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Estado de Minas

Tamagotchi, Snake, Final fantasy e Sonic ganham versões para smartphones

Levantamento do Informátic@ mostra que pelo menos 50 jogos de sucesso das décadas de 1980 e de 1990


postado em 28/03/2013 00:12 / atualizado em 28/03/2013 09:11

Enquanto adultos, em 1996, tinham em mãos celulares de toques monofônicos e computadores com internet discada, grande parte das crianças só queria um pequeno brinquedo com um monstrinho dentro. O Tamagotchi, lançado naquele ano, virou febre ao permitir que o público infantil tivesse um bichinho de estimação virtual portátil. Hoje, mais de 16 anos depois, a criatura retorna, desta vez na forma de um aplicativo para Android, e se une a outros jogos clássicos que aportam na nova geração de aparelhos.

A proposta de relançar o Tamagotchi para plataformas móveis chamou a atenção, mas essa não é uma prática nova. Segundo levantamento do Informátic@, pelo menos 50 jogos de sucesso, entre pagos e gratuitos, foram lançados nas últimas décadas. Desde a popularização dos smartphones e dos tablets, as empresas perceberam a oportunidade de trazer de volta às mãos das pessoas games que fizeram muito sucesso.

Um dos exemplos mais recentes é a revitalização de Snake, popularmente conhecido como o jogo da cobrinha, que fez muito sucesso em celulares Nokia no fim da década de 1990. O Instituto Nokia de Tecnologia (INDT), em Manaus, lançou uma nova versão do game, chamada de Tile snake, para a plataforma Windows Phone, com design refeito e mecânica adaptada para os aparelhos mais modernos.

“Assim como ocorreu com muita gente, Snake foi meu primeiro contato com jogos de celular”, conta Thiago Bessa, desenvolvedor do INDT, que teve a ideia de repaginar o game clássico. Segundo ele, a oportunidade surgiu depois de ver pessoas em fóruns na internet questionando por que ainda não existia uma versão nova do game para smartphones e tablets. “Depois de pensar um pouco, vi que muitos tentaram, mas ninguém levava adiante. Como eu tinha condições de realizar esse projeto, fiz uma primeira versão e ela foi aprovada pelo INDT”, explica Bessa.

Para o desenvolvedor, a principal adaptação foi a jogabilidade. “Antes, controlava-se a cobrinha pelas teclas do celular, mas agora os smartphones não têm mais isso”, aponta Bessa. “Por isso, fizemos uma mudança para a tela sensível ao toque, que funcionou muito bem.”

Não foram apenas jogos de gráficos monocromáticos como Snake e o Tamagotchi que aproveitaram os aparelhos de última geração para retornar. Games clássicos como Final fantasy, Chrono trigger e Sonic também ganharam versões adaptadas para as plataformas iOS e Android – animando os saudosistas.

“Os jovens das décadas de 1980 e de 1990 que jogavam esses clássicos cresceram e hoje têm poder de compra e isso é um grande incentivo para as produtoras realizarem os relançamentos”, explica Saulo Camarotti, professor do curso de jogos digitais do Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB) e sócio da desenvolvedora de games Behold Studios.

ALTERAÇÕES Segundo ele, relançar esses jogos não chega a ser um movimento arriscado para as empresas, por serem games de sucesso comprovado. “Alguns desses jogos sofrem alterações para se adaptar ao modelo de negócios dos smartphones e tablets”, ressalta Camarotti. É o caso da Capcom, que lançou aplicativo com grandes sucessos como Street fighter e Ghouls n’ghosts. Ele oferece apenas 10 partidas grátis e, depois, passa a pedir que o usuário compre fichas virtuais, se quiser jogar mais.

Mas Camarotti acredita que, apesar de eventuais mudanças, esses aplicativos têm capacidade de conquistar não apenas fãs de longa data, mas também a nova geração de jogadores. “Não importa se os gráficos são mais simples, eles funcionam porque têm boa mecânica e divertem.”

O NOVO TERROR DAS PROFESSORAS
Batizado de Tamagotchi L.i.f.e, o aplicativo reproduz a experiência que se tinha anteriormente. Na tela, é mostrado o bicho com os mesmos gráficos da primeira versão do brinquedo e com os mesmos três botões utilizados para cuidar das necessidades básicas dele: alimentação, banho e diversão. A nova versão do Tamagotchi, porém, não está disponível ainda na loja virtual do Google no Brasil. A Bandai, empresa responsável pelo jogo, já afirmou que uma versão do aplicativo para o sistema iOS está em desenvolvimento.


Tabuleiro migrou

Outro tipo de jogo muito popular também chega aos aplicativos de celulares e tablets: os de tabuleiro. As fabricantes Estrela e Grow, duas das grandes empresas do ramo no Brasil, já lançaram versões móveis de grandes clássicos. A Estrela chegou primeiro ao mercado virtual, em dezembro do ano passado, ao lançar quatro jogos: Banco imobiliário, Autorama, Cilada e Pula Macaco estão disponíveis não apenas nos sistemas Android e iOS, mas também no Facebook. Os dois primeiros são gratuitos, enquanto os outros são adquiridos por 2,5 mil estrelinhas, moeda virtual que a Estrela desenvolveu exclusivamente para suas plataformas digitais.

Já a Grow acaba de lançar o aplicativo Imagem & Ação Friends, que procura inserir o clássico jogo de tabuleiro no mundo dos games sociais. O game lembra bastante o bem-sucedido Draw something. Nele, os jogadores disputam partidas entre amigos e enviam ilustrações para que eles adivinhem o que foi desenhado. Esse foi o primeiro de quatro lançamentos que a Grow pretende fazer em 2013. O aplicativo, que também está disponível para iOS, Android e Facebook, ganhará ainda uma versão para aparelhos móveis equipados com o sistema Windows Phone.


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