Entre as ideias selecionadas está a de Daniel Bronzeri Barbosa, de 36 anos. Ele desenvolveu o aplicativo Voo do Dragão, que tem a função de auxiliar os turistas portadores de deficiência física a encontrar lugares acessíveis. Quando o estabelecimento tiver boas recomendações (feitas pelos usuários), a equipe entra em contato com o estabelecimento para fazer uma certificação (por meio do "selo do dragão"). Assim, o aplicativo terá um catálogo de sugestões certeiras para essas pessoas. Hotel ou restaurante com cardápio em braile, rampa na porta e atendente que interpreta a Língua Brasileira de Sinais (Libras), por exemplo, seriam grandes candidatos a ganhar o selo.
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O Voo do Dragão explora algo que, na visão de especialistas, é fundamental na era online: um nicho de usuários muito bem definido. Do mesmo modo que lançar na web um concorrente para a Amazon, por exemplo, pode ser um tiro no próprio pé, criar um aplicativo para o qual já existam concorrentes pode ser um erro. Só a App Store, loja de aplicativos do iPhone e do iPad, tem 775 mil aplicativos disponíveis. Mostrar para o usuário que vale a pena baixar um deles não é tarefa fácil.
Entre os projetos avaliados está também um aplicativo, desenvolvido por um grupo de Recife, que serve de guia turístico e outro que promete facilitar as chamadas de emergência, para a polícia e corpo de bombeiro. Neste caso, em vez de ligar para o número, que eventualmente pode ser esquecido, o usuário aperta apenas dois botões.
Mas nem só de aplicativos funcionais e de utilidade pública vivem os empreendedores da Campus Party. Pelo contrário. Há muitas ideias inusitadas e que têm como único objetivo proporcionar diversão. É o caso do projeto de Heldith Oliveira, de 24 anos, e Lincoln Dias, de 21. Inspirados em uma empresa de marketing digital britânica, a Captive Media, eles estão desenvolvendo um game interativo para ser jogado por homens, no banheiro. A brincadeira funciona assim: um sensor óptico capta a direção para a qual a urina vai e transfere esse movimento para uma tela, que está à frente do homem, com um jogo interativo.
A ideia parece maluca, mas, observando a experiência americana, os jovens acreditam que o empreendimento possa render receita no Brasil. O plano da dupla é oferecer de graça a instalação do Dudiz (como o jogo está sendo chamado) em casas noturnas, bares, hotéis e fechar parcerias com marcas de bebidas alcoólicas, camisinhas e outras que fazem parte do universo masculino.
O modelo de negócio é baseado na venda de espaço publicitário para essas empresas. A Captive, por exemplo, tem entre os clientes a Smirnoff. Para a Copa do Mundo, os brasileiros do Dudiz pretendem desenvolver um jogo com o mascote do evento, o Fuleco.