Ataide de Almeida Jr.Os preços mais baixos dos livros digitais têm atraído a atenção dos leitores e das editoras. Foram vendidas 50 mil publicações eletrônicas em 2012, segundo dados da Distribuidora de Livros Digitais (DLD). Em dezembro do ano passado, comercializou-se 110% a mais, em relação ao mês anterior. A variação foi de 900% quando comparada ao mesmo período de 2011. Nesse mercado, os tablets e os e-readers têm lugar garantido. De olho na crescente demanda, a Amazon lança hoje as versões Paperwhite wi-fi e wi-fi%2b3G do Kindle. “É o segundo momento mais importante desde a chegada da empresa ao Brasil. Esse é o produto mais avançado entre os leitores de livros digitais”, disse Alex Szapiro, vice-presidente da Amazon Kindle do Brasil, em entrevista ao Estado de Minas.

Uma das características que mais chamam a atenção no Paperwhite é a tela. Ela tem 62% mais pixels e 25% mais contraste, quando comparada à dos outros modelos, o que confere mais nitidez. Ao contrário das telas dos tablets, que não permitem a leitura sob a luz do Sol, o e-reader, graças ao LCD retroiluminado, dá ao usuário horas de leitura, com menos cansaço ocular e tensão, e em qualquer ambiente. Além disso, a bateria do aparelho é destaque. Por utilizar apenas quatro LEDs para iluminar toda a tela, o dispositivo é capaz de ficar ligado por até oito semanas, continuamente.

“O papel do e-reader não é substituir os livros, mas sim fazer com que a experiência seja melhor para quem lê. Ele armazena até 1,1 mil publicações e permite o compartilhamento de frases no Twitter, por exemplo”, explica Szapiro.

A maior novidade, porém, é o 3G gratuito. A Amazon arca com o custo da conexão do Kindle Paperwhite para que os clientes não se preocupem com taxas mensais ou tenham que assinar um contrato anual. Isso é possível por conta de acordos com empresas de telefonia. “Há a cobertura em mais de 175 países e o consumidor pode baixar livros — além de acessar a internet — em qualquer lugar, sem pagar nada”, explica Szapiro.

ESPESSURA Para garantir que a experiência seja o mais parecida possível com a leitura de um livro de papel, há um recurso interessante, o Time to Read. A função permite que os leitores saibam quanto tempo levarão para terminar o capítulo de um livro. A ferramenta é personalizada de acordo com a velocidade de leitura de cada usuário, sendo constantemente alterada assim que os hábitos se alteram.

O armazenamento dos livros é feito nas nuvens e isso permite o compartilhamento entre todos os aparelhos com o aplicativo do Kindle. Assim, quem começou a ler pelo Paperwhite e quer terminar a leitura no iPad, basta abrir o programa que ele vai aparecer na mesma página em que você parou.

O que também deve agradar aos consumidores são as dimensões do produto. Com espessura de pouco mais de um terço de uma polegada e pesando apenas 213 gramas, o Kindle Paperwhite é mais fino que uma revista e pesa menos que um livro comum. A distância da borda entre a parte lateral do dispositivo e a exibição em si é 77% mais fina do que no modelo anterior.

“Quando abrimos nossa loja, tínhamos 13 mil livros em português, hoje temos 16 mil. São 2,5 mil publicações gratuitas. Há 48 das 60 obras mais vendidas no país”, afirma Szapiro. O Paperwhite wi-fi é vendido por R$ 479 e a versão wi-fi%2b3G sai por R$ 699. O Kindle tradicional continua à venda por R$ 299.


VITRINE
Kindle PaperWhite
» Tela: 6 polegadas
» Duração da bateria: oito semanas, continuamente
» Capacidade: 1,1 mil publicações
» Títulos: mais de 16 mil em português na loja da Amazon

iPad
» Tela: 9,5 polegadas
» Bateria: até 10 horas
» Armazenamento: varia com a capacidade (16GB, 32GB e 64GB)
» Títulos: não divulgado

Kindle
» Tela: 6 polegadas
» Duração da bateria: 1 mês (wi-fi desligado e meia hora de leitura diária)
» Capacidade: 1 mil e-books
» Títulos: mais de 16 mil em português na loja da Amazon

Samsung Galaxy Tab 2
» Tela: 7 ou 10 polegadas
» Bateria: não divulgado
» Armazenamento: varia com a capacidade (16GB a 32GB)
» Títulos: não divulgado


TRÊS PERGUNTAS PARA...
. Alex Szapiro
. vice-presidente da Amazon Kindle do Brasil

As vendas do Kindle no Brasil são satisfatórias?
Não posso falar sobre números, mas estamos extremamente felizes com as vendas. Nossa história ainda é curta no país, menos de quatro meses. No entanto, tudo o que prevíamos — comercialização, número de títulos — está acontecendo igual ou melhor. Todo dia pensamos em como melhorar a experiência do usuário e como podemos ter mais produtos no Brasil.

Há previsão para a abertura de alguma fábrica no país para aproveitar a isenção de impostos?
Infelizmente, não posso comentar esse assunto. Mas, sem dúvida, estamos sempre observando o mercado para ter uma oferta mais competitiva. A Amazon sempre trabalha para o cliente e, certamente, o brasileiro é apaixonado pela leitura. Temos o melhor preço no Kindle, no conteúdo e na oferta de livros.

Como está a negociação com as editoras? Ainda há resistência?
Temos mais de 100 editoras no nosso portfólio, isso é um reflexo de uma busca de como fazer com que os brasileiros possam ler mais. Toda semana, temos ofertas. Isso corrobora o fato de que todas as partes estão muito felizes. Quando a gente olha o mercado local, onde há livros muito caros e pessoas sem acesso a livrarias, nosso caminho passa a ser a distribuição de títulos para todos.


CAPAS PROTETORAS
Para proteger seus aparelhos, a Amazon vai vender capas diferenciadas. Elas têm uma textura de couro na parte externa e um interior de náilon. O fecho magnético garante que a tampa permaneça fechada de forma segura na mochila, bolsa ou pasta. A capa liga automaticamente o Kindle Paperwhite quando aberta e o coloca na função dormir quando fechada. Ainda não foram divulgados os preços.