte-Sul, que a cada dia gira a 1.604km/h, não sofre qualquer interferência de abalos sísmicos e está sujeito a ações apenas de forças externas, como a atração gravitacional do Sol, da Lua e de outros planetas.
Deformação O geofísico norte-americano Kenneth Hudnut, do instituto US Geological Survey (USGS), afirmou ao EM que o terremoto também provocou uma importante deformação na parte Norte de Honshu — a maior e mais populosa ilha do arquipélago japonês. “A área costeira foi deslocada para baixo antes da chegada do tsunami, de tal forma que a parte superior das barreiras de contenção do mar baixou levemente. Esse fator ajuda a entender por que o tsunami conseguiu superar as muralhas de proteção”, comentou. Ainda segundo Hudnut, a ilha se moveu cerca de 2,4m para frente.
A Autoridade de Informação Geoespacial do Japão detectou que o maior deslocamento para baixo (vertical) na costa Norte de Honshu foi de 70cm, a partir da cidade de Choshi, na província de Chiba. A mesma instituição descobriu uma ruptura de 400 quilômetros de comprimento por 10 quilômetros de profundidade na falha geológica responsável pelo terremoto.