De acordo com Wang, sabe-se que a HMBG1 media o processo inflamatório. “A inflamação é necessária para manter a boa saúde; sem inflamação, ferimentos e infecções nunca iriam sarar. Mas quando ela se torna constante, pode afetar tecidos e órgãos, levando a doenças como a septicemia. O resultado é que os órgãos, incluindo fígado, coração, pulmões, rins e cérebro, ficam danificados e, se esses danos forem excessivos, podem ser irreversíveis”, observa o médico. “Por isso, agentes terapêuticos capazes de inibir o lançamento da proteína podem ser um tratamento em potencial para doenças inflamatórias sistêmicas e letais.”
No estudo, os pesquisadores prepararam um extrato de broto de feijão e aplicaram oralmente em ratos nos quais o processo de choque séptico havia sido induzido. Exames mostraram que a planta reduziu os níveis das endotoxinas liberadas pela proteína HMGB1. A taxa de sobrevivência dos animais que beberam o composto foi de 70%, contra 20% registrados entre as cobaias do grupo de controle, que não receberam tratamento. Os cientistas também cultivaram células no disco Petri e testaram a capacidade inibitória do broto de feijão. Segundo eles, além da substâncias tóxicas resultantes da HMGB1, a planta conseguiu evitar o lançamento de diversas outras citocinas.
“Muitas ervas medicinais tradicionais têm sido transformadas em tratamentos efetivos para várias moléstias inflamatórias e, agora, validamos o potencial terapêutico de outro produto medicinal, o extrato de broto de feijão”, disse Wang. “Demonstrar que o extrato da planta tem um efeito positivo sobre ratos com septicemia indica que ele pode ser eficaz também no tratamento de humanos. Obviamente, estudos adicionais são necessários para provar a segurança e a eficácia do tratamento”, observou.