O equipamento, que em cerca de 60 dias chega ao mercado por encomenda, funciona para subidas e descidas, mas a base da engrenagem, um veículo padrão, conta com motor a diesel de 30 cavalos e tração traseira ou nas quatro rodas e pode ser usada para outras aplicações. De acordo com Montovani, o veículo tem caixa de marchas eletroeletrônica, chamada de magneshift, tecnologia desenvolvida por William Oliveira, sócio do grupo também de Minas Gerais, Porto Real, que reúne quatro empresas: uma imobiliária, uma construtora, uma fábrica de casas de concreto pré-moldadas e uma fábrica de veículos e equipamentos, a Price, responsável pelo desenvolvimento do veículo, batizado de Mamute.
“São seis velocidades à frente e duas à ré, com redução. Dessas seis, três são normais, mas se o veículo precisar de mais força é possível reduzir, dobrando a força de cada marcha. A velocidade reduz e o torque aumenta”, explica Montovani. A marcha pode ser passada usando o volante ou por botões. No caso do Mamute 3006, destinado a resolver o problema de locomoção dos cadeirantes nos aeroportos, em cima da carroceria há uma bomba hidráulica acoplada ao motor. Essa bomba aciona uma esteira que recebe uma cadeira de rodas especialmente desenvolvida para essa finalidade.
“A cadeira trava ao entrar em contato com a esteira e destrava ao final do percurso”, explica o empresário. Essa esteira é dobrável e tem a inclinação regulável, de acordo com a altura da porta do avião. O equipamento tem 90 centímetros (cm) de largura e comprimento variável. Já a cadeira tem 64cm de largura e laterais móveis, que podem ser retiradas, facilitando a locomoção dos cadeirantes em situação de obesidade. “A superfície do equipamento tem tensão suficiente para permitir reduzir a ondulação do movimento, proporcionando conforto ao usuário”, diz William Oliveira. O equipamento também pode ser usado para carregar bagagens.
Mas a história que começou numa cena digna de filme de terror no Galeão e terminou na criação de uma solução ao problema dos cadeirantes, não termina aí. Ao chegar a Belo Horizonte depois da experiência de embarque dos cadeirantes obesos no Rio de Janeiro, Montovani Garcia apresentou a ideia que tinha em mente para o problema para uma empresa de logística. A empresa, não só gostou do projeto, como pediu que a Price desenvolvesse alternativas para outros problemas aeroportuários.
Mil e uma utilidades
Por isso mesmo, o veículo que serviu como base para a criação do Mamute 3006 ganhou outras aplicações. Uma delas é o Mamute 3003/3005, destinado à limpeza dos banheiros das aeronaves. Nesse caso, o problema a ser resolvido era o tempo que o avião ficava parado no pátio durante a limpeza dos banheiros, que levava no mínimo 40 minutos. Para reduzir o intervalo em 30 minutos, a Price acoplou na carroceria do veículo uma bomba a vácuo com acionamento hidráulico. Essa bomba cria uma pressão negativa que faz a sucção imediata da água e do esgoto usado nos banheiros químicos das aeronaves.
“Todos os equipamentos que necessitam dessa força hidráulica precisam de uma bomba que produz uma pressão de 120 quilogramas/força por centímetro quadrado. Com o nosso veículo fazemos tudo isso de forma automatizada, num único momento, com sistema padronizado, sem risco de usar menos ou mais água do que o necessário”, explica Oliveira.
O sistema, segundo ele, automatiza o volume de água por meio de uma bomba de acionamento hidráulico e controle de volume eletrônico. Além do Mamute 3003/3005, são ao todo 12 modelos de veículos derivados da solução para os portadores de necessidades especiais. Eles podem ser usados para fazer manutenção elétrica em aeroportos e em centros urbanos, serviços de varreção e limpeza de vias, limpeza de areia das praias, carregamentos de grandes volumes, recarga de baterias de caminhões e equipamentos fora de estrada e até transporte humano de até quatro pessoas e de ferramentas em mineradoras.
Mamute 3001
O que é: atende às necessidades de carregamentos desde bagagens, peças equipamentos de apoio, ferramentas nos serviços aeroportuários como também possui uma aplicação ativa coleta dos produtos de cultivo de no setor agropecuário
Aplicação: aeroportos, mineração, agropecuária, serviços urbanos e condomínios, concessionárias de estradas
3002
O que é: transporta pessoas com a opção de um compartimento de carga para ferramentas,
equipamentos ou o que se fizer necessário.
Aplicação: aeroportos, mineração, agropecuária, serviços urbanos e condomínios, concessionárias de estradas
3003
O que é: atende às necessidades de aspersão de líquidos como água, soluções fertilizantes, produtos para combate à pragas, abastecimento de aeronaves com água potável e opção de abastecimento de combustível para equipamentos e veículos em locais remotos.
Aplicação: aeroportos, mineração, agropecuária, serviços urbanos e condomínios, concessionárias de estradas
3004
O que é: equipamento criado para o socorro de equipamentos e veículos com deficiência de carga nas baterias
Aplicação: aeroportos, mineração, agropecuária, serviços urbanos e condomínios, concessionárias de estradas
3005
O que é: desenvolvido para o abastecimento de aeronaves com água química e coleta de dejetos resultantes do processo de higienização dos toaletes das aeronaves e banheiros químicos
Aplicação: aeroportos
Mamute 3007
O que é: equipamento criado para abastecer aeronaves, carregamento de bagagens, sacas, caixas, engradados, entre outros objetos, podendo ainda ser adaptado para plataforma de trabalhos em altura.
Aplicação: aeroportos, mineração, comércio (galpões de armazenagem de produtos variados), serviços urbanos
3008
O que é: desenvolvido para varreção de ruas, vielas e becos, ideal para coleta de lixos em locais de difícil acesso. Permite o descarregamento em coletores compactadores de lixo, caixas estacionárias e caçambas abertas estacionárias
Aplicação: prefeituras em geral
3009
O que é: desenvolvido para transportar e misturar massas e concreto, simultaneamente
Aplicação: construção civil, mineração, serviços urbanos e condomínios, concessionárias de estradas