Bruno Silva
Com a proximidade das festas de fim de ano e uma grande lista de presentes, melhor mesmo é gastar menos na hora das compras. Com preços baixos e boas ofertas de produtos, as lojas virtuais oferecem opções para economizar. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), Maurício Salvador, a expectativa de crescimento está em torno de 26% nas vendas, em comparação com o Natal do ano passado. O período coroa mais um ano de boas vendas para o e-commerce no Brasil. Segundo previsão do e-bit, o setor deve faturar R$ 22,5 bilhões em 2012. E cada vez mais pessoas utilizam esse canal de vendas. Só no primeiro semestre, 5,6 milhões fizeram a primeira compra on-line.
Salvador acredita que este será o Natal dos tablets e dos smartphones. “Eles terão demanda alta por causa da queda no preço, por causa dos incentivos de redução de IPI e também com a vinda de algumas fábricas que produzem no território nacional. Isso jogou o preço para baixo. A facilidade de parcelamento e a comparação de preços por meio de serviços como o site BuscaPé devem contribuir para que esses dispositivos tenham uma curva de venda mais alta no fim do ano”, explica. Para ele, isso também deve ajudar para vendas futuras – muitas pessoas terão seu primeiro tablet ou smartphone e se tornarão consumidores digitais.
Para os marinheiros de primeira viagem, é importante ter alguns cuidados. O primeiro é verificar se a loja é confiável, por meio de certificados digitais como o do e-bit, que monitora diversas lojas virtuais com base nos dados fornecidos pelos compradores. “Empresas com esse tipo de selo garantem que o produto chega direitinho, no prazo especificado, e não há problemas de cobrança no cartão de crédito”, aconselha Fábio Módolo, executivo da loja on-line de artigos esportivos Kanui.
Outra fonte importante para verificar se as lojas são confiáveis é o site ReclameAqui, que compila problemas de usuários sobre qualquer tipo de serviço. Entretanto, é necessário comparar o número de reclamações com a quantidade de produtos vendidos. “Como o nome do site já diz, é claro que a quantidade de qualificações negativas é maior do que positivas. Uma loja pode ter 100 queixas, mas, se ela vender 50 mil itens por mês, é uma quantidade pequena”, explica Módolo.
ENTREGA Como o Natal é uma época de alta demanda, é preciso ficar atento aos prazos de entrega. O interessante é verificar lojas que avisam ao consumidor até quando o produto pode ser comprado, para chegar ao local desejado antes de 25 de dezembro.
Vale sempre perguntar também a quem já negociou pela rede. A professora Ana Carolina Tessmann, 22 anos, começou a comprar roupas em um site especializado em artigos de moda e não largou mais a web. Adquiriu desde sapatos até parte do enxoval do bebê. “Prefiro comprar pela internet por causa do preço, mas acho que a maior vantagem é pesquisar valores em sites diferentes. Você tem tudo ao seu alcance”, justifica. As atividades de Ana Carolina encorajaram até seus pais a pedir itens na internet.
Até agora, suas experiências foram positivas. “Houve apenas alguns problemas de atraso na entrega e tive que devolver roupas que estavam em tamanho errado. Em alguns casos, consegui o reembolso”, conta. Entretanto, para comprar pela internet, a professora estabelece algumas regras. A primeira: só comprar até um determinado valor. “Por mais que os sites tenham certificados digitais, é sempre arriscado porque você não vê o que compra. Uma coisa é adquirir um produto de R$ 50 que dá errado, e outra é gastar R$ 1 mil e ter problemas”, aponta. Além disso, deve-se levar em conta o frete: se, no total, o preço do produto on-line for só um pouco mais baixo, ela prefere ir até uma loja física.
PREVINA-SE
» Verifique certificações digitais que se baseiam em qualificações positivas do consumidor
» Pesquise na internet sobre a loja e veja se há muitas reclamações contra seus serviços
» Consulte um amigo que já comprou pela loja e pergunte a ele como foi a experiência
» Procure saber até quando a compra pode ser efetuada, a tempo de ser entregue antes do Natal
Presentes direto do exterior
Uma opção para economizar nas compras de fim de ano é pedir produtos em lojas do exterior utilizando um cartão de crédito internacional. Entretanto, é importante fazer as contas para o barato não sair caro – os produtos podem ser tributados em até 60% de seu valor, à exceção de livros, jornais e remessas no total de até US$ 50. Os impostos são pagos ao recolher a mercadoria na agência transportadora. Além disso, a entrega varia de acordo com o prazo de análise da alfândega.
O servidor público Bruno Soares, 29 anos, é comprador assíduo de lojas no exterior há mais de um ano. O argumento para importar é o preço, que muitas vezes é mais baixo, mesmo com a tributação. Ele conta que gastou cerca de R$ 760 em sua última aquisição – um suplemento alimentar –, levando em conta frete e impostos. No Brasil, o produto está na faixa dos R$ 1,3 mil. “Eu acharia esses produtos no e-commerce daqui. Mas, além de a mercadoria muitas vezes já estar tarifada, há o lucro do vendedor”, conta.
O conselho de Bruno é o mesmo de sempre: buscar recomendações de quem já comprou. “É importante pesquisar na internet se o site é confiável. Sempre pergunte se alguém já pediu algo da loja antes de adquirir o produto, principalmente, se vende em sites de leilão como o eBay. Mas, em páginas famosas, é muito difícil de tomar um cano.”