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Estado de Minas

Urso surgiu há 600 mil anos


postado em 20/04/2012 09:41

Os ursos-polares, animais adaptados fisiologicamente para viver em regiões de temperaturas extremamente baixas, existem há muito mais tempo do que se imagina. Um grupo de pesquisadores alemães, espanhóis, norte-americanos e suecos descobriu que essa espécie de mamífero se distanciou geneticamente de seus parentes mais próximos, os ursos-marrons, há cerca de 600 mil anos. Estudos anteriores apontavam que o último ancestral comum de ambos havia existido há 150 mil anos. A análise, publicada hoje na revista Science, aponta que os animais de pelo branco e grande camada de gordura corporal tiveram um prazo mais longo para adequar o organismo ao clima da região onde vivem, no extremo norte do planeta.

Para determinar o tempo de existência da espécie, os cientistas analisaram o genoma do núcleo das células dos ursos-polares — diferentemente de estudos prévios, nos quais só era observado o DNA das mitocôndrias (um tipo de organela), o que abrange apenas algumas informações genéticas do corpo do animal. Foi a metodologia distinta que gerou resultados tão diferentes. “O genoma é grande e cada parte conta uma história. É como se estivéssemos lendo um livro. É necessário ler mais do que algumas páginas para realmente saber o que está acontecendo”, define para o EM Frank Hailer, líder do projeto e cientista do Centro Alemão de Pesquisa de Biodiversidade e Clima, de Frankfurt, na Alemanha. “Decidimos, então, olhar para as variações do genoma no núcleo celular, a fim de conseguir uma imagem mais precisa da história da evolução dos ursos que vivem no Ártico.”

A pesquisa conseguiu estabelecer melhor as diferenças entre os ursos-polares e marrons. “Foi fascinante obter resultados que comprovam que os ursos-polares são muito distintos dos ursos-marrons e que carregam informações genéticas únicas”, diz Hailer. Essas diferenças estão por trás de traços como a pele preta, os pelos brancos e as patas cobertas de pelos observadas nos animais polares. “Intuitivamente, saber que essas características são próprias desses mamíferos faz muito sentido, quando levamos em conta as diferenças físicas e de comportamento das duas espécies”, completa o cientista.

Glaciação Outro resultado interessante obtido pela equipe, segundo Frank Hailer, foi de que esses mamíferos tiveram um tempo bem maior para se adaptarem à glaciação do que imaginado anteriormente. Isso porque as “eras do gelo” pelas quais esses ursos passaram – há aproximadamente 400 mil, 150 mil e 100 mil anos – causaram o resfriamento gradativo da Terra, permitindo que eles evoluíssem aos poucos para lidar com as baixas temperaturas. A grande questão é que, com o aquecimento global, o Ártico pode ficar mais quente em uma velocidade maior do que a que levou para ficar frio. Consequentemente, os ursos-polares podem não conseguir ajustar o próprio organismo para enfrentar essa situação a tempo, advertem os pesquisadores.


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