Windows XP é um fenômeno. Jamais vi um sistema operacional como ele, que mantém a lealdade dos usuários por mais de uma década em um campo onde a obsolescência – de hardware, programas ou sistemas operacionais – costuma ocorrer em ciclos de três anos.
Foi lançado em outubro de 2001, quando seus concorrentes eram o Windows 2000 e Windows 98 (Linux e MacOS detinham, cada um, pouco mais de 2% do mercado). Quando uma nova versão de sistema operacional vem à luz, transcorre algum tempo até merecer a aceitação dos usuários. Pois bem: em menos de dois anos, o XP aboletou-se confortavelmente na liderança, com a adesão de 38% dos usuários. Em janeiro de 2007, já detinha mais de 70% do mercado e não deu mostras de sentir o lançamento do Vista, mantendo a liderança folgada.
Windows 7 veio em janeiro de 2009 e o XP, com seus quase oito anos, mal se abalou. Mas Windows 7 caiu no gosto do público, começou a ganhar terreno e a partir de 2010 a porcentagem de mercado do XP começou a decair, mas sempre mantendo a liderança. Ainda em outubro de 2011, exatos 10 anos depois de lançado, disputava renhidamente com Win 7 o primeiro lugar: a página da Wikipedia, que mantém uma estatística baseada na média de oito fontes de dados independentes em https://en.wikipedia.org/wiki/Usage_share_of_operating_systems, dava uma pequena vantagem a ele (35% a 32%) – veja também a coluna “Windows XP: 10 anos de liderança”, publicada aqui mesmo em 3/11/2011 e disponível na seção Escritos/Coluna Técnicas&Truques do Sítio do Piropo, em www.bpiropo.com.br.
Somente no início deste ano Windows 7 ocupou a liderança, mas ainda assim com folga relativamente pequena: 38% contra 23% do XP. Isso significa que o longevo Windows XP, aos quase 11 anos de idade, ainda se aboleta na máquina de um em cada quatro usuários de dispositivos eletrônicos controlados por sistemas operacionais – a lista da Wikipedia inclui sistemas como o Android e os SO do iPad e iPhone, além do Mac, que chegou aos 7%, e do Linux, que hoje domina 1,5% do mercado (veja a figura, que mostra a situação de junho de 2012, obtida na Wikipedia).
Sei que parte dessa lealdade deve-se à compreensível relutância em enfrentar mudanças, seja de sistema operacional, seja lá do que for. Ela faz parte da natureza humana e deve ser responsável por um número razoável dos fiéis usuários do XP. Mas ela sozinha não basta. É muito tempo e muito usuário, números demasiadamente grandes para serem atribuídos ao mero efeito inercial. Há que se admitir: Windows XP é um sistema operacional excelente, talvez o melhor desenvolvido pela MS. Mas por quanto tempo ainda irá sobreviver?
Bem, nesse ponto sou obrigado a cumprir o doloroso dever de comunicar à fiel tribo dos usuários de Windows XP que dentro em breve, mais especificamente até 8 de abril de 2014, eles praticamente serão forçados a optar por outro sistema. Isso porque a partir de então a MS deixará de oferecer qualquer tipo de suporte ao XP (veja em https://support.microsoft.com/ph/1173). E, para não deixá-los esquecer, oferece em https://www.microsoft.com/en-us/download/details.aspx?id=11662 um pequeno aplicativo, cujo único objetivo é mostrar a contagem regressiva do tempo restante.
Se você ainda é um dos bravos e leais usuários de XP, deverá tomar uma difícil decisão: mudar de sistema. Mas não fique triste. Ou melhor: fique sim. É inevitável, pois migrar de um sistema operacional que já se usa há anos a fio e se conhece cada detalhe para algo novo, ainda que melhor e mais atual, é uma experiência dolorosa, como dar adeus a um velho e bom amigo.
Mas, pelo menos, resta um consolo: nunca houve uma época tão boa para se optar por um novo sistema operacional como os meses que se avizinham. O mundo está cheio de coisas novas. Você pode escolher desde mudanças radicais, como passar para a linha Mac com seus “iApetrechos”, migrar para Windows 7, que hoje, bastante estável, lidera confortavelmente o mercado com uma fatia de 40%, ou esperar um pouco para ver a que virá o tão esperado Windows 8. Afinal, faltam só dois meses para seu lançamento. Tanta variedade, nunca houve...
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Mac do Windows
Ruy Torres – Brasília/DF
A solução mais razoável seria usar um software que funcione como intérprete entre seu PC e o disco externo. O MacDrive 9,0, que pode ser obtido no sítio de seu desenvolvedor, o Mediafour, em https://www.mediafour.com/products/macdrive/standard/, funciona exatamente assim. Segundo o fabricante, MacDrive é uma solução simples, que propicia acesso transparente a arquivos em discos rígidos Mac diretamente do Windows. Você pode abrir, editar e gravar arquivos em discos Mac assim como criar discos novos e reparar discos danificados. Não é gratuito. A versão Standard, que presumo poder resolver seu problema, custa US$ 49,99. Mas, se funcionar, certamente valerá a pena (afinal, são quatro mil músicas por menos de US$ 50). Felizmente, o desenvolvedor oferece a possibilidade de baixá-la para testes. Baixe-a, comprove e, se resolver seu problema, compre a versão paga, que lhe proporcionará milhares de horas de entretenimento com suas músicas. Bom proveito.