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Estado de Minas FEBRE NA INTERNET

Mememania é apenas curtição ou ignorância na rede?

Expressões que não primam pelo bom português e viram gíria entre os internautas são objeto de polêmica e agora alvo de um projeto que pretende registrar sua origem


postado em 12/05/2011 12:18 / atualizado em 12/05/2011 19:00

Se você já tomou “uns bons drink”, atenção, isso “significa”. E, se “todas chora”, não desanime, é só “ficar que vai ter bolo”. Essas expressões entre aspas lhe parecem meras assassinas da língua portuguesa? Então você provavelmente não acessou o Twitter, o Facebook e os Tumblrs mais badalados da web no Brasil nas últimas semanas. Fugidias, efêmeras e pretensamente divertidas, essas “manias de internet” que atravessam a socialização nas mídias sociais têm nome: são os memes. E, na rede brasileira, começam a chamar a atenção de entusiastas interessados em catalogar essas febres, que, de repente, estão na boca (ou nos posts) do povo.

O conceito é, na verdade, derivado dos memes da biologia: são unidades mínimas para a memória, análogas ao gene, da genética. De acordo com o controverso Richard Dawkins, que criou o termo em 1976, o meme é uma unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro, ou entre locais onde essa informação é armazenada. É considerado uma unidade de evolução cultural que pode, de alguma forma, propagar-se.

A web seria uma dessas formas. Para a Desciclopédia, versão politicamente incorreta da Wikipedia, “meme é um daqueles trecos que viraram modinhas na internet. E as pessoas nem sabem por que usam isso”. E essa nem é a principal crítica que se faz sobre essa maneira de se comunicar. O jornalista americano Nicholas Carr pega pesado no livro The shallows (Os superficiais, em inglês, ainda sem edição prevista no Brasil). Para ele, a internet nos torna cada vez menos profundos, já que nossos hábitos digitais, memes inclusos, ampliariam a nossa capacidade multitarefa e inibiriam nossa concentração e habilidade de pensar profundamente em um tema.

“A internet nos deixa mais impacientes mesmo. É ilusório alguém dizer que usa a web só para se informar ou ver coisas realmente úteis. A gente precisa consumir bobagens para se desgarrar um pouco da coisa mais chata com a qual já lidamos, que é a própria vida”, assume o designer Fransuel Nascimento. O jovem de 22, de Curitiba, é o autor da Memepedia, projeto que pretende catalogar os memes e explicar a origem das expressões que caem no gosto da grande maioria de pessoas que usam a web e não têm paciência de ler o livro de Nicholas Carr – e, para o bem ou para o mal, nem estão preocupadas com isso.


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