Para a farmacêutica Lúcia Helena de Angelis, professora do Centro Universitário Newton Paiva, em Belo Horizonte, não há motivo para alarde. “Um único estudo não consegue comprovar nada, e o próprio autor deixa claro que será necessário fazer inúmeras pesquisas para se chegar a uma conclusão”, pontua. Outra crítica da especialista é em relação ao tipo de células usadas na pesquisa norte-americana. Ela esclarece que as células de pulmão são totalmente diferentes das células da pele, logo não dá para concluir que óxido de zinco tem o efeito destruidor em qualquer tipo de tecido. A farmacêutica questiona, ainda, se uma substância que não é absorvida pela pele consegue transformar a estrutura das células. “Como óxido de zinco é uma partícula sólida, não existe nenhuma possibilidade de ele penetrar na pele nem provocar câncer. Mesmo se formar radicais livres na superfície, não vai ocasionar nenhum problema”, garante.
O óxido de zinco é uma substância inorgânica e insolúvel, que em protetores solares é encontrada em minúsculas partes para potencializar a ação refletora da radiação ultravioleta e por esse motivo é classificada como nanopartícula. “É como se vários espelhos fossem depositados na pele e refletissem os raios que vão incidir na superfície”, explica Lúcia. A professora informa que o uso da substância é aprovado não apenas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas por órgãos reguladores de vários países, inclusive o norte-americano Food and Drug Administration (FDA).
Mesmo com o resultado da pesquisa de Yinfa Ma, ainda não dá para dizer que o óxido de zinco é maléfico para o corpo humano. Pelo contrário, diz a professora do Centro Universitário Newton Paiva. Lúcia cita um estudo francês, publicado em março, que avaliou a toxidade da nanopartícula a partir de inúmeros experimentos em pessoas e em laboratório realizados desde 1996. “Esse artigo fala exatamente o contrário. Os pesquisadores franceses concluíram que o óxido de zinco não é t