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Estado de Minas PARA FUGIR DO ESQUECIMENTO

Jogo criado por fãs une consagrados lutadores

Fases curtas e com poucos inimigos prejuicam o game


postado em 10/01/2013 00:12 / atualizado em 10/01/2013 11:41

Bruno Silva

(foto: Capcom/Divulgação)
(foto: Capcom/Divulgação)

Street fighter e Mega Man têm duas semelhanças e uma grande diferença. Ambos têm uma fervorosa legião de fãs e completaram 25 anos em 2012, mas ganharam presentes de aniversário bem diferentes de sua criadora, a Capcom. Enquanto a série de luta recebeu diversas homenagens e até um novo game em comunhão com Tekken – outro peso-pesado do gênero –, a franquia do robozinho azul seguiu no ostracismo dos últimos anos, com projetos cancelados e um futuro sem muitas novidades.

No apagar das luzes de um ano em que a Capcom foi muito criticada pelo tratamento que deu a Mega Man, o título Street fighter x Mega Man parece mais uma tentativa da companhia japonesa de dar satistação aos seguidores do robô azul. O jogo foi criado por dois fãs: o programador cingapuriano Seow Zong Hui e o compositor norte-americano Luke Esquivel, e acabou adotado pela empresa japonesa durante seu desenvolvimento, para ser lançado em 17 de novembro de 1987, data em que o primeiro Mega Man chegou às lojas.

O propósito é simples: agradar aos fãs de ambas as franquias, sem enredos complicados. O game é como um título clássico da série Mega Man, em que o herói deve passar por oito fases, cada uma com um chefe. Mas, em vez dos androides do maligno Dr. Wily, quem aguarda no fim de cada nível é um dos guerreiros de Street fighter.

O elenco contempla todo o seu universo da saga de jogos de luta da Capcom. Ele passa por nomes clássicos, como Ryu, Chun-Li, Dhalsim e o brasileiro Blanka, e inclui até personagens mais novos e menos conhecidos, como Urien (Street fighter III), Rose (Street fighter alpha) e Crimson Viper (Street fighter IV). Além desses, há mais três lutadores que fazem as vezes de chefões do jogo – se você é fã de Street fighter, provavelmente já sabe quem são.

Mesmo com o apoio da Capcom, percebe-se que o grosso do desenvolvimento passou pelas mãos de Hui. As fases são curtas, simples, não oferecem muita variedade de inimigos e têm alguns momentos lamentáveis. Algumas ideias são até boas, mas sofrem com uma execução porca. Por exemplo, em um dos chefes não há duelo, pois o estágio consiste em fugir de seus golpes até que ele caia em um buraco. A falta de opção para salvar também é um ponto negativo, embora o jogo não dure muito – é possível terminá-lo em uma hora ou menos.

ADAPTAÇÃO A principal homenagem do game está em seus atributos artísticos. Os cenários e os inimigos de Street fighter foram adaptados com primor ao estilo retrô das últimas duas aventuras de Mega Man. As fases têm ligação com os personagens – Blanka fica em uma floresta tropical, Dhalsim está em um templo budista e por aí vai. Em alguns casos, como os de Ryu, são recriações exatas de seus clássicos estágios em Street fighter II.

Nesse aspecto, quem brilha mais é a trilha sonora. Aqui se destaca o talento de Esquviel, conhecido por seu trabalho com álbuns de chiptunes. A música mistura as notas clássicas de Street fighter com o ritmo acelerado do áudio de Mega Man, além de adaptar para o 8-bit versões de músicas de títulos mais modernos, como Street fighter IV.

Street fighter x Mega Man é um bom jogo, mas surgiu em más circunstâncias. Fosse só um projeto grátis para fãs, e não um produto oficial, provavelmente teria sido mais bem recebido. Ele acaba sendo um retrato da situação do querido robô azul. Hoje, Mega Man se encontra no mesmo patamar em que Street fighter estava no fim dos anos 1990. É uma série desacreditada e esquecida pela Capcom – e será necessário muito mais do que outro jogo retrô para tirá-lo dessa situação.


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